Não há vez nenhuma que entre num hipermercado, e com isto digo uma coisa assim a sério, tipo de Jumbo para cima, que não tenha a sensação que vou fazer a compra de uma vida, tipo uma coisa que eu quero mesmo muito, a uma preço ultra-incrível.
Sim, sim, eu sei que pode ser influência da publicidade e da televisão e dessas merdas todas, mas isto está de tal maneira enfiado na cachimónia que não consigo evitar uma estranha sensação de que me vai acontecer uma coisa em grande de cada vez que passo nas portas automáticas.
E depois há sempre aquela cena dos livros do Tio Patinhas, do gajo que entrava na loja e era o milionésimo freguês e lhe saía uma ilha no Pacífico ou coisa que o valha.
Se fosse uma pergunta da Prova Geral de Acesso, eu dizia que para mim, hipermercado (dos grandes! onde os empregados repõe os stocks de patins em linha…) é sinónimo de boa compra.
Da última vez, foi mesmo.
Direitinho à prateleira dos dvds, procurei por uma pechincha, algo que merecesse os euros e não é que encontrei aquela obra-prima que persigo há anos?
Por estas alturas, já todos sabem que para mim, o cinema é mesmo a arte maior de todas porque quando é de excelência, casa mesmo os saberes de todas como nenhuma outra.
A felicidade estava escondida no meio de muita tralha, sob a comemoração de 100 anos do cinema, por 9.90€, a brilhar como um diamante na lama, chamando por mim, e dizia a letras douradas, “Veludo Azul”.
“Aaaaahhhhh. Sim, minha jóia preciosa… Vem ao paizinho, para nunca mais saíres da minha prateleira e podermos passar juntos muitas noites na companhia um do outro”.
Sou fã absoluto da obra de David Lynch e creio que nenhum outro realizador influenciou tanto a minha maneira de ver o mundo e o cinema, como ele. Sou dono de praticamente toda a sua produção e este “Veludo Azul” era peça-mestra que faltava no puzzle.
Apesar de terem passado muitos anos desde a primeira vez que o visionei, numa noite longa da RTP, nunca mais me esqueci do profundo impacto que teve em mim e da vontade que tive de o rever de imediato.
Nos documentários que recheiam esta edição especial, surge um Lynch bem mais novo a explicar como a ideia do filme lhe surgiu e como foi amadurecendo ao longo dos anos nos confins da sua mente mirabolante. E que viagem nos preparou…
Depois do reencontro, a mesma dúvida, o mesmo mistério e o mesmo sentido de arrebatamento. Brutal é a palavra para uma obra mais que perfeita. Ali, o domínio da narrativa, os timmings, a gestão das palavras, a genial banda sonora, toda a mise-en-scene é perfeita e inigualável criando um universo onírico que serve de sementeira para todo o legado que se seguiria.
Perturbador e sinistro, “Veludo Azul” é o bilhete para um reino fantasmagórico do qual ninguém sai ileso.
Não me vou armar aqui em linguarudo e desvendar o que quer que seja que possa estragar a surpresa do primeiro impacto, mas tenho que dizer que o mais interessante de tudo é que a acção se passa em Lumberton, USA, mas se podia passar em Santo António das Areias ou qualquer outro lugar pacato, pequeno e normal das redondezas.
Já em Twin Peaks, pequena cidade industrial, também assim era porque o que se trata aqui é o mergulho nessa ténue linha limite que separa o real do irreal, e nos transporta para mundos paralelos com os quais jamais imaginamos sequer sonhar.
Aos nossos olhos, a pacata e sobranceira normalidade de um lugar quase perfeito é quebrada por uma inusitada descoberta que levanta o véu para um vórtice de erotismo, violência e loucura capaz de conduzir qualquer um à paranóia.
Elegia do submundo, queda no lado negro da alma, sem ele, não teríamos toda uma geração de cineastas que ousaram desafiar os limites e elevar o cinema ao pedestal que sempre lhe pertenceu por direito, desde que os irmãos Lumiére assim o sonharam.
E depois, os actores, senhores, os actores… um Dennis Hopper num delírio constante e em registo genial a roçar a perfeição; um Kyle Maclachlan que se revela como actor-fétiche; uma Isabella Rossellini que honra com orgulho as suas raízes cinéfilas (filha da grande Ingrid Bergman e de Roberto Rossellini), uma Laura Dern em plena graça adolescente e um Dean Stockwell que rouba o filme em 5 minutos, numa prestação que marca o início de um voo picado face ao abismo.
Diziam os professores que o homem é um animal social e quando estala o verniz… sai a besta. Este poderia ser o resumo do filme de que vos falo.
