terça-feira, 1 de abril de 2008

Caso “Dámutélémóbele!”

Olhá belha! A belha bai cair! Altamiente!

O país indigna-se com o caso da jovem aluna da Carolina Michaelis que não deixa a setôra sacar-lhe o telemóvel.

Hordas de indignados semeiam ondas de crispação por todo o país.

Eu cá… de quem tenho mesmo pena, não é da cachopa, nem da docente, mas sim da tia-avó da menina que lhe ofereceu no Natal passado, o dito aparelho que esteve na origem desta enorme confusão.

A senhora, uma solteirona que vive sozinha para os lados dos Olivais e trabalha como telefonista numa firma de pisa-papéis, andou a amealhar aquilo que não lhe sobrava do parco salário que aufere mensalmente para dar à afilhada aquilo que ela mais queria, e sai-lhe isto na rifa. Tantos meses de privação, tantas tardes sem lanchar o pastelinho de nata e o galão que tanto a consolavam (à falta de outra coisa mais… carnal) e rifam-lhe uma desfeita destas.

Inconsolável, imersa no desgosto que a sufocava de emoção, decidiu meter-se debaixo do eléctrico. Não um daqueles que ainda circulam, pitorescos, pelos carris das ruas da capital, mas antes do Sr. Eléctrico, o viúvo proprietário de uma drogaria que vive no andar de cima. Como pesa 135 quilos em cada pata… o resultado deve de ser o mesmo que se se metesse debaixo de um dos verdadeiros.

Paz à sua alma…

Nota do redactor: A mim, choca-me tanta hipocrisia. Não percebo o alarido. Há 20 anos atrás… há 20 anos atrás, em 1988, quando os Xutos lançaram um álbum com esse mesmo nome e eu contava 14 catorze Primaveras, já nós trancávamos algumas professoras nas salas durante a hora de almoço, para ver se acalmavam do stress dos últimos 45 minutos, as pobres coitadas…

Duas décadas volvidas, vejam só onde nós estamos.

Ai a vida, a vida…

Mas se já nos anos 50 assim era. Será que nunca ninguém viu o “Blackboard Jungle” na vida? Pelô amô di Deussss! Está lá tudinho!


Calma rapaziada…

O “generation gap” é o mesmo, só que desta vez é mais… tecnológico.

Como o choque do nosso Sócrates.

Sosseguem que isto, digo-vos eu, não é para tanto.
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Nota 2: O video sem cortes e censura, puro e duro, impróprio para cardíacos.
E para maiores de 18.
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15 comentários:

Garraio disse...

Pôs símmm...paréceme que arranjástia bunita, váz ver.

;)

Jorge Miranda disse...

Boas pessoal,
O problema não foi o conflito Professora/Aluna, mas sim a forma como a docente desceu ao nível de uma miúda com 14/15 anos, o respeito adquiri-se no dia a dia.
Como docente deveria ter percebido que a jovem estava perturbada e não deveria ter partido para o confronto directo, esta situação revela uma grande falta de tacto. não concordo com o comportamento da jovem, que revela uma grande falta de chá(educação)

Luís Bugalhão disse...

e eu acho que o que a rapariga fez inda é pouco. era galheta na 'velha' e 'velha' p'rá rua. aliás, a seguir devia ter havido uma revolta e porem a escola da carolina no chão, assim tipo torres de troia a cair.

mai'nada!

ps. cm é que estas coisas nos surpreendem ainda? nós fazíamos pior (e antes de 88 tb pedro) e sofríamos as consequências. não havia era 'utube'... mas a catraia tb vai sofrer as consequências, ai vai, vai!

Garraio disse...

Eu cá tô de acordo c'o Luis. A velha prá rua já!!

É ela que está a ocupar o sítio da minha mana...

Luís Bugalhão disse...

segue crónica do grande Jaquim do nosso jornalismo.

talvez se entendam melhor situações como as daquela bezerrinha (apesar do tamanho que as estrelitas e os bigueméques lhe deram), a berrar pelo objecto mais importante da vida dela, agarrada à stôra habituada a outro tipo de autoridade, criada noutra sociedade completamente diferente da que temos hoje cá pelo burgo. uma e outra das atitudes, são mais entendíveis depois desta brilhante exposição. que alá nos proteja!

