Sim, porque a lição que o professor Jesus deu está ainda aqui no quadro. Ora cliquem lá em cima.
Por
mais que me custe, aquilo que aconteceu na segunda ao Benfica foi uma bofetada
muito bem dada. Uma bofetada para mim, uma bofetada para aos 60 mil que encheram
a Luz e se preparavam para fazer mais uma festa em casa (incluindo o meu sogro,
coitado, que ainda deve ter vindo de lá mais baixinho do que já é…), uma
bofetada para a equipa do Benfica e uma bofetada, uma granda bo-fa-ta-da para o
Jorge Jesus. Estive aqui eu há dias a gabar o animal e sai-me esta na rifa! Bem
feita! Gaba-te cesto que hás-de ir à vindima.
O
Jesus levou um banho de bola do miúdo Marco Silva. Um técnico que me habituei a
admirar há muito, desde que subiu campeão da 2ª liga e sempre que soma pontos
no campeonato. Recordo-me bem da estratégia que montou quando jogou contra o
Sporting. Um miúdo bom, com nível que eu sempre disse que temia ter como
adversário.
O
Marco Silva esteve bem na flash-interview que se seguiu ao jogo. Sereno, calmo,
tranquilo, bem falante. Colocou os pontos nos i. O Jesus esteve mal e em baixo
nível. Titubeante, reafirmou a confiança, disse que estava tudo na mesma, que
continuavam a depender deles quando já nem ele acredita nisso, quanto mais
fazê-lo passar aos jogadores.
O
Marco Silva (35 anos) e o Paulo Fonseca (da minha idade, 40 anos) são dois jovens
valores que estão a fazer uma época bestial. Dois homens que já deram noção
real do seu valor, do que são capazes de fazer. Gosto dos dois, pelo futebol
que conseguem fazer aplicar nas suas equipas e nas patilhas que usam no rosto. Têm
pinta.
O
que o Luís Filipe Vieira fazia bem era apanhar um destes homens e prepara-lo (a
ele e ao clube) para o futuro. Se os deixar fugir eu sei bem quem é que os vai
apanhar, querem apostar? Até quase que vaticino a velha cabra do norte que
soube ir buscar o José Mourinho quando nós o “despedimos” para o aguardente do
Vilarinho ir buscar o Toni, velho companheiro de copos e patuscadas.
Sempre
acreditei e defendi que o Benfica iria jogar no dragão já campeão, à vontade, e,
tendo tempo para explanar o seu futebol, daria baile e espetaria uns 3 ou 4 na pá
ao Porto. Eu, louco e inconsciente defendia que tinha fé nisso. Que acreditava
que assim iria ser e defendia que ter fé em algo é meio caminho andado para a
conseguir. Acreditava realmente nisso. O meu colega de trabalho João Correia,
mais velho, mais vivido, grande sportinguista comentava com muita piada isto de
eu ter fé que o Benfica iria jogar no Porto já campeão, dizendo que “tu tens fé
e os outros do Porto não têm direito a ter fé que vão ser campeões também?”
À
luz dos últimos acontecimentos, percebo que a fé do norte é mais autêntica que
a nossa no sul que como diz o outro “está tão perto de Marrocos, dos
sarracenos, do islão.”
Hoje
falei com o meu querido amigo Nuno Pires e desafiei-o para vermos o jogo do
título, no sábado, na sala principal do Grupo Desportivo Arenese. A ideia era colocarmos
lá um retroprojetor que transmitisse uma imagem gigante como fizemos em tantos
jogos no europeu. Era bom. Podermos sofrer todos juntos, vibrarmos como se
estivéssemos no estádio… era agradável. O mais provável é comerem-nos lá no
norte, tenrinhos, gordinhos, com a pompa de candidatos ao título. No ano
passado validaram ao Porto na Luz, um golo que foi marcado claramente num lance
em fora-de-jogo. Não perdemos o campeonato ali, mas isso ajudou. O fiscal de
linha, em linha com o lance, não viu o que vimos todos. O Porto em casa é forte
e o papa do norte é capaz de tudo, de todas as manigâncias para nos enrolar.
Mas
quem tem medo compra um cão e eu não tenho medo nenhum, de nada. Temo apenas a
vontade de Deus e essa há-de ser feita. Seja qual for o resultado, Deus que
controla tudo, tudo rege e nada deixa acontecer sem sentido, já sabe quem
ganha. Peço a Deus que seja um jogo limpo e que ganhe o melhor. Ou que empatem,
o que para nós… já chega.
Para saberem mais sobre os cromos:
Marco
silva http://www.zerozero.pt/treinador.php?id=4199
Paulo
Fonseca http://www.zerozero.pt/treinador.php?id=1218
1 comentário:
Não podemos, quer dizer poder podemos, mas não devemos, quanto a mim, dar nada por garantido, neste caso, pelo que diz, pois eu não vi o jogo, parece-me que o Benfica desvalorizou o valor do adversário.
Um abraço
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