quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O padrinho

Os metralhas: Manuel, Pedro e Abel

A vida tem assim destas coisas curiosas. Coisas raras que a tornam especial.

Tinha ido aos Correios em serviço e no caminho, ao parar para tomar um café, encontro-me casualmente com os meus dois bébés, os meus amores pequeninos que nunca tinha visto assim juntos. O Manuel nunca costumava andar de noite e o Abel dos tempos áureos, nunca via a luz do dia. Quando bebia (muito…) e se atiravam foguetes para anunciar as festas populares, desaparecia na festa da Abegoa que abria o programa estival e só fechava a época nas largadas do Porto da Espada. Sempre em grande e sempre em vinha de alho. Agora que a Santa Casa lhe estendeu os braços e foi mesmo de misericórdia, arrisca-se a terminar os seus dias onde os começou porque foi lá que nasceu. A vida…

Claro que hoje foi uma festa (para mim sobretudo) e tivemos logo de tirar uma foto para a posteridade.

Tenho dois afilhados que amo como se fossem meus filhos. Só não os gerei mas quero-os como às minhas filhas e quero que saibam que podem sempre contar comigo. Para tudo. Não tenho duas, tenho quatro, com o João e a Maria.

Esses são os oficiais. Estes dois bébés da fotografia são os afilhados bastardos, cotadinhos. Mas gostam tanto de mim e eu tanto deles que sou quase pai, com idade para ser neto.

Ultimamente, o Abel tem privado mais comigo. Como está na Santa Casa da Misericórdia de Marvão, vai-me visitar quase todos os dias e sabe que o padrinho sempre cai com uma onça de tabaco ou um copinho de vinho tinto. Quando me vê, como me dá pelo peito, ferra-me sempre um abraço apertado que o deixa com a cabecinha encostada a mim. Fotogénico, bem disposto, muito educado e sempre amigo, quando está bem barbeado, vai servindo de modelo para mim e para o amigo Bruno que trabalha na “Pensão Dom Dinis” e no bar “O Castelo” do meu primaço Jorge. È uma bela equipa. Com elementos destes dá gosto ver Marvão assim.

Esta relíquia é para eu emoldurar e meter por cima da lareira ao lado da que tenho cá com o Papa Chico ou da comigo em tronco nú com a Jennifer Lopez numa ilha tropical.Caliente…

Linda, não está? Olhem para a carinha de felicidade e de tonto (minha) e para o ar de frete (deles).

Vou oferecer uma dos três a cada um. Palavra de escuteiro!


Com o meu casaco de pele virado ao contrário para se ver a pele a fazer de ovelhinha. Tão amorosa...



Uma clássica instantânea. Ao melhor estilo Humphrey Bogart, com o Pall Mall recém adquirido e um tintinho servido pelo Bruno. Só falta o piano...


Com o apaixonado Dom Dinis, de tacinha na mão. Duas aves exóticas. 


Sem medo dos dentes do animal feroz. Mais difícil ainda.


Faz lembrar "Cheers", a série de tv dos anos 80, "where everybody knows your name..."

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Pelo que sei, a Santa Casa da Misericórdia de Marvão, tal como tantas outras, é o lar de muito boa gente.

E que bem que está com os seus afilhados, um bem haja.

Um abraço