domingo, 4 de agosto de 2013

Um pedido de desculpas


Fotografia tirada por ele com o meu telemóvel. Estou-me a rir porque tirei 5 ou 6 seguidas e ficaram todas tremidas e horríveis. Vejam o ar dele e a minha cara de parvo


Agora que é fim de semana e estou mais calmo, com mais vontade de escrever ao computador, tenho tempo e vontade de vir ao blogue.

O desgaste no meu trabalho, nas finanças tem sido tão grande que chego muitas vezes ao fim do dia sem vontade de ver computadores, sem vontade de ler jornais, sem vontade de ver televisão, sem sequer vontade de passear à noite com a minha mulher e as minhas filhas que deveria ser um prazer enorme mas para o qual não tenho tido sequer força. Elas, mãe e filhas, compreensivas, percebem que é preferível verem o pai bem e a descansar em casa do que o terem ao pé de si, em passeio, cansado. Elas, que já tiveram sem mim meses a fio quando estava do outro lado, em coma, no hospital, preferem ter o pai bem do que não o terem como no passado recente.

Bom, mas não foi para isso que eu aqui vim hoje. A minha ideia e intenção é apresentar um pedido de desculpas ao meu irmão, Miguel Eduardo Lopes Sobreiro, 6 anos mais novo que eu. Aqui há dias, uns textos atrás, escrevi que eu era o Sabi original e havia uma imitação algarvia barata, vizinha do Camarinha mas era do Sporting e como tal, não era a autêntica. Fui duro. O gajo… fino, nem sequer ripostou. Passou-lhe ao lado. Nível.

Eu estava ferido porque por vezes, os da idade dele dizem-me: “ Aaahh… tu és o irmão do Sabi”. E eu respondo: “Não bébé, EU SOU o Sabi. O outro, quando muito, é o júnior, como eu lhe chamo. Mas eu sou o Sabi. O original. Foi a mim que me batizaram assim no ciclo.”

Hoje venho aqui publicamente pedir-lhe desculpas. Ao meu irmão, o Sabi Jr. Ele que é em muitas coisas superior ao original. Para já é muito inteligente e considero que aqui não leva grande vantagem. Não há falsas modéstias. Mas há áreas em que se destaca de mim, claramente. Em matemática (tirou Gestão de Empresas), a informática, em futebol, em beleza… (porque sempre o achei muito mais bonito que eu que não me considero nada bonito, palavra!) e já não posso dizer mais senão fica baboso.

Vou sempre de férias para Portimão, para junto dele. Já que as minhas pequenas, as 3, querem praia e eu também, sabendo que o Algarve é o melhor destino no nosso país… já que temos de descer, ao menos acampamos junto a ele, que vive lá. Alugamos uma casinha muito simpática há muitos anos e é um desfrute total. É só atravessar a estrada e estamos logo no areal, no Vau. Ele mora a minutos e mete-se facilmente lá. De Vespa 125 cc é um salto.

Isto tudo para contar uma história que é privada mas que quero aqui tornar pública. Há dias, estando de férias no Algarve, deixámos os putos e as mulheres em casa à noite e fomos sair os dois. Nada de noitada, nada de discos, nada de gajedo, apenas uma voltinha até cedo, meia–noite e tal. Atracámos no Aqua, o maior centro comercial do Algarve. A ideia era ajudar-me a escolher o meu novo telemóvel. Não queria gastar muito mas queria uma coisa em condições, que desse para ouvir música, ir à net e, já agora, telefonar!

Como aderi ao M4O recentemente, fomos à loja do MEO e aconselhou-me o Sony Xperia Go. Eu sou um  nhurro na matéria, apenas percebo a óptica do utilizador e nem sei se o utilizador tem uma óptica. Ele é um crânio a informática, como lhe chama o nosso grande amigo Rui Felino, e eu embarquei naquela. Comprei cá na Worten em Portalegre, para deixar aqui o dinheiro e para não permitir que acabe tudo no interior mas ainda nem sequer o utilizei. Ainda não tive tempo de o estudar como gosto e aquilo parece-me um mundo. Modernices… Aquela cena parece-me mais um computador de bolso do que um telefone. 199, 90€. Bom! Barato e está quase a esgotar em todo o país pela relação preço/qualidade.

Nessa noite, dois alentejanos no Algarve foram jantar… (suspense)… ÀS BIFANAS DE VENDAS NOVAS! Maravilhosas! E liguei logo ao Rui porque mora lá, no Alentejo. Um franchising de sonho.

No dia seguinte mandei ums sms ao meu irmão a agradecer a ajuda dizendo algo como isto (desculpa revelar): “Obrigado pela noite que passámos juntos e pela tua ajuda. Foi muito importante na nova aquisição. Só houve dois homens que eu amei na vida. Um partiu cedo demais, com apenas mais 9 anos que eu agora. Mas se lhe dissesse que o amava, ele que foi um revolucionário e um gajo que sempre foi a todas, chamava-me logo paneleiro. “ Ó Pedro: aos gajos não se diz que se ama. Isso é às mulheres! Vai-te lá amolar!” (Parece que o estou a imaginar). Mas a ti, Miguel, posso dizer-te que te amo.”

Minutos depois respondeu-me: “És um paneleiro!”

Fartei-me de rir e respondi-lhe: “Quando mais não seja, por ti, o pai continua vivo.”

Um abraço,

Fica bem.

4 comentários:

zira disse...

Quem ler o texto, vai aceitar como certo que não foste tu e o teu irmão a aceitar os "outros" sem que se descriminem por rótulos. As vezes não somos o que parecemos, e acredito que o termo utilizado não seja mais que "palavras da boca para fora".Ou então falhei na educação deles...

John The Revelator disse...

Calma mãe, não foi para ofender ninguém. Foi apenas para o fazer rir mais uma vez. beijinho

Helena Barreta disse...

Partilho com o seu irmão o ser do Sporting.

Um abraço

jane disse...

Sim ...o saudoso GRANDE JOÃO SOBREIRO
com a SUA maneira engraçada de falar,
diria (os homens não se amam )

Joaquim Eliseu