"A GERAÇÃo J

A geração que nos governa é a dos enteados do salazarismo, afilhados do marcelismo, crianças do PREC, cheios de expedientes e carregados de gel e de sucesso pessoal. Enterrou a geração dos resistentes e prepara-se para acolher a geração J.
Esta geração J nasceu em democracia, foi fabricada nas Juventudes dos partidos, fez a sua formação cívica na "Juve Leo", nos "No Name Boys" e nos "Super Dragões", não aprendeu grande coisa nos colégios nem nas universidades privadas e está a tirar o tirocínio em gabinetes de ministros e secretários de estado.
A geração J não fugiu aos impostos nem pagou sisa porque nunca trabalhou e vive em casa de seus pais. Não fez a tropa, não casou e vai governar o país em breve, depois de ir à República Dominicana no fim do curso e ter a noção do mundo que a Administração Bush facilita.
A geração J ganhou experiência de vida na catequese, ou nas discotecas, é impulsiva e irreflectida, capaz de erros graves, antes de acertar. Falta já pouco para a conhecermos melhor e a vermos em todo o seu esplendor. Ficaremos então cientes do seu valor. Queira Deus abençoar Portugal." (Joaquim Letria, na coluna 25ª hora' in jornal '24 HORAS')

got it?!

'bracinho

Marilia Rosado Carrilho disse...

so digo isto: na minha experiência, considero que os adolescentes podem ser tanto carinhosos como infernais, em igual força e proporção. Resta é conquistar um ou limitar-se a levar com o outro...

entre ensinar adolescentes e adultos, olhem, digo-vos q, da experiência q tenho até agora, prefiro os adolescentes.

Marilia Rosado Carrilho disse...

uma outra coisa: conquistar o carinho e admiração leva muito tempo e às vezes não se chega lá. as vezes em q "não se chega lá" não depende sempre do ou da professor(a) mas tb do seu ambiente familiar. já ouvi muitas confidencias e muita história bizarra q me fez perceber o porquê do "fechamento" de alguns jovens e dos seus ataques.

sobretudo desde o momento em q uma aluna se sentiu mal na minha aula porque tinha tomado antes comprimidos em dose para se matar...

deixem-me voltar a dizer: podem ser maravilhosos ou infernais. tanto num caso como no outro, demonstram numa porporção muito maior que um adulto. são espontâneos, com menos repressão critica da acção que um adulto o q, por um lado, os torna mais "acessos" e acutilantes, mas também mais dados, mais sentimentais. Saber lidar com tudo isto tem muito que se lhe diga. e arrisco-me até a dizer q tal modo de lidar não advém apenas da aprendizagem profissional, mas do proprio caracter e modo de se relacionar com os outros do docente.

Luís Bugalhão disse...

não sei se leram e por isso cá vai:

'A balbúrdia na escola

A. Barreto, in Público, 30MAR08

Os direitos dos alunos, consagrados no respectivo estatuto, são os mais abrangentes e absurdos que se possa imaginar
As cenas de pancadaria na escola têm comovido a opinião. A última ocorreu numa escola do Porto e foi devidamente filmada por um colega. Em poucas horas, o clip correu mundo através do YouTube. A partir daí, choveram as análises e os comentários. Toda a gente procura responsáveis, culpados e causas. Os arguidos são tantos quanto se possa imaginar: os jovens, os professores, os pais, o ministério e os políticos. E a sociedade em geral, evidentemente. As causas são também as mais diversas: a democracia, os costumes contemporâneos, a cultura jovem, o dinheiro, a televisão, a publicidade, a Internet, a permissividade, a falta de valores, os "bairros", o rap, os imigrantes, a droga e o sexo. Para a oposição, a culpa é do Governo. Para o Governo, a culpa é do Governo anterior. O trivial

Deve haver um pouco disso tudo, o que torna as coisas mais complicadas - sobretudo quando se pretende tomar medidas ou conter a vaga crescente de violência e balbúrdia. Se as causas são múltiplas, por onde começar? Mais repressão? Mais diálogo? Mais disciplina? Mais co-gestão? Há aqui matéria para a criação de várias comissões, a elaboração de um livro branco, a aprovação de novas leis e a realização de inúmeros estudos. Até às eleições, haverá debates parlamentares sobre o tema. Não tenho a certeza, nem sequer a esperança, que o problema se resolva a breve prazo.