E pode o pessoal dizer, “ah, há filmes de terror melhores, há filmes de acção melhores, há thrillers melhores e acho que não gostei”. Cada um é livre de ter a sua opinião. Os filmes do Visconti põe os críticos conceituados a ladrar em duas patas e eu não suporto 5 minutos da seca. Pode haver filmes melhores mas para mim não há. Este está no Olimpo do qual jamais poderá cair. Para sempre entre os 10 primeiros!
No caso de haver interessados. Alugo a 5 euros por hora, sob fiança e com caução do BI.
De repente, o filme entrou e a minha casa ficou mais cheia.
Sim, sim, eu sei que pode ser influência da publicidade e da televisão e dessas merdas todas, mas isto está de tal maneira enfiado na cachimónia que não consigo evitar uma estranha sensação de que me vai acontecer uma coisa em grande de cada vez que passo nas portas automáticas.
E depois há sempre aquela cena dos livros do Tio Patinhas, do gajo que entrava na loja e era o milionésimo freguês e lhe saía uma ilha no Pacífico ou coisa que o valha.
Se fosse uma pergunta da Prova Geral de Acesso, eu dizia que para mim, hipermercado (dos grandes! onde os empregados repõe os stocks de patins em linha…) é sinónimo de boa compra.
Da última vez, foi mesmo.
Direitinho à prateleira dos dvds, procurei por uma pechincha, algo que merecesse os euros e não é que encontrei aquela obra-prima que persigo há anos?
Por estas alturas, já todos sabem que para mim, o cinema é mesmo a arte maior de todas porque quando é de excelência, casa mesmo os saberes de todas como nenhuma outra.
A felicidade estava escondida no meio de muita tralha, sob a comemoração de 100 anos do cinema, por 9.90€, a brilhar como um diamante na lama, chamando por mim, e dizia a letras douradas, “Veludo Azul”.
“Aaaaahhhhh. Sim, minha jóia preciosa… Vem ao paizinho, para nunca mais saíres da minha prateleira e podermos passar juntos muitas noites na companhia um do outro”.
Sou fã absoluto da obra de David Lynch e creio que nenhum outro realizador influenciou tanto a minha maneira de ver o mundo e o cinema, como ele. Sou dono de praticamente toda a sua produção e este “Veludo Azul” era peça-mestra que faltava no puzzle.
Apesar de terem passado muitos anos desde a primeira vez que o visionei, numa noite longa da RTP, nunca mais me esqueci do profundo impacto que teve em mim e da vontade que tive de o rever de imediato.
Nos documentários que recheiam esta edição especial, surge um Lynch bem mais novo a explicar como a ideia do filme lhe surgiu e como foi amadurecendo ao longo dos anos nos confins da sua mente mirabolante. E que viagem nos preparou…
Depois do reencontro, a mesma dúvida, o mesmo mistério e o mesmo sentido de arrebatamento. Brutal é a palavra para uma obra mais que perfeita. Ali, o domínio da narrativa, os timmings, a gestão das palavras, a genial banda sonora, toda a mise-en-scene é perfeita e inigualável criando um universo onírico que serve de sementeira para todo o legado que se seguiria.
Perturbador e sinistro, “Veludo Azul” é o bilhete para um reino fantasmagórico do qual ninguém sai ileso.
Não me vou armar aqui em linguarudo e desvendar o que quer que seja que possa estragar a surpresa do primeiro impacto, mas tenho que dizer que o mais interessante de tudo é que a acção se passa em Lumberton, USA, mas se podia passar em Santo António das Areias ou qualquer outro lugar pacato, pequeno e normal das redondezas.
Já em Twin Peaks, pequena cidade industrial, também assim era porque o que se trata aqui é o mergulho nessa ténue linha limite que separa o real do irreal, e nos transporta para mundos paralelos com os quais jamais imaginamos sequer sonhar.
Aos nossos olhos, a pacata e sobranceira normalidade de um lugar quase perfeito é quebrada por uma inusitada descoberta que levanta o véu para um vórtice de erotismo, violência e loucura capaz de conduzir qualquer um à paranóia.
Elegia do submundo, queda no lado negro da alma, sem ele, não teríamos toda uma geração de cineastas que ousaram desafiar os limites e elevar o cinema ao pedestal que sempre lhe pertenceu por direito, desde que os irmãos Lumiére assim o sonharam.
E depois, os actores, senhores, os actores… um Dennis Hopper num delírio constante e em registo genial a roçar a perfeição; um Kyle Maclachlan que se revela como actor-fétiche; uma Isabella Rossellini que honra com orgulho as suas raízes cinéfilas (filha da grande Ingrid Bergman e de Roberto Rossellini), uma Laura Dern em plena graça adolescente e um Dean Stockwell que rouba o filme em 5 minutos, numa prestação que marca o início de um voo picado face ao abismo.
