O país indigna-se com o caso da jovem aluna da Carolina Michaelis que não deixa a setôra sacar-lhe o telemóvel.
Hordas de indignados semeiam ondas de crispação por todo o país.
Eu cá… de quem tenho mesmo pena, não é da cachopa, nem da docente, mas sim da tia-avó da menina que lhe ofereceu no Natal passado, o dito aparelho que esteve na origem desta enorme confusão.
A senhora, uma solteirona que vive sozinha para os lados dos Olivais e trabalha como telefonista numa firma de pisa-papéis, andou a amealhar aquilo que não lhe sobrava do parco salário que aufere mensalmente para dar à afilhada aquilo que ela mais queria, e sai-lhe isto na rifa. Tantos meses de privação, tantas tardes sem lanchar o pastelinho de nata e o galão que tanto a consolavam (à falta de outra coisa mais… carnal) e rifam-lhe uma desfeita destas.
Inconsolável, imersa no desgosto que a sufocava de emoção, decidiu meter-se debaixo do eléctrico. Não um daqueles que ainda circulam, pitorescos, pelos carris das ruas da capital, mas antes do Sr. Eléctrico, o viúvo proprietário de uma drogaria que vive no andar de cima. Como pesa 135 quilos em cada pata… o resultado deve de ser o mesmo que se se metesse debaixo de um dos verdadeiros.
Paz à sua alma…
Nota do redactor: A mim, choca-me tanta hipocrisia. Não percebo o alarido. Há 20 anos atrás… há 20 anos atrás, em 1988, quando os Xutos lançaram um álbum com esse mesmo nome e eu contava 14 catorze Primaveras, já nós trancávamos algumas professoras nas salas durante a hora de almoço, para ver se acalmavam do stress dos últimos 45 minutos, as pobres coitadas…
Duas décadas volvidas, vejam só onde nós estamos.
Ai a vida, a vida…
Mas se já nos anos 50 assim era. Será que nunca ninguém viu o “Blackboard Jungle” na vida? Pelô amô di Deussss! Está lá tudinho!
Hordas de indignados semeiam ondas de crispação por todo o país.
Eu cá… de quem tenho mesmo pena, não é da cachopa, nem da docente, mas sim da tia-avó da menina que lhe ofereceu no Natal passado, o dito aparelho que esteve na origem desta enorme confusão.
A senhora, uma solteirona que vive sozinha para os lados dos Olivais e trabalha como telefonista numa firma de pisa-papéis, andou a amealhar aquilo que não lhe sobrava do parco salário que aufere mensalmente para dar à afilhada aquilo que ela mais queria, e sai-lhe isto na rifa. Tantos meses de privação, tantas tardes sem lanchar o pastelinho de nata e o galão que tanto a consolavam (à falta de outra coisa mais… carnal) e rifam-lhe uma desfeita destas.
Inconsolável, imersa no desgosto que a sufocava de emoção, decidiu meter-se debaixo do eléctrico. Não um daqueles que ainda circulam, pitorescos, pelos carris das ruas da capital, mas antes do Sr. Eléctrico, o viúvo proprietário de uma drogaria que vive no andar de cima. Como pesa 135 quilos em cada pata… o resultado deve de ser o mesmo que se se metesse debaixo de um dos verdadeiros.
Paz à sua alma…
Nota do redactor: A mim, choca-me tanta hipocrisia. Não percebo o alarido. Há 20 anos atrás… há 20 anos atrás, em 1988, quando os Xutos lançaram um álbum com esse mesmo nome e eu contava 14 catorze Primaveras, já nós trancávamos algumas professoras nas salas durante a hora de almoço, para ver se acalmavam do stress dos últimos 45 minutos, as pobres coitadas…
Duas décadas volvidas, vejam só onde nós estamos.
Ai a vida, a vida…
Mas se já nos anos 50 assim era. Será que nunca ninguém viu o “Blackboard Jungle” na vida? Pelô amô di Deussss! Está lá tudinho!
Calma rapaziada…
O “generation gap” é o mesmo, só que desta vez é mais… tecnológico.
Como o choque do nosso Sócrates.
Sosseguem que isto, digo-vos eu, não é para tanto.
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Nota 2: O video sem cortes e censura, puro e duro, impróprio para cardíacos.
E para maiores de 18.
