Sporting a cantar de galo
(pouco tempo antes da missa do primo. Numa altura do ano em que já costuma estar tostado depois de ter feito canjinha)
Eu
gosto de bola. Curto ver um jogo de futebol, prontos. São 90 minutos bem passados.
Quando o jogo é bom, bem disputado, o tempo não custa a passar. Se for à maneira,
com as defesas abertas, apostando no ataque, à boa maneira britânica… então é
do tipo rollercoaster ride. Sempre à abrir. Se for assim uma cena à italiana,
uns fechados lá atrás, outros sempre em bloco… é mais aborrecido. Não sou
entendido da matéria, eu sei. Nunca joguei a sério, nunca brilhei. O Bugalhão
acusa-me sempre de ter ido ver de mim à Beirã para jogar no Arenense e eu lhe
ter dito que “não pá… eu é mais discotecas e música e gaijas” e assim me
transformei no Vitor Batista do GDA. O mais longe que cheguei for jogar no torneio
estival com os COUVE ROXA dos quais fui fundador, com os refundidos que não
eram convidados para jogar em nenhuma outra equipa. Depois fundiram-se com uma
congénere do mesmo calibre, os VOLKSWAGEN originando os COUVE SELVAGEM, tipo
uma selecção do Resto do Mundo versão pior de Santo António que só durou uma
temporada vai lá Deus saber porquê.
Passemos
adiante para dizer que hoje, depois de muito tempo, depois de se calhar mais de
1 mês, vi um jogo de futebol com atenção. Calado, a pensar no que via, a tentar
ler o jogo, passei assim o período entre as 17.45h e o jantar. Dantes, antes da
Troika, era assinante da Sport tv. É certo que aquela merda tinha programas e
jogos em demasia. É certo que apenas via o Benfica e pouco mais. Agora que o
Benfica tem um canal próprio mais barato, nem a isso chego. Dantes era sócio e
dei-lhes dinheiro. Agora nem esse canal barato pago e vejo na Sport tv dos
pobres mas espertos, numa palavra que começa pela letra i, termina na letra t e
pelo meio tem as letras nterne.
Mas
o jogo prometia. Caso ganhasse, o Sporting classificar-se-ia em primeiro lugar isolado
no campeonato, 9 anos depois disso ter acontecido pela última vez. Mas para o
fazer tinha que vencer um Gil Vicente motivadíssimo que ocupava o 4º lugar e
não perdia em casa há sei lá quantas jornadas. Antevia-se um choque duro e
entretido de ver.
O
Sporting entrou respeitoso, comedido, a espaços, gerindo bem o jogo, controlando-o
à distância. Foi dominando lentamente, sem sobressalto e Montero marcou num
lance de goleador. Passados 15 minutos aproveitou o oportuno e concretizou. Fez
o que se pede a um avançado: mata quando tem de matar.
Os
lagart (ai! Desculpem… não é defeito, é feitio…) O Sporting (assim é que é) foi
gerindo a magra vantagem sem grandes sobressaltos. Quando o Gil tentou subir, a
mais que certa expulsão do gigante cabo verdeano Pecks, partiu a equipa e
deitou por terra os sonhos de um mal menor.
Em
futebol, quando não se marca… e aqui foi o inevitável Montero, sempre elegante,
sempre a desfilar que empurrou as esperanças dos galorôs, num segundo tento em
que estava claramente dentro de jogo.
Qual
é o balanço do vosso Tio Sabi depois do visionamento deste desafio? É que a
equipa portuguesa que está mais perto de se poder vir a sagrar campeã nacional
é o Sporting. E porquê? perguntam vocês, sentando-vos no meu colinho.
O
Tio explica: O Benfica está queimado. Cada dia que o JJ passa lá a mais, é um
dia a mais que passa. O prazo daquele homem já se expirou há 2 ou 3 temporadas
e na última chegou mesmo a azedar de tantos resíduos radioativos que contém. Eu
quero lá saber se ele ia para o Porto se o despedíssemos ou para o raio que o
parta com uma faísca no centro daquela melena desgrenhada. Se eu fosse
presidente, chamava-o ao gabinete e apenas lhe dizia: “foste.” Mas o Kaddaffi dos pneus… ...
O
Porto não está muito melhor e o problema também passa pelo treinador. O Paulo é
bom rapaz, já tem a vacina rábica nortenha dada pelo Pintinho mas vai criando
alguns ou muitos anticorpos à volta. Não o querem lá e a coisa começa a
complicar. Ou o Papa dos 300 nortenho o mantém lá e adia a desgraça, o que lhe
pode arruinar o campeonato, ou concede que errou e aí as coisas podem mudar,
mudando de treinador. Tem lá muitos e bons mas levaram-lhe o Moutinho e o James
e a meia equipa que eles valem.
Dois
grande estão adiados. O campo está aberto para o 3º grande que corre por fora e
diz que não quer ser candidato,
o que é o assumir de um low-profile complicado.
O
Sporting é A equipa. Equipa com A grande. Competência e combatividade. Jardim
dá instruções para os seus soldados no terreno. Dá gosto vê-lo trabalhar porque
sabe o que está a fazer. Não se mete aos gritos feita maluca a barafustar sei
lá com quem como o nosso; nem se mete a inventar o futebol com rabiscos em
folhinhas com os adjuntos como lá o de cima, querendo inventar o que já foi
inventado há muito tempo.
Isto
promete. É que os ciganos também não gostam de ver bons princípios aos filhos…
dos outros!
A
reportagem feita com fotos e vídeos por quem sabe e vive disto, aqui:
Em
homenagem ao que vi e escrevi, um tema dos Beloved dedicado aos meus sportinguistas
do meu coração: um que já cá não está entre nós encorpado, ao meu irmão que lhe
sucede na linha dinástica sportinguista, à minha madrinha Fátima e a todos que
prezo como amigos: o meu colega João Correia, os manos Costa (José Carlos e
Artur), Rui Boto, Cláudio Gordo, o menino Arturzinho e acho que não me esqueci de nenhum porque cada
vez são menos… até aqui! A continuar assim…
2 comentários:
Jogo a jogo... as contas no final. Só faltou dizer que isto tudo se deve a uma pessoa chamada Bruno Carvalho. Graças a ele, o Sporting é nosso outra vez. Abraço.
O Sporting está, novamente, no bom caminho.
Um abraço
Enviar um comentário