sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Minha querida, não te faças isso… (A história de Joacine Moreira)

E eles pensam:
Moreira: "Vá, tu consegues!"
Pésses: "Ai, tu queres vere?!?!?!?"
Enquanto ela diz: "PO-PO-PO-PO-OIS CLARO QUE CONSIGO! PORTUGALEEEEEE"


Já estou mesmo a ver que este, é daqueles textos em que irei ser cruxificado por uma nata determinada dos meus leitores… epá, mas tenho mesmo de fazer isto.

Quando me sento no alto de Marvão onde costumo contemplar o mundo de binóculos, vejo um grande sururu em Portugal por causa desta questão, e palavra que me dá mesmo vontade de opinar sobre. A minha posição não deixa de ser apenas isso, e vale o que vale, mas é a minha.
Meu Deus, há tanta coisa que não sei, tanto que ainda tenho de aprender, do quase nada que sei, mas alguma coisa saberei e é disso que me valho para achar.

A Joacine é uma força da natureza, destemida, inteligente, culta, capaz, aguerrida, muito Kinky Afro, no fundo, um assombro. O Livre, a esquerda verde europeísta em Portugal, fundado por Rui Tavares, conseguiu reunir os votos suficientes para sentar um deputado entre os 230, e a Joacine foi assim eleita com 1,09%, ou seja 55.660 votos (quase a Catedral da Luz cheia). 



A questão começa a dar-se porque a Joacine tem uma gaguez muito acentuada e fica com muita frequência, com o discurso interrompido por esta limitação. Ora esta situação faz dividir os que sobre ela opinam porque a grande maioria, goza o prato, e brinca com ele (temos de ter consciência do país em que vivemos). Do outro bloco, sentam-se os que toleram, os que acham que tem todo o direito, que defendem que ninguém tem nada a ver com isso, apoiam, batem palmas, e dizem que sim. Esta franja libertinária causa-me assim algum… prurido.

Ora eu, não concordo que seja ela e tenho de dizer porquê, porque isto mexe comigo. A Joacine até pode ser a política mais brilhante, e ter dentro do seu espaço craniano as soluções que mais nos fazem falta mas… tem um problema grave de comunicação.

Quando era puto, aprendi logo na primária, que para haver comunicação verbal tem de haver um comunicador, uma mensagem, um canal, e um recetor. Aqui, há tudo isso, mas o comunicador tem dificuldades óbvias de expressão que fazem com que tudo o restante ciclo comunicacional, fique enfermo.

Esperei por assistir em direto na Antena 1, ao debate sobre o programa do governo, e ter um contato com esta nova realidade, que é retratada em parte nos vídeos anexos, num cenário de tal forma confrangedor, que o próprio partido já solicitou uma "tolerância de tempo" relativamente às intervenções da deputada.





Se a eloquência de discurso, e clareza na forma como se esgrimem argumentos, são vetores fundamentais para o êxito do debate na casa da democracia, não consigo perceber onde está a inteligência da visada e até mesmo do seu próprio partido, ao promoverem uma porta-voz… diminuída por algum aspeto. Obviamente que tudo isto não se colocaria se o deputado escolhido fosse invisual, paraplégico, ou mesmo tetraplégico, porque não interferiria com a capacidade de raciocinar, ou se expressar, mas… seria sempre um tiro nos pés.

A Joacine fica obviamente afetada de cada vez que está num ambiente atroz, agressivo, e sente os olhares todos em cima de si. Nesse então, a fluidez das palavras não aumenta e fica claramente alterada.

Como se não tivesse bastado, arranjaram-me um peão de brega para a jovem, um moço de espadas, um assessor que me vai para a assembleia trajado de… saias! Ai que ó valha-me Deus comoéqueistoéimpossível?!?!?!?




Eu vou, eu vou, brincar aos políticos e à gaijas, eu vou


E as pessoas dividem-se logo entre os grupos de que falei em cima: os que se espaparretam a rir, e os esclarecidos que acham que não existe problema algum.

Também aqui eu, Pedro Sobreiro, me coloco do outro lado, ou seja, o meu. Não é o certo, e acho que nem é o errado, mas é o meu!
Bem sei que o modo de trajar dos deputados, sendo aquela uma casa solene, é sempre marcado pelo dress code “fato e gravata”. Não se vê ninguém de jeans, de gangas, ou de havaianas, era o que mais faltava! As pessoas que ali estão, estão a representar a população que neles votou, e como tal, em consciência, trajam-se de forma solene. Quando muito, o João Cotrim Figueiredo do esclarecido e arrojado “Iniciativa Liberal”, que optou por dispensar a gravata, usa um estilo muito mais informal, mas, ainda assim, q. b. formal.



Assim, pelo que vejo, já vou tendo a certeza que o Livre chegou mesmo para fazer mossa, mas cá estarei para analisar se chega mesmo a deixar marca, ou se este agitar de águas, se fica pelas inusitadas inovações.

De realçar, será sempre o ar dos deputados enquanto a sua jovem colega brilha, que se divide entre aqueles que ficam de ar sorumbático a fitar o abismo, aqueles que se vê mesmo que estão atentar abstrair-se do que ouvem e a pensar numa coisa qualquer terrivel que lhe aconteceu para não se rirem; e os outros que estão no limiar de se espaparretar mesmo a rir.

O meu comentário final é: “se tivessem pensado bem, veriam que tudo isto não teria sido necessário”.

E tenho dito. Bem hajam pelo tempo de antena do canal SABI TV.

1 comentário:

Restaurante Mil-Homens disse...

A gagueira, o tipo da saia e e o fulanito a falar mal da badeira, foi tudo orquestrado inteligentemente e fonciona ser coitadito não caucasiano é uma mais valia na nossa Grande Nação... É preciso é que o Benfica ganhe... o resto não importa... Abraços a todas a Raças e "orientações" sexuais. (Todos fazemos falta)