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15 comentários:
Pôs símmm...paréceme que arranjástia bunita, váz ver.
;)
Boas pessoal,
O problema não foi o conflito Professora/Aluna, mas sim a forma como a docente desceu ao nível de uma miúda com 14/15 anos, o respeito adquiri-se no dia a dia.
Como docente deveria ter percebido que a jovem estava perturbada e não deveria ter partido para o confronto directo, esta situação revela uma grande falta de tacto. não concordo com o comportamento da jovem, que revela uma grande falta de chá(educação)
e eu acho que o que a rapariga fez inda é pouco. era galheta na 'velha' e 'velha' p'rá rua. aliás, a seguir devia ter havido uma revolta e porem a escola da carolina no chão, assim tipo torres de troia a cair.
mai'nada!
ps. cm é que estas coisas nos surpreendem ainda? nós fazíamos pior (e antes de 88 tb pedro) e sofríamos as consequências. não havia era 'utube'... mas a catraia tb vai sofrer as consequências, ai vai, vai!
Eu cá tô de acordo c'o Luis. A velha prá rua já!!
É ela que está a ocupar o sítio da minha mana...
segue crónica do grande Jaquim do nosso jornalismo.
talvez se entendam melhor situações como as daquela bezerrinha (apesar do tamanho que as estrelitas e os bigueméques lhe deram), a berrar pelo objecto mais importante da vida dela, agarrada à stôra habituada a outro tipo de autoridade, criada noutra sociedade completamente diferente da que temos hoje cá pelo burgo. uma e outra das atitudes, são mais entendíveis depois desta brilhante exposição. que alá nos proteja!
"A GERAÇÃo J
A geração que nos governa é a dos enteados do salazarismo, afilhados do marcelismo, crianças do PREC, cheios de expedientes e carregados de gel e de sucesso pessoal. Enterrou a geração dos resistentes e prepara-se para acolher a geração J.
Esta geração J nasceu em democracia, foi fabricada nas Juventudes dos partidos, fez a sua formação cívica na "Juve Leo", nos "No Name Boys" e nos "Super Dragões", não aprendeu grande coisa nos colégios nem nas universidades privadas e está a tirar o tirocínio em gabinetes de ministros e secretários de estado.
A geração J não fugiu aos impostos nem pagou sisa porque nunca trabalhou e vive em casa de seus pais. Não fez a tropa, não casou e vai governar o país em breve, depois de ir à República Dominicana no fim do curso e ter a noção do mundo que a Administração Bush facilita.
A geração J ganhou experiência de vida na catequese, ou nas discotecas, é impulsiva e irreflectida, capaz de erros graves, antes de acertar. Falta já pouco para a conhecermos melhor e a vermos em todo o seu esplendor. Ficaremos então cientes do seu valor. Queira Deus abençoar Portugal." (Joaquim Letria, na coluna 25ª hora' in jornal '24 HORAS')
got it?!
'bracinho
so digo isto: na minha experiência, considero que os adolescentes podem ser tanto carinhosos como infernais, em igual força e proporção. Resta é conquistar um ou limitar-se a levar com o outro...
entre ensinar adolescentes e adultos, olhem, digo-vos q, da experiência q tenho até agora, prefiro os adolescentes.
uma outra coisa: conquistar o carinho e admiração leva muito tempo e às vezes não se chega lá. as vezes em q "não se chega lá" não depende sempre do ou da professor(a) mas tb do seu ambiente familiar. já ouvi muitas confidencias e muita história bizarra q me fez perceber o porquê do "fechamento" de alguns jovens e dos seus ataques.
sobretudo desde o momento em q uma aluna se sentiu mal na minha aula porque tinha tomado antes comprimidos em dose para se matar...
deixem-me voltar a dizer: podem ser maravilhosos ou infernais. tanto num caso como no outro, demonstram numa porporção muito maior que um adulto. são espontâneos, com menos repressão critica da acção que um adulto o q, por um lado, os torna mais "acessos" e acutilantes, mas também mais dados, mais sentimentais. Saber lidar com tudo isto tem muito que se lhe diga. e arrisco-me até a dizer q tal modo de lidar não advém apenas da aprendizagem profissional, mas do proprio caracter e modo de se relacionar com os outros do docente.