Diziam os professores que o homem é um animal social e quando estala o verniz… sai a besta. Este poderia ser o resumo do filme de que vos falo.
E pode o pessoal dizer, “ah, há filmes de terror melhores, há filmes de acção melhores, há thrillers melhores e acho que não gostei”. Cada um é livre de ter a sua opinião. Os filmes do Visconti põe os críticos conceituados a ladrar em duas patas e eu não suporto 5 minutos da seca. Pode haver filmes melhores mas para mim não há. Este está no Olimpo do qual jamais poderá cair. Para sempre entre os 10 primeiros!
No caso de haver interessados. Alugo a 5 euros por hora, sob fiança e com caução do BI.
De repente, o filme entrou e a minha casa ficou mais cheia.
21 comentários:
Depois de tanto comentar, estava de retirada por mais uns tempos, mas eis q leio sobre David Lynch e, pois, não me posso calar!
Partilho desta paixão consigo. Claro q já visionei mts dos seus filmes bem depois do tempo em q foram feitos (sou “piquena”), mas o Mulholand Drive já o apanhei numa sessão de cinema. Já o Twin Peaks apanhei em dvd… aliás, a propósito, porque nunca mais sai a edição da 2ª temporada do Twin Peaks em Portugal quando em Espanha já existe há mt tempo… Q pena! É q não fosse a edição espanhola não ter legendas em português, eu não me preocupava com a edição portuguesa (os dvd’s em Espanha são mts vezes mais baratos e com legendas em português só o titulo na lombada nos faz estranheza, mais o resto é igual!).
Lynch é subtil, sublime, expõe a nu a dualidade (bem/mal) da mente humana das personagens e brinca com o tempo. Constrói puzzles q permitem não desvendar um filme ao primeiro visionamento, deixando o sentido oculto, tentando ser captado em vários visionamentos. É mt bom isto de q o sentido de um filme não se perde na primeira vez q se visiona, mas q apela à construção e ao trabalho racional do espectador: “espera aí… isto tem um sentido, mas qual?” – e fica-se a “coçar” até se pensar e repensar qual o sentido. “Ele está lá…”!
Partilho um outro realizador q também admiro mt. Alejandro Amenabar, meio chileno, meio espanhol, já bem conhecido de mts. Ainda jovem, mas já bem vincado no mundo do cinema também, como Lynch, pelo seu modo mt peculiar de contar histórias, ainda q de um modo diferente (Lynch é inimitável). Alguns títulos para os mais curiosos: Tese, Abre os olhos, Os outros, Mar Adentro.
Claro q há mts mais bons realizadores mas, lá está, depende dos gostos de cada um. Também só deixei a minha opinião. Uma reliquia, sem ser do realizador, mas pela personagem para mim é o Poirot. É também essa "pequena maravilha" quando vejo o David Suchet a interpretar a personagem. divinal. ah, mas sou nova, mas não sou cota, q sou uma fã de Matrix... portanto ainda sou "filha do meu tempo" :)
Boa sessão de cinema, é o q lhe desejo. Ver cinema funciona como catarse: mt bom esquecer o mundo real e mergulhar durante 2 horas (ou mais) num outro mundo, esquecendo o nosso. Faz um bem extraordinário! Maior do q notamos.
Em especial para o meu amigo Pedro, o gestor da “tasca” (se passar a pastelaria ou coisa afim, deixo de cá por os pés), aqui vai o meu novo visual…esperando não ter reclamações!
Aproveito ainda, para desejar a todos os “colaboradores da tasca” e restantes frequentadores um feliz natal e um ano novo diferente.
be: Por onde anda o marinheiro do pego ferrêro, será que já foi dentro? Se assim for, faz uns sinais de fumo, que a malta passa por aí a levar um macito de tabaco ou outra coisa que se fume…
bom, isto está a tornar-se... numa pastelaria, mas ... só por cima do é meu cadáver!
enquanto se escrever 'conjectura' em vez de conjuntura; ou 'sinseramente' em vez de... ou... enfim não vou começar outra vez; isto não vai lá com promoções a pastelaria.
e isto comentando o post anterior que, como já vai longo, ainda não disse nada para não encher. mas o diálogo tem que continuar. não neste post, que é do natal, mas cá na TASCA (percebeste pedro? eu não me vou embora. vou é fazer manifs à porta, para que este tasco não seja fechado pela asae ou outra organização iúpi qq.
