Amanhã
entro nas minhas Christmas Holidays, a designação no léxico Sabinesco para batizar
as faltas marcadas no plano anual superiormente aprovado e articulado com os
colegas do serviço. Tudo isto foi pensado para não chocar com os planos de
férias já marcados e vai ser muito bem aproveitado. Traduzido significa que
entre as férias, a greve do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos de dia 23
e as tolerâncias de ponto para a função pública, só regressarei à Casa do
Brasão no dia 26 de Dezembro. J
Para
marcar a entrada nesta época mágica tão sonhada e desejada, utilizo a arte da
minha filha Leonor.
Utilizo-a
nos desenhos que ama desde pequenina. Estes foram repescados do Natal do ano
passado, feitos quando ela tinha apenas 11.
Utilizo
a arte dela para desejar Feliz Natal aos meus leitores também na escrita porque
participou neste ano com este texto num concurso da sua escola de contos de
Natal. A princípio não foi aceite. A pobre ficou toda triste porque não o
aprovaram por ser extenso demais. Tanto empenho dela, só dela, na imaginação e
na redacção, ficaria assim por terra por ser… grande demais. Eu achei mal mas
não me meti. Longe de mim. Caí fora. Mas parece que reconsideraram e acabaram
por aceitá-lo.
Teve
de o bater a computador e a única ajuda que lhe dei foi a passa-lo, tal e qual
como ela tinha, sem quaisquer arranjos, sem alterar frases ou pontuações. Não
tinha ideia de o fazer (queria deixar tudo para ela) mas nessa noite em que ela
falou que no dia seguinte lho aceitariam, já era quase meia noite e ela ainda
passava o texto a Word no quarto. Ofereci-lhe os préstimos e ficou de luz acesa,
encostada por cima dos lençóis, presumo que à espera de ver o resultado. Quando
terminei, uma página e meia depois, não muito mais que 15 minutos passados, já
dormia. Melhor, já ressonava. Tapei-a, desliguei a luz e gravei numa pen de
onde agora o tiro para publicar aqui.
Feliz
Natal a todos.
Um dia para o Natal
Era uma vez, numa
aldeia, bem lá no Norte de Portugal, onde está sempre frio e a nevar, viviam
dois irmãos, Eduardo e Madalena, que, apesar do frio, nunca perdiam a sua
energia.
Eram quatro da
manhã e a família Monteiro já estava a arrumar as coisas para a primeira ida a
Lisboa do Eduardo e da Madalena. Passado algumas horas de viagem, ouviu-se:
-Mãe! Mãe! Aquilo
é Lisboa?-gritou a Madalena.
-Sim, filha. -respondeu
a mãe.
-Uau! É lindo! –
exclamou o Eduardo.
Quando chegaram ao
hotel ficaram fascinados, tanta gente, tanta luz e cor!
Já no quarto o
Eduardo perguntou:
-Onde vamos agora?
-Vamos ao Colombo.
– disse o pai .
-O que é isso?-
interrogou a Madalena.
- É um sítio onde
há lojas, restaurantes e como estamos próximos do Natal, o Pai Natal e os
duendes vão lá para saber o que é que os meninos querem para o Natal. –
explicou a mãe enquanto lhe vestia o casaco.
- Que bom! Que
bom! Tenho de lhe dizer que quero uma Barbie, um cão, um vestido novo…- e assim
foi a Madalena a tagarelar sobre as suas inúmeras prendas até ao Colombo.
Na fila para ver o
Pai Natal, reclamou o pai:
-Credo! Tanto
tempo à espera de um homem de barbas brancas e vestido vermelho…
Madalena olhou o pai
com um olhar matador.
- Desculpa,
filha.- desculpou o pai.
Madalena exclamou:
- Olhem! Olhem!
Vem aí um duende! Deve ser uma mensagem do Pai Natal pra mim!
-Madalena! Chiu!-
ralhou o irmão.
O duende começou a
falar:
-Estou tão
contente por ver tantos meninos e meninas à espera do Pai Natal! Mas,
infelizmente uma das suas renas adoeceu.
-Oh! Mas que mau.-
lamentaram os irmãos.
-Não fiquem assim.
Vamos ver um filme, querem?- confortou a mãe.
-Ok.-disse a
Madalena, que estava de coração partido por não ver o Pai Natal.
Depois do filme
ter acabado, os irmãos já não se sentiam tão tristes.
- Então e se
fossemos lanchar?- sugeriu o pai.
-Sim! Estou
esfomeado!- disse o Eduardo.