não sei se leram e por isso cá vai:
'A balbúrdia na escola
A. Barreto, in Público, 30MAR08
Os direitos dos alunos, consagrados no respectivo estatuto, são os mais abrangentes e absurdos que se possa imaginar
As cenas de pancadaria na escola têm comovido a opinião. A última ocorreu numa escola do Porto e foi devidamente filmada por um colega. Em poucas horas, o clip correu mundo através do YouTube. A partir daí, choveram as análises e os comentários. Toda a gente procura responsáveis, culpados e causas. Os arguidos são tantos quanto se possa imaginar: os jovens, os professores, os pais, o ministério e os políticos. E a sociedade em geral, evidentemente. As causas são também as mais diversas: a democracia, os costumes contemporâneos, a cultura jovem, o dinheiro, a televisão, a publicidade, a Internet, a permissividade, a falta de valores, os "bairros", o rap, os imigrantes, a droga e o sexo. Para a oposição, a culpa é do Governo. Para o Governo, a culpa é do Governo anterior. O trivial
Deve haver um pouco disso tudo, o que torna as coisas mais complicadas - sobretudo quando se pretende tomar medidas ou conter a vaga crescente de violência e balbúrdia. Se as causas são múltiplas, por onde começar? Mais repressão? Mais diálogo? Mais disciplina? Mais co-gestão? Há aqui matéria para a criação de várias comissões, a elaboração de um livro branco, a aprovação de novas leis e a realização de inúmeros estudos. Até às eleições, haverá debates parlamentares sobre o tema. Não tenho a certeza, nem sequer a esperança, que o problema se resolva a breve prazo.
De qualquer maneira, a ocasião era calhada para voltar a ver a obra-prima do esforço legislativo nacional, o famoso "estatuto do aluno". A sua última versão entrou em vigor em finais de Janeiro, sendo uma correcção de outro diploma, da mesma natureza, de 2002. Trata-se de uma espécie de carta constitucional de direitos e deveres, a que não falta um regulamento disciplinar. Não se pode dizer que fecha a abóbada do edifício legal educativo, porque simplesmente tal edifício não existe. É mais um produto da enxurrada permanente de leis, normas e regras que se abate sobre as escolas e a sociedade. É um dos mais monstruosos documentos jamais produzidos pela administração pública portuguesa. Mal escrito, por vezes incompreensível, repete-se na afirmação de virtudes. Faz afirmações absolutamente disparatadas, como, por exemplo, quando considera que "a assiduidade (...) implica uma atitude de empenho intelectual e comportamental adequada..."! Cria deveres inéditos aos alunos, tais como o de se "empenhar na sua formação integral"; o de "guardar lealdade para com todos os membros da comunidade educativa"; ou o de "contribuir para a harmonia da convivência escolar". E também os obriga a conhecer e cumprir este "estatuto do aluno", naquele que deve ser o pior castigo de todos! Quanto aos direitos dos alunos, são os mais abrangentes e absurdos que se possa imaginar, incluindo os de participar na elaboração de regulamentos e na gestão e administração da escola, assim como de serem informados sobre os critérios da avaliação, os objectivos dos programas, dos cursos e das disciplinas, o modo de organização do plano de estudos, a matrícula, o abono de família e tudo o que seja possível inventar, incluindo as normas de segurança dos equipamentos e os planos de emergência!
Trata-se de um estatuto burocrático, processual e confuso. O regime de faltas, que decreta, é infernal. Ninguém, normalmente constituído, o pode perceber ou aplicar. Os alunos que ultrapassem o número de faltas permitido podem recuperar tudo com uma prova. As faltas justificadas podem passar a injustificadas e vice-versa. As decisões sobre as faltas dos alunos e o seu comportamento sobem e descem do professor ao director de turma, deste ao conselho de turma, destes à direcção da escola e eventualmente ao conselho pedagógico. As decisões disciplinares são longas, morosas e processualmente complicadas, podendo sempre ser alteradas pelos sistemas de recurso ou de vaivém entre instâncias escolares. Concebem-se duas espécies de medidas disciplinares, as "correctivas" e as "sancionatórias". Por vezes, as diferenças são imperceptíveis. Mas a sua aplicação, em respeito pelas normas processuais, torna inútil qualquer esforço. As medidas disciplinares são quase todas precedidas ou acompanhadas de processos complicados, verdadeiros dissuasores de todo o esforço disciplinar. As medidas disciplinares dependem de várias instâncias, do professor aos órgãos da turma, destes aos vários órgãos da escola e desta às direcções regionais. Os procedimentos disciplinares são relativos ao que tradicionalmente se designa por mau comportamento, perturbação de aula, agressão, roubo ou destruição de material, isto é, o dia-a-dia na escola. Mas a sua sanção é de tal modo complexa que deixará simplesmente de haver disciplina ou sanção.
