terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O 1º… de Portugal!

"A por ellos!"
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Os meus queridos amigos espanhóis (gracias a Dios ainda são bastantes) que me perdoem mas eu acho que a melhor forma de passar a manhã do 1º de Dezembro é dando um passeio até Valência de Alcântara, nem que seja para podermos contemplar como trabalham e nós desfrutamos, celebrando o feriado que comemora a data em que os pusemos a mexer da santa pátria.

Eu sou um defensor das relações e da amizade transfronteiriça, tenho sempre defendido essa minha posição publicamente, mas de cada vez que os tratam por “nuestros hermanos”, eu questiono-me como é que foi possível viver estes séculos todos, neste cantinho rodeado por água por todos os lados excepto um, sem termos sido engolidos pelo gigante aqui do lado…

Na perspectiva cá do mangas, eu acho que a coisa nunca se deu porque eles, na verdade, não são assim um país unido como nós, são mais uma associação de regiões e de reinos e andaram sempre tão preocupados a pelejar uns contra os outros que se esqueceram aqui da rapaziada. Uma cena assim do estilo do caixa de óculos da turma que consegue fazer toda a escolaridade obrigatória sem levar uma sova dos alunos de desporto porque estes preferem passar a vida a guerrear pela braçadeira de capitão da equipa de futsal do Liceu.

E não é que há dias, relendo um “Expresso” assim em atraso, dou de caras com um artigo do Zé Pedro Castanheira que fez valer logo o dinheiro que desembolsei pela volumosa publicação e confirmou as minhas piores expectativas? Aconselho a leitura detalhada do recorte anexo no final, mas quem quiser passar já para o resumo, fica a ideia: estivemos mesmo quase a ser engolidos. Se o Franco desse nesta, nem os ingleses nos safavam, valha-nos Deus, a Senhora de Fátima e o Eusébio antes dos reclames da Multiópticas, que o homem está muito esclerosado, o pobre…

Ainda bem. Eu cá, gosto de ser português e agora que o Scolari já não é seleccionador nacional, até tenho orgulho nessa minha condição embora nunca tivesse também escondido que de entre os dois orgulhos, prefiro sempre o de ser Alentejano, com”A”grande.

Celebrando essa minha convicção e a paixão pelas corridas, decidi hoje mesmo realizar a “1ª Meia Maratona da Independência”, que partiu do meu quintal e terminou à porta da Praça de Touros de Valência de Alcântara, com um percurso total de 22 quilómetros. Como a ideia nasceu ontem, já estava eu de pijama, acabei por ser o único participante e óbvio vencedor, com 2 horas e 6 minutos que fixaram o recorde da prova. Apesar da fraca adesão registada nesta edição, a organização espera poder contar com mais participantes no ano que vem, nem que sejam os habituais companheiras destas andanças. Já estão previstas diversas novidades como a possibilidade de um duche gratuito numa escola da localidade espanhola e a realização de um almoço-convívio que fechará com uma matiné no afamado bar “Tabarin”, onde termina a Mini-Maratona e a prova “Avós e Netos”, e onde todo o mundo poderá dar vivas a Portugal e ao galo de Barcelos, bebericando um “Portugal Libre” que é uma bebida que eu inventei e não passa de uma variação da “Cuba Libre” mas com Licor Beirão em vez de rum. Foi bom. Não faltes!

Enquanto corria e à falta de botões, fui falando com os meus atacadores e comentando as voltas que a vida e a história dão… Por estes tempos, o nosso outrora pacato IC2 mais parece a A1 em hora de ponta, tal é o corrupio de carros que em fila pirilau se deslocam ao país vizinho em busca de combustíveis fósseis mais em conta. Até me deixei rir feito maluco só de imaginar se o nosso D. João IV fosse vivo, o rebuliço que o homem não arranjaria ali na fronteira, desancando nos automobilistas com o seu bruto espadalhãozão, rebentando com retrovisores e pára-brisas, tentando evitar a todo o custo esta escandalosa saída de divisas de solo lusitano.

Ah, os tempos mudam…

Se os 40 conjurados soubessem a opinião que muitos portugueses têm hoje em relação a Espanha sobretudo quando comparam os níveis de vida… certamente ficariam em casa a ver a Sport Tv em vez de andarem feitos malucos a armar confusão.

Que viva… Portugal!

O homem tinha nível... Sem dúvida! Que olheiras... Tanta noite sem dormir, a malhar neles...

Clica para leres a notícia. Foi quase... Foi por um triz... Eu não dizia?

PS: O dia 1 de Dezembro é também o Dia Mundial contra a Sida. Eu sei que isto pode não ser nada mas gostava de aqui manifestar o meu respeito e a minha solidariedade por aqueles que sofrem e fazer uma homenagem a todos os que faleceram vítimas desta que é a maior epidemia dos nossos tempos e sem dúvida alguma, a peste negra da nossa geração.

2 comentários:

Garraio disse...

Não li, mas podia ter lido, um dia destes, no "El País":

A terrível invasão só não se concretizou porque Franco não era burro e sabia que levava no focinho!!

Ele fez as seguintes contas: em Aljubarrota eramos cinco pra um, agora só somos dois pra um, não temos hipóteses. Nem mesmo com o Hitler, O Mussolini e o samurai do Japão damos na corna destes valentões.


Ó Pedrocas... haja pachorra...

Goyi disse...

Pues, yo digo, que no estoy de acuerdo con vosotros... por una vez y sin que sirva de precedentes!...Ojalá Franco hubiera conquistado Portugal, o Salazar, España... qué más da?..

Ahora no seríamos dos chiquininos, sino uno mucho mejor y mira que estoy convencida de que vosotros hubiérais salido ganando....je, je!
No entiendo de patriotismos, me da lo mismo ser española que portuguesa, pero si nos hubiéramos puesto de acuerdo, seríamos ibéricos... y todo estaría muchisisismo mejor, os lo prometo... ahora si no queréis ser mis paisanos!!!.. eso que os perdéis.
Yo si os quiero a los dos y FELIZ NATAL!.

PD- Nada me hubiera gustado más en el mundo que estar esta noite curtindo no Crisfal con vocês, mais tenho um jantar com todos os sanitarios de Valencia y de alguno de Portugal: Pepe.... muy buena gente que os mandamos para allá... eh?.

VIVA LA PENÍNSULA IBÉRICA... COÑO!