é bem este post que aqui puseste. preciso de tempo para dizer algo à altura. mas avanço já que, davidelinche é bem, mas é uma coisa de (lá está) iúpis. na minha (não modesta, mas snob) opinião é chão que já deu uvas. é assim tipo pink floyd, queen, sting, genesis, scorpions, bon jovi, e afins (para usar ícones da música pop).
correndo o risco de ofender uma data de gente, afirmo aqui o seguinte:
- a malta que referi atrás é tudo uma cambada de azeiteiros!
prontos, já disse.
abraço
ps. a foto do bugas anterior era má. a d'agora 'inda é pior. não tens imaginação para melhor, 'ti joão? olha que isto é visto em tod'ó mundo. cuidado com as aparências... ;-)
Para terminar a noite em beleza, aqui deixo mais duas rabecadas:
Uma pó dono da tasca, isto é uma tasca e sempre o será. Como sou o último a sair de cá hoje, até já rasguei o cartaz que aqui puseste com a palavrinha meio maricas "pastelaria".
Isto aqui é para homens com tomates e mulheres com ovários. E desculpem os palavrões.
A segunda é pó nosso marujo. Deixa de te meter com os meus gostos musicais, que eu ainda não disse que, se os grupos de que tu gostas tocassem alguma coisa os mens tinham-se enchido de dinheiro. E só para te aquecer um bocadinho mais a cabeça, agora vou-te informar que flipo a ouvir Madredeus, Marisa e maria João. A Pires, não a outra. E toma lá que já almocaste :-)))
Grande abraço, Luis.
ó garraio, tu és mm um lutador (não quezilento). e é claro que já almocei: um pernil de porco, no manjar do marquês, pago pelo meu chefe que se despede hoje desta vida de marújo, q'até estalou!
mas voltando à vaca quente (é dar-lhe enquanto não arrefece), atão espetas com uma data de nomes do musicól que estão no meu panteão, e passa-te pela cabeça que eu não gosto deles? e junta lá a outra m. joão, que a meias com o marinho laginha, são tb do melhor que por cá se faz. e não a desconsideres por ter entrado naqueles concursos das artes que agora estão em voga. todos precisamos de comprar mantêga p'ró pão, e é o q a rapariga tb faz.
mas o que importa agora dizer é que , descontando as vivências de cada um, tudo tem o seu tempo. mais, há música pop intemporal (enfim, n exageremos: há qq coisa que dura mais que 10 ou 20 anos) e há aquela que teve o seu tempo mas já lá vai. mais ou menos como o menino do 'wild at hearth', que passa por ser o melhor filme do animal, na minha opinião. ou seja, tal como não tenho paciência para csi's, 24 horas, perdidos e quejandos, tb já n tenho cú para aturar dinossauros em crise de criatividade.. é muita estranheza, muita dicotomia no cravo e, logo a seguir (que as audiências obrigam), na ferradura.
estou fartinho. 2ª série do tuinpiques (olá marilia)? ainda só vai na 2ª? atão e pq é q n fazem um truinpiques em Marvão, sei lá, a quinquagésima sexta e meia série, por exemplo?
séries? 'les drogues et le cerveau' no odisseia; 'a liga dos últimos' na rtpn; aquela que se passa no alasca, q n m'alembro o nome, da 2; a 'guerra' na 1; e mais não digo, que eu trabalho, e não tenho tempo para taralhoquices.
filmes: tudo do tarantino (acho que este, à volta da dicotomia bem/mal está muitos furos acima, e eu n tenho pachorra para maniqueísmos); o clint feio, mau e vilão, como realizador e já antes nos uésternes esparguete; o kilas (pra falar tb dos tugas); o buñuel (tudo o que houver, e tomara ter tempo para mais); 'citizen kane' (no topo); 'clube de combate' (e quase tudo em que o eduardo e o brad entrem); e, last but the least, de niro e nicholson (...cucos nest, alembras-te?). e ainda o 'blade runner'(já o vi p'ráí umas 768 vezes) e... há mais, mas...
música: não sting (fã dos polícias, mas não em 2007, depois de terem enchido o cu de bago e feito as pazes); não queen (embora sejam corajosos, talentosos e íconográficos); não genesis (mas sim pedro gabriel); não xaropada, percebes? (mas adoro o rouxinol faduncho e os irmãos catita); não rui meloso (embora tenha sido um dos meus grandes ídolos, pela chapada que deu no meio, lá pelos, prontos 'tá bem, finais de '70); não mafalda vesga, não joão pedro pastas, não andré sarnento, não, definitivamente não.
sim a doors, beatles, stones, tom waits, pogues, rem, u2, artic monkeys, costello, morrison, ramones, pistols, smiths, e morrisey, cure, joy division, bauhaus...
