Este
blogue tem de levar um abanão desses, como eu lhe costumo dar a ela, como Deus
me deu a mim quando ia na vespa e tive o acidente. Não precisava era ter sido
um abanão tão forte e tão grave que quase me levou desta para melhor! Mas
prontos, deu-mo e já passou.
Aprendi
a ser menos egoísta. A ser mais calmo, mais ponderado. Deixei de me dedicar
tanto à viola (que só dava para eu ser mais egoísta, a aprender por mim, a ter
a mania que era rock star), tirei a minha prateleira de dvds que ocupava grande
parte da sala, passei a dedicar-me mais à minha família, a saborear os pequenos
pormenores que tornam a nossa vida um bem tão precioso.
Os
abanões à minha filha não costumam servir efeito. O abanão que Deus me deu,
surtiu imenso efeito e mudou a minha vida. Nunca mais serei o mesmo.
O
blogue também tem de levar um abanão só que esse, sou eu que lho dou.
Quero
também ser melhor no blogue onde vivo. Ter uma vida nova. Um antes e um depois.
Quero que o depois seja magnífico, colorido e feliz. Olhando para trás, vejo
que apesar de colorido, o blogue ainda era cinzentão. Agora quero um arco–íris!
Não! Não tem nada a ver com os gays que nisso aí não mudei nadinha e tenho os
gostos tal e qual como tinha antes. Aqui o Tio Sabi é apaixonado pelas suas
mulheres.
Para
já, tenho de mudar a essência dos assuntos. Ou então mudar-lhe o nome. Isto tem
sido mais “Escrevendo o mundo de binóculos do alto de Marvão” do que “Vendo o
mundo de binóculos do alto de Marvão”. Que falta então? Mais imagem! Aprender
com a fase facebook que se seguiu após a triste ideia de dar fim ao blogue.
Mais fotos, textos mais curtos e mais frequentes. Não estar tanto tempo sem
publicar nada. O que publico, fica. E eu também vivo aqui no blogue. O Pedro
Sobreiro não é só carne e osso. Às vezes é também um bocadinho de cérebro. Também
vivo aqui na
internet!
Esta
revolução consiste em:
MAIS imagem
MAIS vídeos da
vida, de
música e caseiros
MAIS publicações por dia
E…
MENOS texto ou
pelo menos mais curto e mais direto.
Companeros:
VIVA LÁ REVOLUCIÓN?
Antes,
quando tive esta ideia, escrevi um pequeno texto:
O Abel é bom!
Um
bom amigo de há muitos anos. Um cromo de luxo, daqueles a 3 dimensões, cheio de
cores brilhantes. Neste dia quando o encontrei, tinha ido levar a correspondência
do serviço aos correios. Encontrei-o sentado numas escadinhas perto do Espírito
Santo e juntei-me a ele. Quando o vejo costumo sempre cair com uma tacinha de
vinho ou umas moedas para uma onça de tabaco. Estão prometidas umas camisas que
já não uso e um relógio que lhe vou dar só a 23 de Outubro quando fizer 66
anos. Neste encontro pediu-me 5 euros.
“5
euros, Abel?!?!? Tas maluco! Isso é muito dinheiro. Não te posso dar tanto
dinheiro! Então mas o que é isto?!?!? É a Santa Casa?”
Ele
meteu o dedo nos lábios e mandou-me calar. “ppppppsssssssshhhhhiiiiuuuuuu… Está
caladinho e sossegado”, disse-me baixinho, devagarinho com ele fala e
sem dentes. “5 eures pa ti n’ é muto!
Achs que é muto? Nã é! E pa mim, po Abel qué bom, é bom porque posso comprá cousas
qu ê goste. 5 eres p’ aquilo que tu ganhas n’e mute. Olha qu’eu sô teu amigue. Já
há mutes anos. Nã nos conhecemes d’ontem. Já passámos muta cousa juntes. Mutas
festas aí nas terras. Olha qu’ê na sou com’esses que páí andem. Esses que se
dizem tês amigues e depôs mordem na calada quande tu passas. Pchiuuuu. Olha qu’eles
ouvem tude. O Abel é tê amigue. Eu conte-te tude”.
E
eu pensei: O Abel é mesmo bom!
Quality never goes out of style |
Estas foram tirada já dias depois. Calçado com os meus Ray Ban. Para que fizesse pose
para o telemóvel tive de apertar com ele. Tive de insistir mas ficou bem. Não
estava muito convencido do resultado mas quando lhe levar os calendários gigantes
e as t-shirts com esta imagem, vai ficar regalado!
O
paraíso, se é que existe, deve ser à medida de cada um. Na cabeça de alguns
homens deve ser frequentado por beldadades latinas rechonchudinhas desnudadas
num ambiente tipo a vivenda do Hugh Hefner, patrão da mansão Playboy. Por muito
que me custe a crer, ainda há homens que devem sonhar imaginando o paraíso assim.
Seguramente não é o meu caso! Latinas? Rechonchudinhas? Naaaaa… Mas esta visão
da pastelaria Caldeira em Santo António das Areias, propriedade do meu querido
amigo Chocolate, com uma imperial gelada, um pratinho de tremoços e o Correio
da Manhã do dia… aaaaahhhhhhhh. Muito bom! Parece que a estou a sentir aqui a
escorregar pela goela…
Em
pleno século XXI, nestes dias de frenesim louco ainda há imagens deliciosas assim.
Um velhote que teve a já tão pouco habitual deferência de me cumprimentar
desejando boa tarde, tratando-me por senhor, estava a ouvir telefonia à porta
de casa gozando o sol que já descia. Com calma e prazer. Coisas raras na
voragem tempos que correm.
2 comentários:
Venha de lá essa revolução.
Um abraço
:)
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