De qualquer maneira, a ocasião era calhada para voltar a ver a obra-prima do esforço legislativo nacional, o famoso "estatuto do aluno". A sua última versão entrou em vigor em finais de Janeiro, sendo uma correcção de outro diploma, da mesma natureza, de 2002. Trata-se de uma espécie de carta constitucional de direitos e deveres, a que não falta um regulamento disciplinar. Não se pode dizer que fecha a abóbada do edifício legal educativo, porque simplesmente tal edifício não existe. É mais um produto da enxurrada permanente de leis, normas e regras que se abate sobre as escolas e a sociedade. É um dos mais monstruosos documentos jamais produzidos pela administração pública portuguesa. Mal escrito, por vezes incompreensível, repete-se na afirmação de virtudes. Faz afirmações absolutamente disparatadas, como, por exemplo, quando considera que "a assiduidade (...) implica uma atitude de empenho intelectual e comportamental adequada..."! Cria deveres inéditos aos alunos, tais como o de se "empenhar na sua formação integral"; o de "guardar lealdade para com todos os membros da comunidade educativa"; ou o de "contribuir para a harmonia da convivência escolar". E também os obriga a conhecer e cumprir este "estatuto do aluno", naquele que deve ser o pior castigo de todos! Quanto aos direitos dos alunos, são os mais abrangentes e absurdos que se possa imaginar, incluindo os de participar na elaboração de regulamentos e na gestão e administração da escola, assim como de serem informados sobre os critérios da avaliação, os objectivos dos programas, dos cursos e das disciplinas, o modo de organização do plano de estudos, a matrícula, o abono de família e tudo o que seja possível inventar, incluindo as normas de segurança dos equipamentos e os planos de emergência!


Trata-se de um estatuto burocrático, processual e confuso. O regime de faltas, que decreta, é infernal. Ninguém, normalmente constituído, o pode perceber ou aplicar. Os alunos que ultrapassem o número de faltas permitido podem recuperar tudo com uma prova. As faltas justificadas podem passar a injustificadas e vice-versa. As decisões sobre as faltas dos alunos e o seu comportamento sobem e descem do professor ao director de turma, deste ao conselho de turma, destes à direcção da escola e eventualmente ao conselho pedagógico. As decisões disciplinares são longas, morosas e processualmente complicadas, podendo sempre ser alteradas pelos sistemas de recurso ou de vaivém entre instâncias escolares. Concebem-se duas espécies de medidas disciplinares, as "correctivas" e as "sancionatórias". Por vezes, as diferenças são imperceptíveis. Mas a sua aplicação, em respeito pelas normas processuais, torna inútil qualquer esforço. As medidas disciplinares são quase todas precedidas ou acompanhadas de processos complicados, verdadeiros dissuasores de todo o esforço disciplinar. As medidas disciplinares dependem de várias instâncias, do professor aos órgãos da turma, destes aos vários órgãos da escola e desta às direcções regionais. Os procedimentos disciplinares são relativos ao que tradicionalmente se designa por mau comportamento, perturbação de aula, agressão, roubo ou destruição de material, isto é, o dia-a-dia na escola. Mas a sua sanção é de tal modo complexa que deixará simplesmente de haver disciplina ou sanção.