Resolveram ir
lanchar e depois ir comprar roupa nova. Já na loja, ouvia-se a Madalena e o
Eduardo a admirar os chapéus, os vestidos, as camisas e os colares.
- Mãe! Olha que
vestido lindo!
-Mãe! Não gostas
deste chapéu pra mim?
-Pai! Que tal fico
com esta T-shirt?
-Pai! Não fico
linda com esta saia?
Os pais já não os
aguentavam. Estavam insuportáveis.
- Então e se
fossemos à loja dos brinquedos?
Mal tinham acabado
de dizer isto, já os irmãos estavam à porta da loja a dizer:
- Vamos! Toca a
despachar!
Na loja, os olhos
deles brilhavam. Nunca na sua vida tinham visto tantos brinquedos.
Estavam perdidos em
tanto brilho e cor. Passaram as horas e os irmãos começaram a afastar-se dos
pais.
- Mãe, o que achas desta… Mãe? Mãe?!?
Os dois viraram-se perdidos na loja. Sem os pais ou alguém
para pedir ajuda.
- Eduardo! Como vamos ver dos pais? Ou, melhor, sair daqui?
-Calma, Madalena! – acalmou-a o irmão.
Quando deu por si, viu a irmã a bater na porta e a gritar por
ajuda.
-Não adianta, Madalena. Não há ninguém no centro.
Ambos se sentaram numa ponta da loja, em silêncio, e ficaram
assim durante algum tempo, até que se ouviu um barulho.
- Ouviste isto?- interrogou o Eduardo.
- Sim. O que será?- perguntou Madalena.
Os irmãos seguiram o barulho e nem acreditavam no que viam. Os
brinquedos ganhavam vida!
Então os irmãos seguiram-nos até a um armazém onde se
encontrava uma saída para o topo do centro comercial onde se via um pouco de
Lisboa.
Aí estava um trenó com
homenzinhos baixos e vestidos de vermelho e verde.
-Achas que são… duendes?- sussurrou a Madalena.
-Oh, Madalena! Deixa –te de disparates! Entra mas é lá pra
dentro!- barafustou o Eduardo.
Muito sorrateiramente, os irmãos entraram no trenó e foram
para onde os “duendes” os levaram. Nesse trenó, levantou-se uma cabecita:
- Madalena… Olha só onde acho estamos…
-Estamos na fábrica de brinquedos do Pai Natal! – respondeu
surpreendida a irmã.
Quando pousaram o trenó, os irmãos entraram muito rapidamente
para a fábrica.
Era inacreditável existir algo tão belo. Havia bonecas,
carros, ursinhos , bolas e muito muito mais.
-Eduardo! Eu não estou a ver bem! Aquele é o Pai Natal?
-Oh! Pois é !
Mas ao lado do Pai Natal havia um calendário e depois de tanto
tempo a admirar aquela figura mítica, Eduardo abriu a boca e disse gaguejando:
- Ma.. Ma… a..da…lena… Hoje é dia 23…
- “E?”, interrogou a irmã
-“Faltam dois dias para o Natal!”
Os irmãos olharam um para o outro. Como iriam passar o Natal
com os pais? Será que o iriam passar com alguém?
- “Temos de pedir ajuda ao Pai Natal”, lembrou a
Madalena.
-
“Tu não deves estar boa da cabeça! Mas se tem de ser… Vamos lá!”
Muito
devagarinho bateram à porta do Pai Natal. Ouviram uma voz que os mandou entrar.
Os irmãos embatucaram.
-
“Olá! Há tanto tempo que não vejo um menino de verdade…”, cumprimentou o Pai
Natal.
-
“Bem… sabe… nós somos de Portugal, perdemo-nos dos nossos pais e… Bem… é uma
longa história, sabe? Agora o que queríamos mesmo era ir passar o Natal com a
nossa família. Será que nos pode ajudar?”
-“Claro
que sim! Tenho umas encomendas para entregar nesse país e deixo-vos lá. Vamos?”
Os
irmãos ajudaram o Pai Natal e assim chegaram a casa.
Os
pais quando os viram nem queriam acreditar. Eles correram e contaram a história
das suas vidas.
Leonor Sobreiro
12 anos
2 comentários:
Parabéns à Leonor, pelo texto e pelos desenhos.
Também lhe desejo um Feliz Natal, a si e a toda a sua Família.
Um abraço
Parabéns Leonor!!! o texto a pontuação, a imaginação estão patentes naquilo que gostas de fazer. Luta por isso agora já, porque os sonhos são metas de vida.Ah!!! e não percas a a desenvoltura nem a alegria que te é carateristica.Bj
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