(Versão final do cartaz vista, revista e aumentada. É só clicar.)
Apesar da Câmara ter uma avença com uma empresa de design que tem feito um trabalho notável, de autor, com impacto e de muita qualidade (veja-se a imagem gráfica das 4ªs Comidas d’Azeite), optei por ser eu a fazer o cartaz do 4º Marvão Folião, o nosso Carnaval de Marvão.
Como este é um evento sobretudo para consumo interno, para as pessoas de Marvão se poderem divertir e brincar umas com as outras, sem terem de se andar a deslocar para apanhar barretes, pareceu-me que fazia todo o sentido que o cartaz tivesse imagens exclusivas e reais dessas mesmas pessoas como forma de estimular as próprias e incentivar outras potenciais participantes.
Foi esse o principal motivo pelo qual teve de ser feito por alguém que conhecesse todas as pessoas e captasse a grande maioria das fotos, para que desse uma imagem aproximada e influente daquilo que é o nosso Folião.
Apesar de não se um especialista da área, esforcei-me para que o resultado final fosse personalizado e apelativo.
Tive o cuidado de retratar praticamente todos os grupos para que ninguém ficasse melindrado.
Tive o cuidado de não dar destaque excessivo a algumas pessoas para que depois não fosse alvo de críticas.
Tive o cuidado de me certificar que todas as informações prestadas no cartaz fossem viáveis e estivessem correctas e acreditem que há ali muito trabalho por trás (em termos de disponibilidade de infra-estruturas, contratação de artistas, horários, financiamentos, apoios logísticos, etc., etc., etc.).
Tive o cuidado de colocar todos os logótipos com a mesma dimensão, com o mesmo destaque, para que todas as instituições envolvidas se sentissem integradas e com a sua participação reconhecida.
Enfim, foram muitas, muitas horas de trabalho, a grande maioria delas em casa, ao serão, na tranquilidade do lar sem que tivessem constatemente pessoas a entrar no gabinete a perguntar isto ao aquilo ou o outro, a pedir para assinar documentos ou responder a telefonemas; realizando um trabalho-extra caseiro ao qual quase ninguém dá valor.
E tive ainda o cuidado, como quase sempre, de pedir a 4 ou 5 pessoas da minha confiança (profissionais à prova de bala da câmara e a pessoas da organização do Carnaval também) que relessem toda a informação para que pudessem detectar alguma falha que escapa muitas vezes a quem realiza o trabalho, por estar demasiado próximo.
Como todas elas deram luz verde, avancei.
Ainda os cartazes estavam a secar para serem distribuídos e já me estava a ver obrigado a deitá-los para o lixo e a fazer tudo de novo só porque uma instituição não vinha especificamente mencionada num dos desfiles e eu já estava mesmo a ver pela reacção, que o mais certo era deixarem de participar. Achei melhor cortar o mal pela raiz.
Como se não bastasse, logo após estarem a ser distribuídos nas casas comerciais, logo me chegou o feedeback que alguém reparou que o ano vinha enganado e por lapso um 2008 substituía o obviamente correcto 2009.
Assumo o erro mas parece-me que se trata, de facto, de um detalhe de menor importância pelo simples razão que ao sair agora, dificilmente se poderia referir ao ano passado e muito menos ao que há-de vir. Na realidade, a referência ao ano acaba por ser uma redundância e um preciosismo na medida em que é mais do que óbvio que o Carnaval só pode ser mesmo este. Acabei por colocá-lo porque sei que no futuro vai ajudar a saber a que edição verdadeiramente se refere.
É um detalhe e só assim se justifica que de tantos olhos que procuraram a falha, nenhum deu com ela a não ser…
Os olhos de um desses ou dessas profissionais da crítica que exercem aí pelo concelho fora. Até admito que quem tenha dado com o lapso o tenha feito com boa intenção, mas nem imaginam, repito, nem imaginam a quantidade de pessoas que me têm falado (algumas delas com indisfarçável ironia) na merda do 8 que deveria de ser um 9 e eu digo: “F***-**, pá!”…
De tudo, tudo, tanta coisa, tanto trabalho, tanto cuidado, ninguém é capaz de dizer “Olha, está engraçado”, “olha, gostei de me ver”, “olha, arranja-me um para guardar” e quase todos insistem no bendito do ano.
E eu olho para o tempo que ainda me falta em exercício, suspiro fartinho, arfo e digo para mim mesmo aquilo que os romanos disseram dos lusitanos “esta gente não se governa nem se deixa governar….”
É duro…
12 comentários:
Eu vi, nao disse nada porque achei que tanto trabalho, era suficiente, para saber que o mesmo se referia a 2009. deixa falar...
há trocas bem mais dificies de fazer... do que trocar um algarismo, e ha quem as faça. Nas proximas eleiçoes deixas que seja outra pessoa a trocar "tudo". Está muito bem, eu gostei.
Esta coisa da crítica ao nosso trabalho, é levada da breca; se nos apanha num momento menos forte do ponto de vista da robustez psíquica, pode mesmo ser devastadora, sobretudo se consideramos injustas algumas considerações feitas ao nosso trabalho .
