Desde sempre ouvimos dizer que plantar uma árvore, ter
um filho, e escrever um livro, são metas a alcançar para quem almeja ter uma
vida completa, se o conseguir fazer até ao seu último estertor.
Ainda não tive oportunidade de ler esta sua obra de
estreia, lançada no dia de ontem (23mar24), e por isso mesmo (apesar de já lhe
conhecer as suas lindas filhas, que gerou com o sempre simpático Victor Pragosa
), não poderei assegurar se já plantou uma árvore; mas a partir de ontem,
segundo o que sei, a Natalia Batista
já tem 66,66% do objetivo cumprido!
Chegada a este mundo um par de anos antes de mim (que
não especificarei por gentileza e cortesia, que as senhoras nunca gostam de
esmiuçar estas matérias, e porque está tão em forma e bem conservada, que mais
parece minha filha), sempre a soube amante das letras. Fosse dos tempos em que
estudávamos em Lisboa, quando partilhámos viagens no Expresso; fosse em
conversas que trocámos em espaços que ambos frequentávamos (Santo António
também não tem assim tantos), cedo percebi que era da "turma" dos
livros, das leituras, dessas tertúlias de palavras.
Foi por isso que ontem acorri com muita satisfação ao
lançamento da sua obra de estreia "Venho de lá", ou seja, de cá, com
o subtítulo "Estórias e memórias" de Marvão", a nossa terra.
Seguramente que todos nós nos orgulhamos por uma alma que nasceu na nossa
terra, ter conseguido meter uma "lança em África" no mundo dos , que parece cada
vez mais arcaico, por nada ter de tecnológico, num mundo que é cada vez mais de
bytes, píxeis, rams e processadores.
A sala n° 1 do GDA, essas belíssimas novas instalações
que só foram possíveis graças ao feliz casamento com o Município de Marvão,
que permitiu um inteligente aproveitamento de fundos europeus, e garantiu uma
sala de alta categoria para o concelho, versátil para todo o tipo de
espetáculos/manifestações; estava ontem com uma calorosa audiência que a
enchia, e garantia um muito aconchegante calor humano.
Falou o presidente Luís Luis Vitorino,
com o seu estilo nada coloquial mas assaz pragmático e eficiente, que em poucas
palavras disse tudo o que um presidente na sua situação (na apresentação da
estreia literária de uma natural) deveria dizer. Claro, curto, conciso e
acertado!
Palavras também do editor Fernando Mão de Ferro
da editora Colibri, uma verdadeira fada-madrinha (peço desculpa pela analogia e
ainda mais pelo desvio de género, em nada intencional, garanto, até porque
estimo imenso o visado) dos potenciais escritores do concelho que, como sempre,
impressionou pela sua humildade, bondade, boa educação, vontade de ajudar a
fazer, e ser mola de desenvolvimento. Que em boa hora os senhores do destino
cruzaram os nossos caminhos...
A apresentação da obra coube a uma antiga professora
da Natália, que ocasionalmente reencontrou passados muitos anos, num momento em
que ambas puderam experienciar aquele feliz instante em que revemos uma alma
com a qual nos identificámos certo dia, porque se cria de súbito um vórtice
temporal que anula as agruras do tempo, e faz com que a distância de anos
pareça... escassos minutos.
Mulher de cultura, que se mexe, se move e que respira
na área, começou a brilhar assim que abriu a boca, como que se fosse um puto
potencial craque de bola que começa a dar toques assim que o esférico lhe chega
próximo. Dali resultou aquilo que deve nascer sempre num evento do gênero:
vontade de o começar a devorar.
Um livro... fica!, e... isso é tudo. Um livro nem
sequer é o seu blogue "escreve-me devagar" que é como se fosse um seu
filho, e um companheiro de sempre. Um livro , é um livro! Toca-se, manuseia-se,
guarda-se, fica para a eternidade, e por isso é tão importante.
Na apresentação houve também momentos de leitura de
trechos, todos muito sentidos e intensos, por diversos convidados previamente
selecionados pela autora. No final, houve ela. Houve a Natália, ela própria,
não conseguindo esconder a alegria (até porque não tinha nada de o fazer!). Foi
um momento de glória, todo seu, só seu!, que foi tão bom de assistir que todos
tomámos um banho de orgulho comum.
Por isso e por tudo mais, muito mais, MUITOS PARABÉNS,
miúda!!!!
O Município também escreveu sobre. Só uma nota: na
foto em que apareço, não estava a dormir! Estava com a cabeça de lado, para ver
certo prisma, e fui mal apanhado. Das duas uma: ou foi o ângulo que foi mau
(essa foi de certeza), ou o editor não gosta de mim (porque se sim, nunca teria
publicado). Tenho dito! Aqui:
Sem comentários:
Enviar um comentário