Só por manifesta
falta de tempo é que não pude manifestar aqui, na minha casa virtual, o meu
pesar pela morte de James Gandolfini, o ator que para mim ERA Tony Soprano. Único e insubstituível! O
coração traiu-o e morreu esta semana, no dia 19 de Junho. Passou para o outro
lado com apenas 51 anos de idade. Era muito jovem. Too young to die, dirão os
seus comparsas, os da sua famiglia sempre vestidos de t-shirts de alças,
suspensórios, calças vincadas e sapatos engraxados ao brilho numa esquina de Nova
Jérsia onde costumavam passar as tardes a magicar sobre as últimas jogadas para
enriquecer da maneira mais fácil e ilícita. Fosse no célebre clube de strip
Bada Bing! do qual eram proprietários, numa qualquer tramóia do negócio dos
lixos onde criavam fortuna ou apenas a vender da branquinha, o certo era que
alguma coisa haveria de dar dinheiro.
Não me consigo
recordar de uma outra personagem que se colasse tanto ao ator. James Gandolfini
fez outros papéis em televisão e no cinema mas, nenhum outro sequer almejou a chegar
lá perto da sua personificação de Tony, o líder dos sopranos, o chefe mafioso
deprimido mais famoso da história.
Digam o que disserem,
também estou de luto porque morreu o Tony Soprano. Apaixonei-me por esta série
e ela era de longe, a anos-luz de distância da concorrência, a minha série de
televisão favorita. Ainda tenho lá pra ao arquivo multimédia do sótão, caixas
de séries completas que importei pela net. Ao nível de importância na minha
vida, apenas os Simpsons com os quais me delício há décadas e os X Files
andaram lá perto. Perto mas muuuuito atrás.
A figura do chefe da
máfia que colocava a vida em questão arrebatou-me. Mas não foi só ele. Todo o
elenco era delicioso, repleto de personagens inesquecíveis: o sobrinho
Christopher Moltisanti sempre agarrado à branquinha; Silvio Dante protagonizado por Steven Van
Zandt, guitarrista da E Street Band do Boss Springsteen e Paul Gualtieri,
tratado na família pelo diminuitivo Paulie deram-me horas, centenas de horas de
puro prazer à frente do ecrã.
Eu vivi tanto aquilo,
identifiquei-me tanto com a forma de sentir e pensar do Tony que acho que até cheguei,
tal como ele, a ter sonhos eróticos com a sua psicanalista, a
Dra. Melfi.
Fosse a jogar
snooker, poker, dados, a roubar ou a matar, vê-los trabalhar era um prazer. Tão
feliz que fui com eles.
James Gandolfini morreu
de ataque cardíaco em Itália. Não havia forma, nem local mais apropriados. Até
a morrer representou. Paz há sua alma. Numa tirada ao melhor estilo da sua
personagem: “Que esteja lá muitos anos sem nós!”
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