O estatuto cria um regime disciplinar em tudo semelhante ao que vigora, por exemplo, para a administração pública ou para as relações entre administração e cidadãos. Pior ainda, é criado um regime disciplinar e sancionatório decalcado sobre os sistemas e os processos judiciais. Os autores deste estatuto revelam uma total e absoluta ignorância do que se passa nas escolas, do que são as escolas. Oscilando entre a burocracia, a teoria integradora das ciências de educação, a ideia de que existe uma democracia na sala de aula e a convicção de que a disciplina é um mal, os legisladores do ministério (deste ministério e dos anteriores) produziram uma monstruosidade: senil na concepção burocrática, administrativa e judicial; adolescente na ideologia; infantil na ambição. O estatuto não é a causa dos males educativos, até porque nem sequer está em vigor na maior parte das escolas. Também não é por causa do estatuto que há, ou não há, pancadaria nas escolas. O estatuto é a consequência de uma longa caminhada e será, de futuro, o responsável imediato pela impossibilidade de administrar a disciplina nas escolas. O estatuto não retira a autoridade na escola (aos professores, aos directores, aos conselhos escolares). Não! Apenas confirma o facto de já não a terem e de assim perderem as veleidades de voltar a ter. O processo educativo, essencialmente humano e pessoal, é transformado num processo "científico", "técnico", desumanizado, burocrático e administrativo que dissolve a autoridade e esbate as responsabilidades. Se for lido com atenção, este estatuto revela que a sua principal inspiração é a desconfiança dos professores. Quem fez este estatuto tinha uma única ideia na cabeça: é preciso defender os alunos dos professores que os podem agredir e oprimir. Mesmo que nada resolva, a sua revogação é um gesto de saúde mental pública.'
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outros ainda, cm o professor nuno crato, desmontam a educação romântica que polui o nosso sistema educativo desde há 30 anos, que anula o objectivo de ensinar, substituindo-o pelo de formar, seja lá o que isso queira dizer. e isto mm que os professores e educadores passem a vida a dizer que o seu papel é ensinar! a educação e a formação são funções da sociedade, com os pais e encarregados de educação à cabeça.
depois admiramo-nos com estas cenas do telemóvel e com outras semelhantes...
acho que este artigo ajuda o debate e a reflexão que o teu post suscita. acho tb que o que a marília diz tem razão de ser, mas parece-me eivado da tal filosofia de educação romântica que tão bons doutores tem forjado para afundar a educação, os educadores e as instituições escolares em que laboram.
ou seja, não é a disciplina que faz falta. Faz falta um outro paradigma, ainda que parecido com os de antigamente, mas que ponha outra vez a disciplina no seu lugar: menos importante que o ensino, mas rápida, eficaz e... disciplinadora.
e claro que isto não é conversa de que no meu tempo é que era. no meu tempo não havia era telemóveis. mas já havia indisciplina dura. havia tb era, ainda que a fenecer, a herança do sistema anterior ao 25ABR74, que apenas visava ensinar. e os alunos iam sabendo que o importante era aprender. agora acham que o importante é passar, para poder ostentar o título, cm o pinto de sousa, que não merecerão nunca, mas que obterão facilmente. estou a falar do corrente, que as excepções, e felizmente há-as, apenas servem para confirmar esta confrangedora regra.
e pronto, abraço a todos e todas: profs, stôres, interessados, curiosos, pais e filhos. e 'as' também.