O estatuto cria um regime disciplinar em tudo semelhante ao que vigora, por exemplo, para a administração pública ou para as relações entre administração e cidadãos. Pior ainda, é criado um regime disciplinar e sancionatório decalcado sobre os sistemas e os processos judiciais. Os autores deste estatuto revelam uma total e absoluta ignorância do que se passa nas escolas, do que são as escolas. Oscilando entre a burocracia, a teoria integradora das ciências de educação, a ideia de que existe uma democracia na sala de aula e a convicção de que a disciplina é um mal, os legisladores do ministério (deste ministério e dos anteriores) produziram uma monstruosidade: senil na concepção burocrática, administrativa e judicial; adolescente na ideologia; infantil na ambição. O estatuto não é a causa dos males educativos, até porque nem sequer está em vigor na maior parte das escolas. Também não é por causa do estatuto que há, ou não há, pancadaria nas escolas. O estatuto é a consequência de uma longa caminhada e será, de futuro, o responsável imediato pela impossibilidade de administrar a disciplina nas escolas. O estatuto não retira a autoridade na escola (aos professores, aos directores, aos conselhos escolares). Não! Apenas confirma o facto de já não a terem e de assim perderem as veleidades de voltar a ter. O processo educativo, essencialmente humano e pessoal, é transformado num processo "científico", "técnico", desumanizado, burocrático e administrativo que dissolve a autoridade e esbate as responsabilidades. Se for lido com atenção, este estatuto revela que a sua principal inspiração é a desconfiança dos professores. Quem fez este estatuto tinha uma única ideia na cabeça: é preciso defender os alunos dos professores que os podem agredir e oprimir. Mesmo que nada resolva, a sua revogação é um gesto de saúde mental pública.'
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outros ainda, cm o professor nuno crato, desmontam a educação romântica que polui o nosso sistema educativo desde há 30 anos, que anula o objectivo de ensinar, substituindo-o pelo de formar, seja lá o que isso queira dizer. e isto mm que os professores e educadores passem a vida a dizer que o seu papel é ensinar! a educação e a formação são funções da sociedade, com os pais e encarregados de educação à cabeça.

depois admiramo-nos com estas cenas do telemóvel e com outras semelhantes...

acho que este artigo ajuda o debate e a reflexão que o teu post suscita. acho tb que o que a marília diz tem razão de ser, mas parece-me eivado da tal filosofia de educação romântica que tão bons doutores tem forjado para afundar a educação, os educadores e as instituições escolares em que laboram.

ou seja, não é a disciplina que faz falta. Faz falta um outro paradigma, ainda que parecido com os de antigamente, mas que ponha outra vez a disciplina no seu lugar: menos importante que o ensino, mas rápida, eficaz e... disciplinadora.

e claro que isto não é conversa de que no meu tempo é que era. no meu tempo não havia era telemóveis. mas já havia indisciplina dura. havia tb era, ainda que a fenecer, a herança do sistema anterior ao 25ABR74, que apenas visava ensinar. e os alunos iam sabendo que o importante era aprender. agora acham que o importante é passar, para poder ostentar o título, cm o pinto de sousa, que não merecerão nunca, mas que obterão facilmente. estou a falar do corrente, que as excepções, e felizmente há-as, apenas servem para confirmar esta confrangedora regra.

e pronto, abraço a todos e todas: profs, stôres, interessados, curiosos, pais e filhos. e 'as' também.

Marilia Rosado Carrilho disse...

Estatuto do aluno; Avaliação de professores; Novas Oportunidades... novas e muitas balburdias. Ideias ambiciosas e necessárias mas elaboradas na maior insensatez.

Luís Bugalhão disse...

pois marília, mas o problema reside precisamente nessa ambição, que quanto a mim não há 'necessidade' nenhuma.

na turma da minha filha mais nova, 4º ano, apareceu uma actividade extracurricular, supervisionada por uma psicóloga, e posta na prática da sala pela professora, claro, pomposamente intitulada 'Aprender a Estudar'.

fiquei agradavelmente surpreendido! era agora que os putos iriam aprender algo que os ajudasse na transição de uma para 10 professoras (ou 'es'), de uma para 10 salas, de 3 áreas para 10 disciplinas, enfim, do 1º para o 2º CEB.