À conta disto, numa altura de grande cansaço, profissional e pessoal (com o falecimento do meu pai ), tive um esgotamento cerebral, depois de ter lido uma crítica negativa .
Eu faço minhas as palavras do bugalhão : Só não é criticado, quem não dá a cara .
Sei que não é costume do Pedro, responder aos comentários, nem sei se vai ler este; de qualquer forma a maneira melhor de exorcisar estas coisas, é falar delas junto daqueles que nos são mais próximos .
Hermínio Felizardo
Meus caros amigos,
Não tenho, de facto, o hábito de comentar os comentários (passo a redundância) que gentilmente aqui me deixam e temo que me possam interpretar mal por essa minha forma de agir.
Não o faço por sobranceria, ou por querer manter distância, mas antes pelo contrário, porque fico meio sem jeito.
Eu sei que ninguém acredita em mim se eu disser que no fundo até sou algo tímido mas é a mais pura das verdades. Quem já teve a amabilidade de comentar comigo pessoalmente assuntos que aqui coloco no blogue, sobretudo os mais pessoais, já reparou que por vezes até fico envergonhado, chegando mesmo a corar.
Há dias, numa inspecção do Ministério da Educação que decorreu numa escola do concelho, já na parte final e depois de termos todos a certeza de que tudo nos tinha sido favorável, um professor meu amigo de há muito, sai-se com uma de que “temos um escritor na sala” e vai daí, começa a elogiar o meu trabalho aqui no blogue. E não é que fiquei mesmo embaraçado, sem saber bem como reagir à curiosidade das senhoras inspectoras em saberem o endereço?
Esta é a verdade, a minha verdade e nela… só acredita, obviamente, quem quer.
Mas já que estamos neste andamento, aproveito para vos confessar como me soube bem esse apoio tão caloroso que veio quer de um, quer de outro, e de cada um à sua maneira.
A Gisela, na sua forma frontal, impetuosa e corajosa de ser, com a sua graça e o seu jeito natural, de quem me sinto tão mais próximo depois de uma ou duas notas que me deixou por aqui (recordo por exemplo do episódio em que escalei Marvão pela primeira vez);
O Hermínio com o seu estilo introspectivo, cerebral mas sempre tão à flor da pele, falando com o coração nas mãos e sempre preocupado em fazer-se entender, em chegar aos outros.
Já que estamos numa de desabafos, bem hajam os dois, por terem vindo a lume por mim. É que cada vez entra aqui mais gente e sabe sempre tão bem quando quem nós queremos e consideramos se chega assim à frente por nós.
Agora, caro Hermínio, comentários leio-os todos, todinhos, aliás, caem na minha caixa de correio assim que quem os faz clica no botão “enter”. Disso podem todos estar certos, como certos podem ficar que é com muita satisfação que os registo.
Afinal, de que valeria tanto trabalho se não houvesse quem lhe ligasse? Nem que seja para dizer mal.
Já agora, aproveito o momento para agradecer a tantos, tantos outros que por aqui habitualmente passam e deixam o seu registo. No blogue e em mim. Por isso, sem ser por ordem alfabética ou por qualquer outro tipo de lógica que não seja a da memória, o meu muito obrigado ao Miguel, ao Bonito, à Alzira, à Catarina, ao Quinito, ao Barradas, ao Jaime, ao Garraio, ao Jorge, à Sandra, à Goyi, ao Clarimundo, ao meu coleguinha António Oliveira, à Marisa, ao Luís Bugalhão, ao Fernando Gomes, à Tânia e a todos os outros que comentaram e eu agora não mencionei, mas também àqueles que me interpelam na rua e aos outros que são, apenas e só, estimados clientes.
BEM HAJAM!
Agora se me dão licença, vou saltar de janela que tenho de ir dar um abraço ao Bugalhão aqui no fórum ao lado. Até já!
Pues yo digo que me parece muito engraçado que tenhas errado no ano de los Carnavales.... SON CARNAVALES, LECHE!!!.... nada ni nadie somos o deberíamos ser en estos días quienes somos en realidad!!... por lo tanto , hasta este año también quiso entrar en el juego y disfrazarse del año anterior!!!... ha sido una idea genial, Pedro.... o serás este año Peter Pan????... a mi me encanta!!!... no la patentes , que te la copiaré!!!.
Viva el Carnaval del 2009 disfrazado de 2008!!!.
^Por cierto... dónde son las festas y los bailes del carnaval de Marvao???... en Marvao o en Santo Antonio, en La Beirá........???.... me hago un lío con vosotros!!... cuando os referís a Marvao no sé si estáis hablando del pueblo o del concejo!!!.... o es que cada pedanía o pueblito tiene su fiesta.... ???? es así ? y si es así , cuando haces los anuncios de Carnaval, a qué te refieres a las fiestas de Marvao, a las de Santo Antonio, a las de la Portagem...... o a todas juntas?.