tugas todos: bunny runch, o tigger man, gomo, a doninha, x&p, fausto, zeca, rodrigo leão, 7ª legião, brigada vitor jara, e mais e mais e mais...
agora, tal cm te disse lá para trás no post das bezungas, eu e tu somos o mesmo, dentro das diferenças de cada um. explicando d'outra maneira: cada um é como cada qual, e cada qual é cm a mãe que o pariu.
por isso é que comungo de muitas das tuas ideias, mm achando que queen é seca. por isso é que assumo as minhas convicções e critico, sou mordaz, uso sarcasmos, etc. não espero outra coisa de ti, nem de nenhuma companheira ou companheiro da tasca.
é que é por isso é que esta tasca está cada vez mais cheia (a propósito, cm isto está a ficar cheio de gente, e em janeiro os fumadores serão mais perigosos que o gang dos portas lá no Porto, não seria de pensar, em vez de passar a coisa a pastelaria, arranjar um alpendre lá fora, para podermos falar e tascar à vontade? não que estejamos mal aqui, mas se estão para aparecer balcões em inox e brioches para beber com café com leite, a malta mais mal criada sempre pode ir até lá fora. sempre se fuma um cigarrito, e como é nas traseiras a asae não nos vê. os bifes já começaram a fazê-lo e parece que a coisa resulta. à consideração do pedro.).
chega-me vizinho! cheguem-me qd tiver que ser! se eu não me inibo, pq é q alguém o há-de fazer!?
e para o fim digo-te: estou agora a ouvir aquela dos rainha, 'ai uantu breique fri', e n consigo deixar de pensar que a linha mais famosa do tema foi gamada ao manel rafael, aquele do acordeão electrónico, ou ao jéni morandi. mm estando a bater o pé e tudo, vê lá tu.
siga grande garraio. sem paneleirices, adoro-te. és rijo, n desistes e n tens medo de ninguém. agora em relação à música, digo-te como o rouxinol: evulói pá! ou então não, que cada um sabe de si, e o pinto da costa é que sabe de todos.
abraço e, mm sabendo que ainda falaremos até lá, boas festas.
ps. agora não há ps. só no, infelizmente, parlamento e governo.
Eu defendo os Queen! Lá está, cada um tem os seus gostos e AINDA BEM q não gostamos todos do mesmo! Livra, q chatice seria se todos fossemos iguais. QUEEEHORRRORR!
Óh Luís, a falares assim dos Queen, se aparecesses por cá no lume do Natal, há alguns anos a trás, arriscavas-te a levar uma carga de porrada. De mim e do Carpa (Rui Boto), o qual fez, nesse ano de mil novecentos e oitenta e tal, uma inesquecível exibição “Queenesca” debaixo de um chuva escaldante.
Grande Abraço
Bonito Dias
O Dune é um dos meus filmes preferidos de sempre, mas gosto de todosos filmes de "DL". No entanto, aqui me retrato: Falta-me esse, o Homem Elefante e o Inland Empire.
Quanto aos locais de compras de dvd´s, as grandes superfícies são os melhores locais desde que se tenha paciência e perspicácia a encontrá-los.
Se em música sou ignorante, em cinema não falemos. Está para inventar-se o adjectivo que me rotule.
Adorava ver um programa que infelizmente desapareceu, na 2 espanhola, no qual se sentavam à mesa varios críticos, "tiravam os ossos" a um filme, analisando interpretação, realização, direcção, fotografia, etç, etç, e depois, serviam aquela chichinha toda, que era só mastigar, sem espaços publicitários pelo meio. Era fantástico, deveras.
Como é normal, eu vi muito cinema espanhol. E gosto, muito. E recomendo. Até porque eu entendo muito melhor o cinema português e o espanhol e até o francês, que as americanadas do costume, mais ou menos comerciais.
Porque o cinema ibérico, retrata-nos a nós a nossa filosofia, a nossa realidade e até a nossa tesão. Nada de aglosaxonismos de merda.
Recomendo vivamente Almodovar, que toda a gente conhece, Downludei todos os filmes dele e tenho-os guardadinhos no meu PC.
Prá lém disso, há dois filmes espanhóis que me marcaram sobremaneira:
"Luces de Bohemia", conta a história da ultima noite de Max Estrella, um poeta cego e bêbedo até mais não. Obra do grande Valle-Inclán, o gajo que "inventou " o "esperpento". Não sei se há legendado em português, mas este filme, é um sonho mau, é um pesadelo, em noite onde o nevoeiro nunca levanta. Fico a tremer só de pensar.