Estatuto do aluno; Avaliação de professores; Novas Oportunidades... novas e muitas balburdias. Ideias ambiciosas e necessárias mas elaboradas na maior insensatez.
pois marília, mas o problema reside precisamente nessa ambição, que quanto a mim não há 'necessidade' nenhuma.
na turma da minha filha mais nova, 4º ano, apareceu uma actividade extracurricular, supervisionada por uma psicóloga, e posta na prática da sala pela professora, claro, pomposamente intitulada 'Aprender a Estudar'.
fiquei agradavelmente surpreendido! era agora que os putos iriam aprender algo que os ajudasse na transição de uma para 10 professoras (ou 'es'), de uma para 10 salas, de 3 áreas para 10 disciplinas, enfim, do 1º para o 2º CEB.
mas não! ainda que com louvável ambição (cá está) acharam por bem preparar os alunos para os exames (não sei se é assim que lhes chamam, ou provas globais, ou outra treta a nível nacional: são exames da 4ª classe, cm o que eu fiz, e já depois do 25ABR74!) que terão, de âmbito nacional, os quais, a correrem mal, podem levar os alunos a chumbar (ou ficar retidos cm agora, eufemisticamente, se diz) pois tinham por experiência de anos anteriores que os alunos ficavam muito nervosos antes da prova!
mas quem é que não fica nervoso quando tem que prestar provas? e quando for para obter emprego, com a pressão da concorrência dos outros candidatos, também vai lá estar uma 'técnica' para os ajudar a ficarem mais descontraídos? e não seria mais útil ensiná-los a estudar mesmo, como refere o nome da actividade? e se não era essa a ideia, para quê este nome? que mal tem chamar os bois pelos nomes? e repara que isto não foram directivas do ME: foi a sensibilidade do agrupamento que resolveu avançar com algo 'ambicioso e necessário'...
não partilho dessa opinião. em relação a este caso e a muitos outros que pululam pelas escolas deste país. e estão todos, bem como a legislação que os suporta, invariavelmente ligados ao paradigma da educação romântica, que promove coisas tão vagas como 'avaliações contínuas', 'valorização do esforço, mm que com resultados deficientes', 'centrar o ensino nas potencialidades e/ou dificuldades do aluno' e outros vectores importantes como estes que citei. são vectores importantes sim senhor, mas não para serem usados com esta leviandade!
e é isto marília. não estamos a ensinar bem, não estamos a formar, não estamos a educar: estamos a trabalhar para as estatísticas. estamos cheios de doutores e gestores e engenheiros da tanga, mas estamos a fabricar ainda mais, massivamente! temo bem que as coisas não melhorem enquanto não aparecer um sistema mais restritivo das liberdades do aluno (seja lá o que isso queira dizer).
é que a sala de aulas não pode funcionar de maneira democrática. como os tribunais. ou como o mercado de trabalho (embora devesse).
e repara que, quando respeita aos profissionais, a postura dos ME's já é outra (cm se tu não o soubesses de ginjeira). aí os profs são culpados de tudo e de mais alguma coisa. por isso viestes para a rua, 100.000 a dizer que assim não! mas deviam tê-lo feito (e alguns de vós, acredito que a maioria, têm essa noção) também a pensar na formação que tiveram, nas tangas que lhes ensinaram, e dar um murro na mesa para que, epistemologicamente, a coisa melhorasse. infelizmente acho que o assunto mobilizador de tantos manifestantes foi a avaliação (e bem, que esse é outro aborto, infelizmente ainda vivo, da legislação que regula o vosso trabalho), o que tb não deixa de ser típico da educação romântica (avaliados nós? atão, andam a brincar com isto? nós somos todos muita bons, não precisamos de ser avaliados... enfim)...
então no que é que ficamos? para os coitadinhos 'maravilhosos ou infernais' muita compreensão e pedagogia moderna; para os que põem a filosofia em prática, os professores e educadores, lei da rolha, carreiras destruídas e trabalho p'ra cima do lombo! há aqui qq coisa que não bate certo, digo eu, que sou sargento electrotécnico e percebo destas coisas ;-).
ao menos que este sistema servisse para promover a felicidade dos alunos, já que ensinar vai ser muito difícil. mas é que nem para isso serve...
sorry pela amargura, mas é isto que penso marília.
