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Os metralhas: Manuel, Pedro e Abel |
A
vida tem assim destas coisas curiosas. Coisas raras que a tornam especial.
Tinha
ido aos Correios em serviço e no caminho, ao parar para tomar um café,
encontro-me casualmente com os meus dois bébés, os meus amores pequeninos que
nunca tinha visto assim
juntos. O Manuel nunca costumava andar de noite e o Abel dos tempos áureos, nunca
via a luz do dia. Quando bebia (muito…) e se atiravam foguetes para anunciar as
festas populares, desaparecia na festa da Abegoa que abria o programa estival e
só fechava a época nas largadas do Porto da Espada. Sempre em grande e sempre
em vinha de alho. Agora que a Santa Casa lhe estendeu os braços e foi mesmo de
misericórdia, arrisca-se a terminar os seus dias onde os começou porque foi lá
que nasceu. A vida…
Claro
que hoje foi uma festa (para mim sobretudo) e tivemos logo de tirar uma foto
para a posteridade.
Tenho
dois afilhados que amo como se fossem meus filhos. Só não os gerei mas quero-os
como às minhas filhas e quero que saibam que podem sempre contar comigo. Para
tudo. Não tenho duas, tenho quatro, com o João e a Maria.
Esses
são os oficiais. Estes dois bébés da fotografia são os afilhados bastardos,
cotadinhos. Mas gostam tanto de mim e eu tanto deles que sou quase pai, com
idade para ser neto.
Ultimamente,
o Abel tem privado mais comigo. Como está na Santa Casa da Misericórdia de Marvão,
vai-me visitar quase todos os dias e sabe que o padrinho sempre cai com uma
onça de tabaco ou um copinho de vinho tinto. Quando me vê, como me dá pelo
peito, ferra-me sempre um abraço apertado que o deixa com a cabecinha encostada
a mim. Fotogénico, bem disposto, muito educado e sempre amigo, quando está bem
barbeado, vai servindo de modelo para mim e para o amigo Bruno que trabalha na “Pensão
Dom Dinis” e no bar “O Castelo” do meu primaço Jorge. È uma bela equipa. Com
elementos destes dá gosto ver Marvão assim.
Esta
relíquia é para eu emoldurar e meter por cima da lareira ao lado da que tenho
cá com o Papa Chico ou da comigo em tronco nú com a Jennifer Lopez numa ilha
tropical.Caliente…
Linda,
não está? Olhem para a carinha de felicidade e de tonto (minha) e para o ar de
frete (deles).
1 comentário:
Pelo que sei, a Santa Casa da Misericórdia de Marvão, tal como tantas outras, é o lar de muito boa gente.
E que bem que está com os seus afilhados, um bem haja.
Um abraço
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