O segundo, chama-se" Los santos inocentes´" é um filme de Mario Camus, baseado em novela de Miguel Delibes. É brutal. Não sei se alguém conhece, mas repito que é brutal. Tenho em espanhol, não sei se há legendado em português. Se calhar, estou a falar de coisas que vocês já conhecem, mas se não for assim, Luís, tu tens que ver este filme. Brutal, repito. Grande parte foi gravado aqui relativamente perto, em Alburquerque, numa grande herdade.
é a história dos "señoritos" latifundiários e a forma como tratavam os seus criados. Um filme de uma crueldade e de um realismo impressionante. Conheço velhotes que são testemunhas vivas de que as coisas eram assim.
Este filme provocou-me indignação, raiva, revolta. Provocou-me até instintos assaninos e no fim... o fim não posso contar, obviamente.
Vai um abraço.
instintos assassinos, sim...
Tampoco soy muy cinéfila pero me encanta el cine, esta contradicción viene por algo parecido a lo que le pasa a Garraio, me gusta ver películas pero no entiendo mucho de cine, me encanta Almodovar y tambien he visto todas sus películas, comprendo que no es fácil de entender pero es tan original y sus personajes son tan, tan, tan..... españoles.
Estuve en el rodaje de Los santos Inocentes y cuando ví la película me dolió tanto que tuve que salirme del cine, luego volví a verla en televisión, ví el sufrimiento, la rabia, la impotencia, el abuso, el odio, la humillación de tantos de mis antepasados que parecía que el daño me lo estaban haciendo a mi..... no la perdais.... es tan real!.
Cuando tengais tiempo me gustaría que hablarais de literatura pues a mi me gusta mucho leer y acepto consejos: os recomiendo uno de mis favoritos: CIEN AÑOS DE SOLEDAD DE GARCIA MARQUEZ. Lo he leido cinco veces y nunca me canso, he leido también mucho de Eça de Queiros, de Paulo Coelho, de Julio Dinís...
Estoy leyendo ahora La catedral del Mar, es de un español ( Falcones), muy entretenida. Hoy en la Modelo de Portalegre he visto que os gusta Isabel Ayende,a mi tambien y Julia Navarro,es muy buena. No me gusta nada Stephen KIng.
Feliz navidad y que el año os traiga todo bonito. Quiero que nos veamos pronto, ya os llamaré. Besitos.
Olá Goyi.
Não a conheço, mas assuntos destes mexem-me logo. Um olá grande como se fosse uma apresentação em pessoa.
Almodovar... ainda não vi muitos, confesso, vi Kika e agora Volver que me encantou. É muito bom!
Pois literatura também serve muito bem! Um português, actual, muito bom... e alentejano: José Luís Peixoto, que já está traduzido em imensas línguas. Ganhou o premio José Saramago há uns anos com o romance "Nenhum olhar". É dos meus preferidos.
Allende é boa, envolvente. Mais estrangeiro: sou fã de Neil Gaiman que, para além da BD "Sandman", escreve novels num estilo de criar mundos que não existem, mundos criados pela mente (passa-se por um espelho para um outro mundo, por exemplo). Cria um mundo, o mundo que se guarda para ir quando se lê um livro, um mundo fora do nosso, o que acho muito saudável, sair do nosso mundo.
Recordo sempre a "Metamorfose" do Kafka. Gostei muito e, ao mesmo tempo, custou-me a ler pois a historia era difícil. Impressionante.
Abraço.
Ps: tasca ou pastelaria, tanto faz, o q importa é pensar! Pode-se pensar em qq lado, importa é a concentração. A não ser q os homens achem q a presença feminina remete logo para o espaço pastelaria – o q refuto com veemência! Eu, pessoalmente, prefiro mesmo o aconchego de casa e mandar isto pela net. Portanto, "conversa on line" também me serve.
M.
como em tudo na vida, passamos o nosso tempo a aprender. qd temos o cú cheio de certezas, inchamos com o orgulho de termos atingido um qq nirvana, um estado de conhecimento inabalável, seja por factos, seja por opiniões, uma sensação de 'agora sim , esta coisa está fechada e arrumada na gaveta número x. qd precisar está lá arrumadinha, disponível para uso futuro pq é... uma certeza absoluta, e pronto.'.
vem este intróito todo a propósito do que considero ser falta de inspiração de alguns dos artistas, das diversas áreas, que aqui têm sido... ahhh... discutidos. é que, mantendo o que penso e que assumi atrás, não posso deixar de dar a mão à palmatória por causa de ideias feitas (deve ter a ver com os 4 anos em que andei armado em crítico de música, artes e outras actividades lúdicas nos açores).
