Estive
ausente durante dias. Propositadamente ausente. O blogue é muito importante na
minha vida. Mas não posso deixar que me roube espaço à própria vida. Tenho de ter tempo para viver. Tempo para desfrutar, para ser
eu. Tempo para mim e para os meus. Como neste fim de semana, a minha parceira
de vida foi viver para longe, para o Porto em trabalho, mudei-me de armas e
bagagens para a casa dos meus santos cunhados (sim porque os meus cunhados
também são bons e são santos cunhados como os meus sogros são santos. Quem me
trata bem tem tudo de mim).
Os
motivos para ir viver para a casa deles em Portalegre neste fim-de-semana foram
muitos. Alguns contaram como vantagens como a hospitalidade, a simpatia, a casa
fantástica e espaçosa, o facto de a minha companheira estar ausente mas o
principal motivo da contratação foi o aniversário da minha afilhada Maria que
amo como se fosse minha filha. A única diferença que tem das minhas é que não é
do meu sangue. Mas não vejo, nem sinto essa diferença. Para mim é igual às duas.
É minha também.
Neste
fim-de-semana vi, vivi e diverti-me imenso. Fui muito feliz e bem tratado. Sexta foi noite de marchas populares.
No
sábado, a festa de aniversário foi fantástica com muita comida, bebida e
amigos.
O
domingo foi também fantástico porque a minha Leonor fez a profissão de fé. Ela já
tinha no seu quarto as imagens das minhas mães do céu que são também as suas:
Nossa Senhora do Carmo (padroeira da minha aldeia da Beirã), Nossa Senhora da
Estrela (padroeira do concelho) e Nossa Senhora de Fátima (padroeira do país). Foi
a fé que lhe passei, que nós pais lhe passámos.
A
profissão de fé foi a confirmação dos votos que fez na comunhão. Tenho vontade
que ela ajude mais nas missas. Que frequente mais, que siga o conselho que o
Padre Luís fez a todos e se torne acólita. Quero que perceba que o seu papel na
sociedade pode ser muito mais importante que os F que regem a sua vida ( F de
facebook e Fox – o canal que nunca perde).
Na
cerimónia que foi muito bonita, fez uma leitura que dizia : “Para que os cristãos da nossa diocese,
atentos ao dom que receberam de Deus e abertos aos apelos do sínodo diocesano,
se empenhem na sua renovação pessoal e na renovação da nossa igreja. Oremos por
intercessão de Maria, estrela da evangelização”.
Já
eu, fui o pai seleccionado para ler: “Senhor padre, conscientes dos nossos
deveres de pais e primeiros educadores, viemos, hoje, com os nossos filhos,
celebrar o mistério do batismo. Temos consciência de tanto quanto podemos e
sabemos os temos ajudado a caminhar na fé cristã. Queremos continuar a dar-lhes
bons exemplos, ajudando-os a assumir os compromissos que hoje mais
conscientemente querem tomar.
Esta
foi a cerimónia solene porque a profissão de fé informal lha fiz no outro dia
no sótão onde estava a brincar com a irmã e lhe expliquei a importância de
falar com Deus como se fala com um amigo. Lhe pedir ajuda e desculpa sem ter de
se rezar. Falando apenas. Pedindo em tranquilidade. Com confiança.
Como
o dia era de festa, no final seguimos para o restaurante o Sever dos meus
amigos Filipe e Julieta onde fizemos uma refeição fantástica com a qualidade a
que já nos habituaram desde sempre. Sou cliente desde que era criança, quando
eu passava as tardes a fazer corridas com os paus de gelado na levada que passa
junto ao rio. É uma memória daquelas que não se apagam. Claro que as minhas
tias que me levavam pela mão quando era puto juntamente com os pais e toda a
família foram logo cumprimentar a Dona Esperança, a matriarca, uma moçoila que
caminha para os 100, um pouco mais adiantada que elas que ficou muito contente
por as ver.
O
preço no Sever não foi alto. Por mais caro que fosse, para mim ainda teve uma
consideração dos donos que são meus amigos. Ainda há quem me estime pelo
trabalho que fiz na câmara em prol dos outros. Ajudei todos quanto podia. Distribuía.
Repartia. Agora os que mamam são sempre os mesmos mas não quero ir por aí que é
para a conversa não azedar.
Dizia
eu que o preço no Sever nunca é alto, sobretudo no Verão. Paga-se o comer que é
sempre belíssimo e a envolvente que é absolutamente extraordinária: a vista imponente
para Marvão, a frescura do rio que corre
ali próximo, o conforto da sombra das árvores do pátio, tudo!
Uma
refeição como a que ali comi, junto a algumas das pessoas que mais amo no mundo
é uma bênção dos céus. Eu rezei a Deus e agradeci por me ter dado direito a
esta benesse.
Estive
fora do blogue por um motivo mais que justificado: estive fora porque estive a
viver. Dei folga ao blogue para viver.
A
foto de família neste dia tão importante ficou reduzida a nós dois: a Leonor e
eu. A mãe estava fora em trabalho. A Alice fez birra porque nem me queria ver,
quanto mais fotos. Poucos mas bons. Plenos de vontade, alegria e querer.
Graças
a Deus
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1 comentário:
Muitos parabéns à sua sobrinha Maria e aos pais, que a vida lhes proporcione muitas alegrias, saúde e amor.
Parabéns à Leonor.
O Sever não é só um restaurante, o Sever é, para mim, uma permanente boa recordação de tantos e há tantos anos momentos felizes com as pessoas que amo. O último aniversário de casamento que festejei e celebrei passou, também, por um jantar no Sever.
Um abraço
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