sábado, 28 de julho de 2007

Delírios Estivais

Aaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh!

Muito bom!

Bem me podem vir com a conversa que a praia cansa e não sei quê e o que está a dar é o campo e o turismo cultural e blá blá blá... A mim, quem me tira a prainha tira-me tudo. Mesmo que sejam só cinco dias, mesmo que seja só para matar saudades, entre reencontro faz-me sempre sentir como se nunca tivesse saído de cá.

Olhando à volta, às vezes dá-me vontade de mandar tudo às urtigas e ficar por aqui, como os pescadores que trabalham só para comer porque roupa quase não é precisa e porque quem tem o mar por companhia não precisa de outras coisas materiais.

O cheiro da maresia, a areia húmida entre os dedos dos pés, o sabor salgado da água, o sol e o calor e as longas caminhadas à beira-mar... tudo é perfeito.
Nestes dias de relax e de recarregar baterias tenho reparado que algumas coisas mudam, outras estão simplesmente diferentes e outras são mesmo novas.

Destes considerandos que me acompanham, gostava de partilhar alguns convosco...


I) O mar... esse grande urinol!


Se atendermos aos largos milhares de novos visitantes que chegam neste período estival e se encontram espalhados pelo areal fora; e ao facto de praticamente não existirem casas-de-banho disponíveis junto às praias (salvo honrosas excepções!), cedo chegamos à conclusão que 90 e muitos por cento da rapaziada, vai verter águas no sítio mais óbvio: a própria água! Tudo isto é mais do que comprovado quando aferimos que essas escassas casas de banho disponíveis são provavelmente o único sítio nesta região que não tem fila em Julho. Há filas para o pão, para o café, a dos telefones públicos acabou por causa dos telemóveis, mas há filas para estacionar, filas para entrar na praia, para fazer uma caricatura no calçadão por 5 euros, para os correios, para tudo e mais alguma coisa, menos para os WC. A malta chega ali à beirinha e zás! Aaaaaah! Já está!

Nestes dias de ócio tenho-me entretido a apreciar a forma como cada um dá a volta a esta questão. As observações directas permitem-me diagnosticar já nesta fase, sete tipos diferentes de abordar esta temática higiénica:


1) O dissimulado – É o grupo maioritário. Integra os homens, mulheres e crianças que sabem que mijam dentro de água, mas tudo fazem para que os outros como eu, que estão a reparar, não desconfiem do que estão a fazer. Fingem que se estão a ambientar á gua, entram só o suficiente para não se notar o repuxo, vão fazendo gestos com as mãozinhas para parecer que estão a nadar e chegam mesmo a sacrificar-se num mergulho para que pensem que foram mesmo à água sem outro objectivo por detrás, apesar de saberem que está gelada. Sabem-na toda!

2) O óbvio / convencido – Mija à grande e à francesa. O homem mete as mãos nas ancas e chega mesmo a suspirar de alívio durante o acto. Os adeptos desta modalidade fazem força ao ponto de ficarem vermelhos. Nunca encobrem o arrepio final. Fazem a coisa de uma maneira de tal ponto descarada que só lhes falta pedir à autarquia local que lhes construa um muro ou uma estrutura dentro de água para que possam colocar a mãozinha na parede enquanto com a outra seguram o respectivo entremejo. É uma figura clássica. Na sua vida normal, rotam em público, coçam-se em público e já nascem com o palito na boca.

3) O maldoso – Alivia-se estando plenamente consciente de que está a fazer algo errado e nada higiénico mas ainda assim prevarica e sente-se feliz por tal. Os mais avançados nesta técnica dão-se ao luxo de estudar as vítimas e o lugar onde podem pregá-la, não perdendo a oportunidade de inquinar as águas territoriais do vizinho de guarda-sol que lhe mandou uma boca ao penteado.