já havia lido mt coisa sobre josé luís peixoto. nunca tinha lido nada do que ele escreve (erro básico, eu sei). contudo, e apesar dos prémios, das bocas dos amigos, da unanimidade da crítica, achava que o rapaz era mais um. depois a marilia falou dele, nos comments deste post, e eu, lá está, com o snobismo que me caracteriza em tantas situações (embora seja uma coisa que eu tento evitar, não consigo, está-me nos genes se calhar) resolvi que tb ele, o jlpeixoto, seria mais um dos que gostam muito de falar das coisas místicas, e dos bens/males, e dos esoterismos típicos da pseudo-filosofia nova era, e... enfim, uma seca.
wrong! a resposta estava errada!
a minha irmã resolveu dar-me o 'cal', e agora ando num estado qq, em que, entre o metro e os semáforos, sinto sempre algo acima de mim que cheira a rosmaninho, a caganitas de cabra, a camas com cheiro a fumo (apesar da brancura dos lençóis) e a pedra e a azinho e a sobro (que até cheira pouco, mas fica aqui catita) e a ALENTEJO!!! não sei o que é esse algo, mas sei que me sabe pela vida. e tudo tem a ver com a escrita deste moço da ponte de sôr. e quem é que falou do jlpeixoto aqui, neste post? a marilia. e quem é que eu terei ofendido com as críticas mordazes ao dl e aos rainhas? à marilia (e a outros cm se pode ler lá para trás).
(continuação do comentário anterior)
por isso aqui estou, qual egas moniz de corda ao pescoço, a dizer:
obrigado marilia por teres gritado (aquela coisa das maiúsculas era grito, ou não?) que ainda bem que há gostos para todos os... gostos.
e agora sou eu a dizer:
José Luís Peixoto é a próxima 'next big thing' na literatura tuga, e na língua portuguesa.
e quem é que disse que gostava mt? a marilia. e quem é que o pôs este autor ao lado dos, ou na conversa sobre, dl, rainha e afins? a marilia.
por isso marilia, sorry pela petulância (e tb ao garraio e ao bonito, qu'até me prometeu um enxugo, claro ).
'cal' é só (mm não sendo pouco) um livro de contos e dramas alentejanos. vou gastar uns aéreos a comprar o resto (ou a ir às bibliotecas, ou a pedir aos amigos) do que o homem destila do teclado para nós. é que aquilo até arrepia!
e é só companheira (e companheiros). não tomem este comentário como treta de engate (sem ofensa marilia). tomem-no cm um reconhecimento de modéstia de que as tais certezas absolutas, sempre, são fonte de arrependimento, mais tarde ou mais cedo.
é provável que não leiam este comentário (não sei se puseram a cruzinha na notificação qd alguém comenta. eu pus), pois ele refere-se a um post já antigo. de qq maneira cá ficará. p'á posteridade do 'vendo o mundo...'.
e agora, depois desta froidiana [ :-))]sessão, desejo a todas as companheiras e companheiros da taxca um 2008 melhor que todos os anteriores.
abraços.
ps. marilia: só n fui ao teu blog falar disto pq aquilo anda sem matéria nova há algum tempo. por outro lado, a briga começou aqui. penso que é bem que as pazes tb sejam feitas aqui. bj. ou cumps, ou abraço, que eu só estou a falar de amizade blóguica (esta ainda nunca tinha escrito. será qu'a inventei?)
Olá Luís.
Bem... nem sei q dizer sobre o seu comentário. Talvez q, sem o conhecer, subiu na minha consideração. Não pq concordou comigo e se fartou de me mencionar, mas porque fez uma coisa q poucos fazem: explicou-se e deu razão a alguém quando achou q devia dar. Muitas pessoas atiram apenas criticas mas quando concordam, calam-se, como se só a critica fosse um sinal de se ser altivo e dar razão, concordar ou gostar do q o Outro disse ou fez não fosse.
Despretensiosamente, disse apenas aquilo de q gostava. Eram gritos, de facto, as maiúsculas, pois aceito e respeito quando alguém gosta de algo q eu não gosto, não estou a perder o meu tempo a discutir ou criticar gostos porque, simplesmente, não é justo. Cada um de nós tem músicas de q gosta q são, talvez, treta mas q por nos fazerem recordar um tempo ou uma pessoa, são muito especiais. Mas esta especialidade é uma construção puramente subjectiva, logo, não pode obedecer aos tais padrões de critica de qualidade. A fruição é subjectiva e a arte serve o propósito da fruição de cada pessoa e não de todas. E não é tão bom q não gostemos todos do mesmo…? Aliás, eu gosto mesmo é de não me parecer com todos.
