segunda-feira, 17 de junho de 2013

Folga para viver















Estive ausente durante dias. Propositadamente ausente. O blogue é muito importante na minha vida. Mas não posso deixar que me roube espaço à própria vida. Tenho de ter tempo para viver. Tempo para desfrutar, para ser eu. Tempo para mim e para os meus. Como neste fim de semana, a minha parceira de vida foi viver para longe, para o Porto em trabalho, mudei-me de armas e bagagens para a casa dos meus santos cunhados (sim porque os meus cunhados também são bons e são santos cunhados como os meus sogros são santos. Quem me trata bem tem tudo de mim).

Os motivos para ir viver para a casa deles em Portalegre neste fim-de-semana foram muitos. Alguns contaram como vantagens como a hospitalidade, a simpatia, a casa fantástica e espaçosa, o facto de a minha companheira estar ausente mas o principal motivo da contratação foi o aniversário da minha afilhada Maria que amo como se fosse minha filha. A única diferença que tem das minhas é que não é do meu sangue. Mas não vejo, nem sinto essa diferença. Para mim é igual às duas. É minha também.



Neste fim-de-semana vi, vivi e diverti-me imenso. Fui muito feliz e bem tratado. Sexta foi noite de marchas populares.

No sábado, a festa de aniversário foi fantástica com muita comida, bebida e amigos.








O domingo foi também fantástico porque a minha Leonor fez a profissão de fé. Ela já tinha no seu quarto as imagens das minhas mães do céu que são também as suas: Nossa Senhora do Carmo (padroeira da minha aldeia da Beirã), Nossa Senhora da Estrela (padroeira do concelho) e Nossa Senhora de Fátima (padroeira do país). Foi a fé que lhe passei, que nós pais lhe passámos.








A profissão de fé foi a confirmação dos votos que fez na comunhão. Tenho vontade que ela ajude mais nas missas. Que frequente mais, que siga o conselho que o Padre Luís fez a todos e se torne acólita. Quero que perceba que o seu papel na sociedade pode ser muito mais importante que os F que regem a sua vida ( F de facebook e Fox – o canal que nunca perde).

Na cerimónia que foi muito bonita, fez uma leitura que dizia : “Para que os cristãos da nossa diocese, atentos ao dom que receberam de Deus e abertos aos apelos do sínodo diocesano, se empenhem na sua renovação pessoal e na renovação da nossa igreja. Oremos por intercessão de Maria, estrela da evangelização”.

Já eu, fui o pai seleccionado para ler: “Senhor padre, conscientes dos nossos deveres de pais e primeiros educadores, viemos, hoje, com os nossos filhos, celebrar o mistério do batismo. Temos consciência de tanto quanto podemos e sabemos os temos ajudado a caminhar na fé cristã. Queremos continuar a dar-lhes bons exemplos, ajudando-os a assumir os compromissos que hoje mais conscientemente querem tomar.




Esta foi a cerimónia solene porque a profissão de fé informal lha fiz no outro dia no sótão onde estava a brincar com a irmã e lhe expliquei a importância de falar com Deus como se fala com um amigo. Lhe pedir ajuda e desculpa sem ter de se rezar. Falando apenas. Pedindo em tranquilidade. Com confiança.

Como o dia era de festa, no final seguimos para o restaurante o Sever dos meus amigos Filipe e Julieta onde fizemos uma refeição fantástica com a qualidade a que já nos habituaram desde sempre. Sou cliente desde que era criança, quando eu passava as tardes a fazer corridas com os paus de gelado na levada que passa junto ao rio. É uma memória daquelas que não se apagam. Claro que as minhas tias que me levavam pela mão quando era puto juntamente com os pais e toda a família foram logo cumprimentar a Dona Esperança, a matriarca, uma moçoila que caminha para os 100, um pouco mais adiantada que elas que ficou muito contente por as ver.



O preço no Sever não foi alto. Por mais caro que fosse, para mim ainda teve uma consideração dos donos que são meus amigos. Ainda há quem me estime pelo trabalho que fiz na câmara em prol dos outros. Ajudei todos quanto podia. Distribuía. Repartia. Agora os que mamam são sempre os mesmos mas não quero ir por aí que é para a conversa não azedar.

Dizia eu que o preço no Sever nunca é alto, sobretudo no Verão. Paga-se o comer que é sempre belíssimo e a envolvente que é absolutamente extraordinária: a vista imponente para  Marvão, a frescura do rio que corre ali próximo, o conforto da sombra das árvores do pátio, tudo!

Uma refeição como a que ali comi, junto a algumas das pessoas que mais amo no mundo é uma bênção dos céus. Eu rezei a Deus e agradeci por me ter dado direito a esta benesse.



Estive fora do blogue por um motivo mais que justificado: estive fora porque estive a viver. Dei folga ao blogue para viver.

A foto de família neste dia tão importante ficou reduzida a nós dois: a Leonor e eu. A mãe estava fora em trabalho. A Alice fez birra porque nem me queria ver, quanto mais fotos. Poucos mas bons. Plenos de vontade, alegria e querer.


Graças a Deus

Blues Brothers em versão alentejana patrocinados pela Ray Ban


Versão hardcore patrocinada pelo canal Sexy Hot 


"Ai Cali: agarra o rapaz! Olha que ele se atira!"


1 comentário:

Helena Barreta disse...

Muitos parabéns à sua sobrinha Maria e aos pais, que a vida lhes proporcione muitas alegrias, saúde e amor.

Parabéns à Leonor.

O Sever não é só um restaurante, o Sever é, para mim, uma permanente boa recordação de tantos e há tantos anos momentos felizes com as pessoas que amo. O último aniversário de casamento que festejei e celebrei passou, também, por um jantar no Sever.

Um abraço