bjs
Mas Luís, não tens nada que pedir desculpa por tal amargura... é que eu não poderia estar mais de acordo com o q escreveste!!! Quando digo necessário digo q não se pode fechar os olhos e permanecer anos a fio sem mudar leis e regimes, ja q o mundo muda cada vez mais rapidamente. Contudo, o modo como se pensa nas mudanças é um modo desastroso. aliás, não foi à toa q ali meti as novas oportunidades. adultos voltarem à escola: excelente ideia. ser um posicionamento de competencias (aquilo q a pessoa ja sabe mas não sabe q sabe) parte da história de vida? história de vida... um conceito deveras emocionante quando tratamos de posicionar pessoas quanto ao percurso a fazer. vamos tentar descobrir se a pessoa está ou não cheia de "riquezas" relacionais e operacionais pela sua descrição de história de vida. não é fascinante?
claro q sei... e muito. os media expuseram q aquela manifestação foi pela avaliação, mas não foi. na verdade, aquela manifestação foi o resultado de um "enorme e quase a rebentar saco dos professores", saco esse chamado paciencia.
claro q não estou de acordo com desculpas. mas o q quis ali indirectamente dizer foi q, o q ja aprendi este ano, é q nem os adultos são diferentes... até a estes é preciso, por exemplo, advertir para desligar o som ao telemovel e não abri o msn quando se está na aula. até a adultos... que denuncia exactamente o ponto q tocaste: q isto não é de agora; q algo muito grave falha aqui neste canto da Europa e há muito tempo...
depois há uma coisa q me fere até as unhas: todos e mais alguns, desde o pessoal do direito, aos ricos psicologos, com o discurso em q a palavra "trauma" é dita mais q qualquer outra, metem o bedelho nos assuntos da educação. quando há debates sobre o estado da educação convidam-se esse numero absurdo de gente de outras áreas e os professores... poucos, relativamente ao q deveria ser. logo por aí se vê o quanto, de um modo geral, acham q nós "percebemos do assunto".
não posso estar mais de acordo contigo.
apenas não expus muito para não maçar ninguem com algo q poderia cair em dasabafo, o q seria uma chatice.
abraço.
errata: "quando há debates sobre o estado da educação convida-se esse numero absurdo..."
e mais! porque digo eu medidas necessarias? estava mais a referir-me à avaliação de profs q precisava ser bem feita. não sou doida de afirmar q não há loucos no ensino. como se eu não tivesse já visto muitos... ah pois. e depois parece que todos se querem ver livres deles (as escolas), mas não pegam o touro pelos cornos, instauram um belo processo ou os entalam. escapam com alguma suposta insanidade mental, problema relacional, problema familiar...
ah pois! se eu ja não os tivesse visto.
mas o problema está em q não vejo nada disso ir ser feito. se a avaliação é feita pelos colegas (titulares, ja se sabe) da escola, como é q se "entala" um colega? q represálias vao vir daí? ah, pois! e porque não uma entidade independente a avaliar? mas não: tomem lá e desenrasquem-se. saco muito cheio...! e mais! sei de um titular q é bem louco. e vai ele avaliar. ora nem mais!
lá vao os contratados, qual ralé, levar com avaliação, onde nem os avaliadores foram avaliados primeiro. isto explicado em linguagem de criança faria com q até ela percebesse a injustiça disto!
outro dia andava por um forum de profs e uma colega tinha como nickname "fartinha disto tudo" :)
e ainda mais... Luís, pela minha parte, vai um obrigada pela tua consciência sobre este problema ;)
Já um pouco atrasado o meu comentário breve a tudo isto…
Obrigado António Barreto pela tua lucidez…
Quanto às escolas que se aplique o provérbio:..”para lá do Marão mandam os que lá estão…”e na escola também seria bom que mandassem os que lá estão…tanto Chico Esperto a opinar sobre o mal estar…eu gostava de os ver por lá, no terreno, e lidar com estes jovens a quem a escola quase nada diz, aprender nada interessa…e os papás que vissem alguns filmes com os seus filhos como actores principais não lhe ficava nada mal…
É mesmo “fartinha disto tudo”…e pensar que é neste terreno que tanto gostava de estar…e vai diminuindo esse prazer…
Cumprimentos a todos…um beijo para o Jorge colega de turma no 7º,8º e 9º, numa época em que ainda havia “respeito” pelos profs…apesar de algumas partidas…também fizemos um “abaixo-assinado” para que um tal prof. De Ciências ficasse no próximo ano…lembras-te???
E a “choradeira” no 9º ano da prof… “bué” fixe de Inglês….outros tempos…
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