mas não! ainda que com louvável ambição (cá está) acharam por bem preparar os alunos para os exames (não sei se é assim que lhes chamam, ou provas globais, ou outra treta a nível nacional: são exames da 4ª classe, cm o que eu fiz, e já depois do 25ABR74!) que terão, de âmbito nacional, os quais, a correrem mal, podem levar os alunos a chumbar (ou ficar retidos cm agora, eufemisticamente, se diz) pois tinham por experiência de anos anteriores que os alunos ficavam muito nervosos antes da prova!

mas quem é que não fica nervoso quando tem que prestar provas? e quando for para obter emprego, com a pressão da concorrência dos outros candidatos, também vai lá estar uma 'técnica' para os ajudar a ficarem mais descontraídos? e não seria mais útil ensiná-los a estudar mesmo, como refere o nome da actividade? e se não era essa a ideia, para quê este nome? que mal tem chamar os bois pelos nomes? e repara que isto não foram directivas do ME: foi a sensibilidade do agrupamento que resolveu avançar com algo 'ambicioso e necessário'...

não partilho dessa opinião. em relação a este caso e a muitos outros que pululam pelas escolas deste país. e estão todos, bem como a legislação que os suporta, invariavelmente ligados ao paradigma da educação romântica, que promove coisas tão vagas como 'avaliações contínuas', 'valorização do esforço, mm que com resultados deficientes', 'centrar o ensino nas potencialidades e/ou dificuldades do aluno' e outros vectores importantes como estes que citei. são vectores importantes sim senhor, mas não para serem usados com esta leviandade!

e é isto marília. não estamos a ensinar bem, não estamos a formar, não estamos a educar: estamos a trabalhar para as estatísticas. estamos cheios de doutores e gestores e engenheiros da tanga, mas estamos a fabricar ainda mais, massivamente! temo bem que as coisas não melhorem enquanto não aparecer um sistema mais restritivo das liberdades do aluno (seja lá o que isso queira dizer).

é que a sala de aulas não pode funcionar de maneira democrática. como os tribunais. ou como o mercado de trabalho (embora devesse).

e repara que, quando respeita aos profissionais, a postura dos ME's já é outra (cm se tu não o soubesses de ginjeira). aí os profs são culpados de tudo e de mais alguma coisa. por isso viestes para a rua, 100.000 a dizer que assim não! mas deviam tê-lo feito (e alguns de vós, acredito que a maioria, têm essa noção) também a pensar na formação que tiveram, nas tangas que lhes ensinaram, e dar um murro na mesa para que, epistemologicamente, a coisa melhorasse. infelizmente acho que o assunto mobilizador de tantos manifestantes foi a avaliação (e bem, que esse é outro aborto, infelizmente ainda vivo, da legislação que regula o vosso trabalho), o que tb não deixa de ser típico da educação romântica (avaliados nós? atão, andam a brincar com isto? nós somos todos muita bons, não precisamos de ser avaliados... enfim)...

então no que é que ficamos? para os coitadinhos 'maravilhosos ou infernais' muita compreensão e pedagogia moderna; para os que põem a filosofia em prática, os professores e educadores, lei da rolha, carreiras destruídas e trabalho p'ra cima do lombo! há aqui qq coisa que não bate certo, digo eu, que sou sargento electrotécnico e percebo destas coisas ;-).

ao menos que este sistema servisse para promover a felicidade dos alunos, já que ensinar vai ser muito difícil. mas é que nem para isso serve...

sorry pela amargura, mas é isto que penso marília.

bjs

Marilia Rosado Carrilho disse...

Mas Luís, não tens nada que pedir desculpa por tal amargura... é que eu não poderia estar mais de acordo com o q escreveste!!! Quando digo necessário digo q não se pode fechar os olhos e permanecer anos a fio sem mudar leis e regimes, ja q o mundo muda cada vez mais rapidamente. Contudo, o modo como se pensa nas mudanças é um modo desastroso. aliás, não foi à toa q ali meti as novas oportunidades. adultos voltarem à escola: excelente ideia. ser um posicionamento de competencias (aquilo q a pessoa ja sabe mas não sabe q sabe) parte da história de vida? história de vida... um conceito deveras emocionante quando tratamos de posicionar pessoas quanto ao percurso a fazer. vamos tentar descobrir se a pessoa está ou não cheia de "riquezas" relacionais e operacionais pela sua descrição de história de vida. não é fascinante?

