quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Está lá?!?!? Quem fala? És tu, Conan?!?!?

E as ropinhas, man?!?!?
Bom… em primeiro lugar tenho de dizer como eu vejo este meu blogue. Isto é assim: uma mesa no café “Alentejano”, em Portalegre, porque tem imenso estilo, ou noutro sítio qualquer do mesmo género, algures. Pode ser n’”A Brasileira”. Eu sento-me e começo a dissertar. Falo do que é meu, gabo o que tenho, digo do que gostaria de ter, digo de tudo um pouco porque aos malucos e às crianças, tudo é permitido. E entro numa de elogiar aquilo que gosto, aquilo que amo, e zurzo de alto a baixo aquilo que de que não gosto mesmo nada. Não tendo meio termo, e amando ou odiando, únicas margens deste rio da vida, cá vou seguindo a minha, que queria caminhar tranquila como a do Caine, no Kung Fu. Em feitios, não há mais ou menos insípidos, cá para mim.


A que hoje me traz aqui é essa… coisa chamada Conan Osiris, e a Eurovisão, por acréscimo.

Não me querendo armar em elitista, que não sou, de todo (amo o Benfica do povão, e desprezo o Seporten dos Viscondes, por exemplo), tenho de dizer que não ligo um caracol a essa cena da Eurovisão. Acho todo aquele andamento do mais piroso e desajustado que se pode imaginar. É que é tudo completamente démodé. Cada país a dar notas aos outros, pretensamente avaliando o tema que apresentam, como sendo o melhor?!? Pelo amô dji Deuuusssssssss… EU TIRO O TUBO!!!!


Depois, confesso que não me juntei ao coro nacional do ano em que o Salvador venceu aquilo. Achei a música bonita, mas nada do outro mundo. A irmã, que a escreveu, tem criado coisinhas bem mais bonitas. Podem-me chamar de bruto, sem coração, mas não me deixei tocar, de todo.


Isto tudo antes das galinhas do médio oriente, num tema absolutamente inenarrável. Aquilo para mim, é mais do que suficiente para qualquer cantor, compositor, e performer que se prezasse, tirasse da ideia o poder entrar num circo de horrores daquele género.



Mas… quando nós esperávamos já ter batido no fundo, eis senão quando o pior ainda está sempre para vir. 

Claro que não vi a pré-eliminatória nacional deste ano, porque foi isso que se passou, segundo o que li, em que foi apurado para a final do Festival da Canção como segundo concorrente mais votado pelo público, o rapazinho este. E logo o do visual assim do mais futurista que se pode imaginar, com aparência de um ser híbrido, meio homem-meio máquina, que foi o mais votado pelo público, com o tema que compôs e interpretou chamado: “Telemóveis”. Ólaré!!!!

Eu, que vejo notícias ao almoço e ao jantar, consumo diversos programas de boa informação, ouço várias rádios praticamente 8 horas por dia, vejo e escrevo na internet, que gosto de estar informado… senti-me algo deslocado quando me vi na necessidade de pesquisar mais sobre quem seria o bízaro.


E vi. Aquilo é… duro. Vou dizer qual é a minha leitura: um jovem com ar lunático, completamente outsider, canta ao melhor estilo flamenco drunfado de um bairro cigano qualquer, umas palavras desconexas sobre… telemóveis!!!!! Isto enquanto outro marialva, em não muito melhor estado, com ar de quem esteve a comer uma feijoada temperada com o mais bravo picante do México, se dobra todo como estivesse a ter um ataque de lombrigas extraterrestres.

A letra, que me dei ao trabalho de pesquisar, é medonha. A saber:

Eu parti o telemóvel
A tentar ligar para o céu
Pra saber se eu mato a saudade
Ou quem morre sou eu
Quem mata quem
Quem mata quem
Mata?
Quem mata quem?
Nem eu sei
Quando eu souber eu não ligo a mais ninguém
Se a vida ligar
Se a vida mandar mensagem
Se ela não parar
E tu não tiveres coragem de atender
Tu já sabes o que é que vai acontecer
Eu vou descer à minha escada
Vou estragar o telemóvel
O telele
Eu vou partir o telemóvel
O teu e o meu
E eu vou estragar o telemóvel
Quero viver e escangalhar o telemóvel
E se eu partir o telemóvel?
Eu só parto aquilo que é meu
Tou pra ver se a saudade morre
Vai na volta quem morre sou eu
Quem mata quem mata?
Eu nem sei
A chibaria nunca viu nascer ninguém
Eu partia telemóveis
Mas eu nunca mais parto o meu
Eu sei que a saudade tá morta
Quem mandou a flecha, fui eu
Quem mandou a flecha, fui eu
Fui eu

AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

A TOMAR POR CULO!!!!

Ora, está bem visto que não é preciso um gajo ter sido iluminado para perceber que não há aqui um mínimo de poesia, portugalidade, sentido, bom gosto. Isto, a bem dizer, é uma granda merda! Que o povo português tenha votado nisto só prova que… bem, eu das últimas vezes que tem sido dada ao povo a hipótese de opinar, das últimas eleições cá do burgo, a isto; tenho levado cá com cada apertão, que só me dá vontade de me meter na nave e desaparecer por esse espaço sideral fora.

Ver amigos que eu estimo há décadas, cultos, com bom gosto e rodados, começarem a imolar-se  em plena praça pública na defesa da coisa, é confrangedor.

Também tu, amor?!?!?

Tenho uma explicação para o episódio: acho que desde que o Variações morreu tão novo cheínho de SIDA, que nós tugas ficámos órfãos de uma figura que nos albergasse a todos debaixo da sua genuína e verdadeira genialidade. Qual rei D. Sebastião, qual quê?!?!? Quem é que mandou o cachopo esse ter-se metido naquela nuvem cheia de marroquinos maus como a puta que os pariu, a pensar que se safava?!??!?
Este das barbas, o maior génio musical que já nasceu neste solo luso, foi pior, o pobre. Fatinhos de cabedal e muitos melos bem regados nas catacumbas de San Francisco, lançaram-no numa espiral de destruição que um tem de ir é para o que quer, mas nos deixou a suspirar, ansiando até que os sublimes Humanos nos foram mitigando a dor...


até erros de casting, como este.

Mas quem é que pensa o gajinho este que é?!?!?!?

Estou que não posso…



Eu sou tão velho e da velha guarda…

<3





Sem comentários: