Minutos depois do despertador ter accionado o rádio (bem, na verdade foram muitos minutos depois porque deu para ouvir as notícias, um par de músicas…), levantei-me e fui-me meter na cama dela, como é hábito, enquanto a mãe ralhava na casa de banho com o atraso dos dois.
Quando me viu, sorriu com ar de quem sabia que eu lá vinha e esticou-se numa esperguiçadela que terminou já comigo deitado a seu lado, com o braço à volta do meu pescoço.
“Dormiste bem, querida?”.
“Ssssssssssssim…”.
“E sonhaste com o quê?”.
“Sonhei que estava num mundo todo feito de doces e estavam lá as minhas amigas todas e estavas lá tu também…”.
“Sério? Jura… E o que estava lá eu a fazer?”.
“Estavas a saltar num trampolim feito de pastilha elástica”.
“…”.
E agora digam-me lá se a infância é ou não é, a melhor fase da nossa vida? Não admira que o Freud escrevesse que andamos o resto do tempo à procura dela…
Quem é que está a imaginar um de nós, adultos, a sonhar com um mundo onde as nuvens são feitas de algodão doce, as casas de gomas de mil sabores, as estradas de caramelo, os paralelos do melhor torrão de Alicante, as árvores de frutas cristalizadas e os rios de chocolate negro?
Quem é que está a imaginar um de nós, adultos, a sonhar com um mundo onde as nuvens são feitas de algodão doce, as casas de gomas de mil sabores, as estradas de caramelo, os paralelos do melhor torrão de Alicante, as árvores de frutas cristalizadas e os rios de chocolate negro?
-
-
As imagens foram raptadas do filme "Charlie e a Fábrica de Chocolate" do mestre Burton.
Sem comentários:
Enviar um comentário