quarta-feira, 8 de maio de 2013

A licão ao professor Jorge Jesus







 Por mais que me custe, aquilo que aconteceu na segunda ao Benfica foi uma bofetada muito bem dada. Uma bofetada para mim, uma bofetada para aos 60 mil que encheram a Luz e se preparavam para fazer mais uma festa em casa (incluindo o meu sogro, coitado, que ainda deve ter vindo de lá mais baixinho do que já é…), uma bofetada para a equipa do Benfica e uma bofetada, uma granda bo-fa-ta-da para o Jorge Jesus. Estive aqui eu há dias a gabar o animal e sai-me esta na rifa! Bem feita! Gaba-te cesto que hás-de ir à vindima.


O Jesus levou um banho de bola do miúdo Marco Silva. Um técnico que me habituei a admirar há muito, desde que subiu campeão da 2ª liga e sempre que soma pontos no campeonato. Recordo-me bem da estratégia que montou quando jogou contra o Sporting. Um miúdo bom, com nível que eu sempre disse que temia ter como adversário.


O Marco Silva esteve bem na flash-interview que se seguiu ao jogo. Sereno, calmo, tranquilo, bem falante. Colocou os pontos nos i. O Jesus esteve mal e em baixo nível. Titubeante, reafirmou a confiança, disse que estava tudo na mesma, que continuavam a depender deles quando já nem ele acredita nisso, quanto mais fazê-lo passar aos jogadores.


O Marco Silva (35 anos) e o Paulo Fonseca (da minha idade, 40 anos) são dois jovens valores que estão a fazer uma época bestial. Dois homens que já deram noção real do seu valor, do que são capazes de fazer. Gosto dos dois, pelo futebol que conseguem fazer aplicar nas suas equipas e nas patilhas que usam no rosto. Têm pinta.




O que o Luís Filipe Vieira fazia bem era apanhar um destes homens e prepara-lo (a ele e ao clube) para o futuro. Se os deixar fugir eu sei bem quem é que os vai apanhar, querem apostar? Até quase que vaticino a velha cabra do norte que soube ir buscar o José Mourinho quando nós o “despedimos” para o aguardente do Vilarinho ir buscar o Toni, velho companheiro de copos e patuscadas.


Sempre acreditei e defendi que o Benfica iria jogar no dragão já campeão, à vontade, e, tendo tempo para explanar o seu futebol, daria baile e espetaria uns 3 ou 4 na pá ao Porto. Eu, louco e inconsciente defendia que tinha fé nisso. Que acreditava que assim iria ser e defendia que ter fé em algo é meio caminho andado para a conseguir. Acreditava realmente nisso. O meu colega de trabalho João Correia, mais velho, mais vivido, grande sportinguista comentava com muita piada isto de eu ter fé que o Benfica iria jogar no Porto já campeão, dizendo que “tu tens fé e os outros do Porto não têm direito a ter fé que vão ser campeões também?”


À luz dos últimos acontecimentos, percebo que a fé do norte é mais autêntica que a nossa no sul que como diz o outro “está tão perto de Marrocos, dos sarracenos, do islão.”



Hoje falei com o meu querido amigo Nuno Pires e desafiei-o para vermos o jogo do título, no sábado, na sala principal do Grupo Desportivo Arenese. A ideia era colocarmos lá um retroprojetor que transmitisse uma imagem gigante como fizemos em tantos jogos no europeu. Era bom. Podermos sofrer todos juntos, vibrarmos como se estivéssemos no estádio… era agradável. O mais provável é comerem-nos lá no norte, tenrinhos, gordinhos, com a pompa de candidatos ao título. No ano passado validaram ao Porto na Luz, um golo que foi marcado claramente num lance em fora-de-jogo. Não perdemos o campeonato ali, mas isso ajudou. O fiscal de linha, em linha com o lance, não viu o que vimos todos. O Porto em casa é forte e o papa do norte é capaz de tudo, de todas as manigâncias para nos enrolar.


Mas quem tem medo compra um cão e eu não tenho medo nenhum, de nada. Temo apenas a vontade de Deus e essa há-de ser feita. Seja qual for o resultado, Deus que controla tudo, tudo rege e nada deixa acontecer sem sentido, já sabe quem ganha. Peço a Deus que seja um jogo limpo e que ganhe o melhor. Ou que empatem, o que para nós… já chega.  






Para saberem mais sobre os cromos:


1 comentário:

Helena Barreta disse...

Não podemos, quer dizer poder podemos, mas não devemos, quanto a mim, dar nada por garantido, neste caso, pelo que diz, pois eu não vi o jogo, parece-me que o Benfica desvalorizou o valor do adversário.

Um abraço