domingo, 26 de agosto de 2007

A nossa cientista


Já tinha lido sobre ela há algum tempo atrás. Agora voltei a reencontrá-la num jornal da nossa praça. A Isabel é do meu tempo do Liceu. Estudámos juntos em Portalegre. Não na mesma turma, mas na mesma escola, só que ela era de ciências e eu, de letras. De qualquer das formas, conhecemo-nos, tínhamos amigos comuns e recordo-me que se ria muito das coisas que eu dizia. Recordo-me que fechava os olhos quando se ria e eu tenho uma teoria que as pessoas que fecham os olhos quando se riem são honestas porque mostram tudo o que têm, desfrutam do acto de rir como se o quisessem só para elas. Tinha um sorriso bonito e estava sempre bem disposta. Não éramos assim amigos íntimos, mas recordo-me de falarmos e convivermos. Era do meu tempo pois.

Depois, como a muitos outros, perdi-lhe o rasto. Nunca mais a vi, mas li algures que estava a fazer uma carreira brilhante que agora confirmei. Realmente, um artigo na revista Science, não é para qualquer um e para mais, parece que as suas pesquisas têm sido muito profícuas e importantes para a humanidade.

O seu sucesso enche-me de orgulho por ela. Por ser portuguesa, por ser alentejana, por ser do meu distrito, por ter sido minha contemporânea. Fico feliz pelo seu percurso e desejo que vá o mais longe que puder.

Se eu fosse o Correia da Luz, já tinha dado o seu nome a uma rua, ou a um jardim, que é mais apropriado.

A Isabel é grande. E vai um gajo às vezes pensar que vale alguma coisa…

Boa sorte!

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