O José Luís Peixoto… Pois é, uma escrita bonita e tão enraizada no Alentejo. Parece tão fácil, lê-se como se aquela escrita fosse fácil e simples, mas eu não a conseguiria fazer. Se gostou desse Alentejo descrito pelo Peixoto, alegre-se q ele está vincado em todas as suas obras, mas destaca-se o 1º romance: Nenhum Olhar. Curiosamente o Cal ninguém teve a amabilidade de me o oferecer no Natal, sabendo mt gente q adoro este escritor… Mas lá está, sou mulher e acham por bem oferecer-me um pirex para ir ao forno, ou um prato para colocar o bolo acabado de fazer. E eu q detesto cozinha… Rrrrrrrrrr (zangada!). Esperei q o pai natal adivinhasse, mas ele não existe… ora bolas! Terei de o oferecer a mim mesma. São as melhores prendas, pq são exactamente aquelas q se queriam!
A si e a todos um excelente 2008. Mas sabendo todos q um ano traz sempre bom e mau, desejo mais sinceramente coragem e determinação para viver o novo ano.
M.
Luís
O "Cemitério de Pianos" também é muito bom,mas o meu preferido (dos que li) é o "Morreste-me".Isto já para não falar da poesia...E viva o escritor das Galveias!
Marília
Se quiseres ler o "Cal" posso emprestar, o Pai Natal cá em casa acertou, trouxe livros em vez de pirex :)
Melhor sorte tiveste! :)
E mesmo o pirex... Ui, ainda tive sorte, pois podia ter sido umas peuguitas ou coisas mais... como dizer, sensiveis! ahahah. Estou a brincar. Mas o pirex, infelizmente, não é brincadeira. Apesar de ser muito util, ficará guardado e o livro devorá-lo-ia já!
Obrigada Catarina!
Bjitos e os mesmos votos para ti: 2008 vivido com determinação, muita vontade e saúde.
ah... e só mais uma coisa, Luís: não me ofendeu em momento algum (pelo menos eu não me senti ofendida) nem me senti "engatada" :) e, mais uma vez, agradeço as suas palavras. Caíram em mim de modo inesperado e revelando uma acção muito bonita da sua parte ;)
Boa leitura, amigo "blóguito".
olá gajas da taxca!
primeiros: parafraseando o garraio, a marilia está terminantemente puribida de me tratar por vócê. a não ser que a intenção seja a de que eu tb te trate do mm modo. e isto é extensível a toda a gente da tasca. é à espanhola: nada de ustedes;
sigundos: brigados pelas amáveis palavras que demonstraram que me entendeste, marilia;
terceiros: brigados à catarina pelas outras sugestões;
quartos: o pai natal às vezes acerta, outras não. só depende de como nos portámos desde o último natal. eu, aparentemente, ter-me-ei portado bem.
quintos: bom ano de 2008, boas leituras, boas audições, bons filmes para vós duas e para as famílias. um dia destes a malta junta-se aí em Marvão (se a vida de emigrante der para isso).
sextos: abraço às duas
Olá Luís. Não, eu detesto que me tratem por você, mas como não te conheço tratei por você. Daqui para a frente é por tu!
Emigrante que, volta e meia, sou este ano ando mais perto de Marvão, pelo que esse encontro pode ser quando quiserem! Tenho maior disponibilidade este ano. É uma boa ideia!
Essa do pai natal não acertar porque não me portei bem... hum... shif, tou triste!!! :)
Nem ligo a prendas (porque as q eu dou a mim mesma são sempre as melhores, mesmo). Só o faço porque há quem ligue e depois temos que "ir na onda", senão parece mal. E desconfio que muita gente é assim: só entra nesta onda porque os outros entram e vê-se arrastado/a. A vida não está facil neste país e o dinheirinho q se ganha custa tanto q me agarro a ele, fazendo as minhas continhas para poupar p o futuro. Por isso não entro muito em loucuras consumistas. Bem, ou então digo isto porque não sou mãe. Como testemunhou o Sobreiro, o Natal é diferente quando há crianças e isso ainda não sei porque não tenho a experiência.
Um abraço para ti. Renovo os votos de boa entrada e de viver o ano o melhor possivel!
M.
ok marilia, tamos conversados.
sobre o natal, é melhor ir até ao post do pedro, lá mais pra cima, q, cm de costume, até mete impossível de lindo q está.
de qq modo, eu que já tenho crias, e embora sinta q o natal é essencialmente p'rós putos, tb sinto + ou - o mm q tu. mas isso é ir até lá e falar.
recebe um xôxo nosso (catarina, a mai'nova, matilde, a a seguir, mila, a minha + q tudo, e eu), os bugalhões da cedade.
ah, e bom 2008!
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