Soy muy carnavalera, hago casi todas las letras de la canciones que se cantan en las Comparsas para criticar al gobierno o a lo que sea, por eso no tengo tiempo de visitar otros carnavales.... pido perdón por mi ignoráncia.
Ole mi Pedro que se pone coloraino cuando le dicen lo que vale!!!!
Pois é, esta vida de designer não é facil, uns gostam do preto, outros do vermelho, mas ainda bem que é assim, se não tudo neste mundo era igual.
As criticas têm sempre um caracter positivo, se falam, se comentam é sinal que as pessoas reparam no nosso trabalho, estao atentas ao que fazemos, se não imagine o que era ninguem falar, ninguem dizer esta bom, esta mal? Até nós nos aborreciamos, é sinal que estamos vivos e dão pela nossa presença.
Tudo nesta vida deve ser feito com alma e devoção, o resto das palavras leva-as os vento.
Ainda bem que falam :D
Penso que já uma vez contei: num dos capítulos do Quixote, correm uns caes atrás de Sancho e Don Quixote e eles aflitos correm nos seus jamelgos, a frente dos caes...... é nesse instante que D. Quixote diz para Sancho uma frase que eu adoro, e que digo- me a mim prôpia muitas vezes na minha vida... embora haja outras vezes que me esqueço dela.... agora vai só para Pedro:
"NOS LADRAN, SANCHO!!!.... SEÑAL DE QUE CABALGAMOS!!!!"
Sabes Pedro, cresci e vivi durante muitos anos nessa pequena aldeia de nome Santo António das Areias, que, apesar de neste momento pelas circuntancias que a vida nos reserva não visitar com toda a frequencia que gostaria, continuo a trazer no coração e a consider e a tratar por " minha querida aldeia " Durante os tempos em que as industrias laboiravam a cem por cento e a minha aldeia era sobejamente conhecida e até às vezes invejada por muitos, trabalhei com afinco na feitura do seu desenvolvimento ajudando no que podia no crescimento da mesma, através sobretudo daquilo que mais gosto no que a arte se refere, ( Musica ) mas também no seu desenvolvimento cultural, GDA., GDIC, Teatro, Variedades, Orfeão, Rancho Folclorico, Cantareias, Comissões de Festas, enfim !!!
Tudo isto para dizer que já nessa altura apareciam muitas criticas sobre tudo o que se fazia e, caso curioso, as criticas vinham sempre daqueles que nada faziam, obviamente porque tinham tempo livre para criticar ... Nunca liguei muito a criticas e posso dizer-te até que, com o passar dos anos, habituei-me a criar alguma blindagem nesse aspecto e conseguir não ligar nenhuma a esse tipo de gente !!!
Continua portanto no teu caminho e nunca te arrependas daquilo que fazes , pois há-de vir o dia, teu e meu, quando estivermos deitados naquela caixinha mágica onde todos nos deitamos, ricos e pobres, em que comentarão sobre nós : No fundo era boa pessoa e ainda fez umas coisas engraçadas !!!
O que conta sobretudo é a nossa consciencia e o sentirmos que às vezes se não fazemos mais, é porque também não podemos!!!
Mas as vezes, permite-me o desabafo, também custa a indiferença !!!
Recebe um abraço do tamanho do Mundo daquele que te continua a considerar como tu sabes e que, mesmo longe, continua a acompanhar o que se passa na Minha querida aldeia, apesar de não me manifestar por aqui, mas sigo com interesse o que se vai escrevendo !! Bendita Internet !!!
Perante esta "história" do cartaz que nos contas (será um género de metáfora do que tem sido parte da tua vida nos últimos 3 anos???) só me apetece, sem qualquer ponta de paternalismo, moralismo, ou outro "ismo" qualquer, deixar-te as palavras de alguém (não faço ideia quem, mas também não interessa nada para o caso), que me parecem bastante pertinentes e adequadas neste caso: "O que não nos mata, torna-nos mais fortes!
Abraço, e até amanhã no sítio do costume.
El cartel ganador del carnaval de Valencia, está formado por un collage de fotografías de Valencia que forman un pallaso... es muy bonito, de una chica de aquí... pasad por su "casita" y clicad en el cartel para verlo en tamaño grande y real. Espero que os guste!!. Y venid cualquier día de carnaval a tomar un cubatita... estáis invitados!!!!
http://pepicorchadoduran.blogspot.com/
payaso en español es payaso y no pallaso.... quiero hacer una mezcla y me sale fatal!!! ni escribo español ni escribo português.... perdón!!
Pedro, li atentamente seu post sobre o panfleto do carnaval. Não se aborreça com as críticas, releve. Todos sabem de seu carisma e competência, e enquanto uma criticam ironicamente outros tem orgulho de ter em você um amigo, mesmo estando do outro lado do ocenao.
Um abraço.
Aí, meu irmão brasileiro!
Como é, rapaz? Tudo em cima? Obrigado pela força.
Já batem saudades...
E a foto de Romero? Você prometeu... O "Separados à nascença" está esperando...
Grande abração
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