claro q sei... e muito. os media expuseram q aquela manifestação foi pela avaliação, mas não foi. na verdade, aquela manifestação foi o resultado de um "enorme e quase a rebentar saco dos professores", saco esse chamado paciencia.

claro q não estou de acordo com desculpas. mas o q quis ali indirectamente dizer foi q, o q ja aprendi este ano, é q nem os adultos são diferentes... até a estes é preciso, por exemplo, advertir para desligar o som ao telemovel e não abri o msn quando se está na aula. até a adultos... que denuncia exactamente o ponto q tocaste: q isto não é de agora; q algo muito grave falha aqui neste canto da Europa e há muito tempo...

depois há uma coisa q me fere até as unhas: todos e mais alguns, desde o pessoal do direito, aos ricos psicologos, com o discurso em q a palavra "trauma" é dita mais q qualquer outra, metem o bedelho nos assuntos da educação. quando há debates sobre o estado da educação convidam-se esse numero absurdo de gente de outras áreas e os professores... poucos, relativamente ao q deveria ser. logo por aí se vê o quanto, de um modo geral, acham q nós "percebemos do assunto".

não posso estar mais de acordo contigo.

apenas não expus muito para não maçar ninguem com algo q poderia cair em dasabafo, o q seria uma chatice.

abraço.

Marilia Rosado Carrilho disse...

errata: "quando há debates sobre o estado da educação convida-se esse numero absurdo..."

Marilia Rosado Carrilho disse...

e mais! porque digo eu medidas necessarias? estava mais a referir-me à avaliação de profs q precisava ser bem feita. não sou doida de afirmar q não há loucos no ensino. como se eu não tivesse já visto muitos... ah pois. e depois parece que todos se querem ver livres deles (as escolas), mas não pegam o touro pelos cornos, instauram um belo processo ou os entalam. escapam com alguma suposta insanidade mental, problema relacional, problema familiar...

ah pois! se eu ja não os tivesse visto.

mas o problema está em q não vejo nada disso ir ser feito. se a avaliação é feita pelos colegas (titulares, ja se sabe) da escola, como é q se "entala" um colega? q represálias vao vir daí? ah, pois! e porque não uma entidade independente a avaliar? mas não: tomem lá e desenrasquem-se. saco muito cheio...! e mais! sei de um titular q é bem louco. e vai ele avaliar. ora nem mais!

lá vao os contratados, qual ralé, levar com avaliação, onde nem os avaliadores foram avaliados primeiro. isto explicado em linguagem de criança faria com q até ela percebesse a injustiça disto!

outro dia andava por um forum de profs e uma colega tinha como nickname "fartinha disto tudo" :)

Marilia Rosado Carrilho disse...

e ainda mais... Luís, pela minha parte, vai um obrigada pela tua consciência sobre este problema ;)

Luísa disse...

Já um pouco atrasado o meu comentário breve a tudo isto…
Obrigado António Barreto pela tua lucidez…
Quanto às escolas que se aplique o provérbio:..”para lá do Marão mandam os que lá estão…”e na escola também seria bom que mandassem os que lá estão…tanto Chico Esperto a opinar sobre o mal estar…eu gostava de os ver por lá, no terreno, e lidar com estes jovens a quem a escola quase nada diz, aprender nada interessa…e os papás que vissem alguns filmes com os seus filhos como actores principais não lhe ficava nada mal…
É mesmo “fartinha disto tudo”…e pensar que é neste terreno que tanto gostava de estar…e vai diminuindo esse prazer…
Cumprimentos a todos…um beijo para o Jorge colega de turma no 7º,8º e 9º, numa época em que ainda havia “respeito” pelos profs…apesar de algumas partidas…também fizemos um “abaixo-assinado” para que um tal prof. De Ciências ficasse no próximo ano…lembras-te???
E a “choradeira” no 9º ano da prof… “bué” fixe de Inglês….outros tempos…