4) O pedagógico / ecologista – Ensina os filhos a fazerem xixi na águinha passando assim o ensinamento de geração em geração. Acredita da tal forma que o que faz é correcto que chega a defender que o facto de urinar no mar faz parte do próprio ciclo da água. É sócio da Quercus e adepto do nudismo que só não pratica por pura vergonha e por achar sempre que o do vizinho... é maior que o seu!

5) O arrependido – Pensa sempre duas vezes antes de se encaminhar para a água para cumprir as necessidades. Nalgumas vezes consegue resistir e faz-se ao caminho para encontrar o urinol mais próximo, noutras faz mesmo ali, mas dá sempre nas vistas porque sai com um ar de desconsolo e de quem fez algo de muito mau. É dos mais facilmente identificáveis à vista desarmada.

6) O narcisista – Mija devagar, convicto e desfruta do fluxo de água quente em seu redor. Pratica o acto quase sempre em isolamento e não consegue disfarçar um sorriso nos lábios por ter concretizado mais uma das suas. Homens divorciados e com tendências sexuais dúbias preenchem em larga escala este grupo.

7) O ingénuo – Faz xixi mas nem dá por ele. Pensa que toda a gente o faz. Enquandra-se por vezes num dos grupos anteriores por pura falta de tino. Entra na água, verte águas, ri-se com ar conivente para os que o cercam e sente-se bem.


Estando certo que existem muitos outros grupos que possam ser identificados, faço aqui o apelo para quem detecte outros modus operandii, e me queira ajudar a engrossar a lista. Nunca se esqueçam, sempre que ouçam: “Ó mãe, aqui está mais quentinha!”, é porque há mouro na costa.


II) A Bolinha... que já era!

Há coisas que casam tão bem que é quase impossível separá-las. Poucos prazeres na vida se assemelham ao divino desejo de comer uma bolinha de Berlim na praia, depois de saídos do banho e enquanto nos esticamos nas toalhas para secar. É um daqueles rituais que nascem connosco e que nos habituamos a estimar e a preservar. Dia de praia sem a bolinha não é dia de praia que se preze. Esqueçam as dietas e as recomendações médicas, porque quando na praia, a bolinha é tão indespensável como o protector solar ou os óculos escuros.

Assim que cheguei, mal avistei o chapéu de sol ambulante e as t-shirts brancas, mal ouvi o som da campaínha e o grito : “olhá boulinhaaaaaaaaaaa”, pus-me em sentido, em sinal de respeito.

O primeiro susto veio logo a seguir. 2 euros por cada uma??????? Phónix! Eu ainda sou do tempo do escudo e 400 por cada, soou-me a roubo flagrante. O meu irmão tranquilizou-me: “é 1 euro para a mercadoria e mais 1 euro para o gajo que anda aí o dia inteiro à esturra do sol, praia abaixo, praia acima, para te dar este prazer mesmo á beira-mar”. Achei justo e passei desde então a considerar que o valor pago deve ser mentalmente dividido em dois: 1 euro para o bolo, 1 euro de gorjeta. Assim custa menos a largar.

Já com ela na mão, depois da primeira trincadela, outra e outra se seguiram na busca do creme perdido... em vão. Pensei : “o cabrão enganou-me! Vendeu-me uma bolinha seca! Sacrilégio!”. Ainda pensei em reclamar mas a carruagem já ia longe e dei-lhe o benefício da dúvida. A bola estava mais ou menos mas faltava-lhe o cerne da questão, o néctarzinho amarelo.

No dia seguinte, precavi-me. O dealer era outro, uma senhora que pesava não sei quantas arrobas e colocou uma banda gástrica e deu no noticiário da Sic à hora de almoço. Reconheci-a logo. “Ó Dona, há com creme?”. A mulher quase que tirou os óculos escuros para me ver melhor e fitou-me com um ar de quem está a ver alguém que disse uma grande heresia. “Com creme já não há, senhor. Acabou há 2 anos”. “Mas como é possível, por Deus? ASAE?”, perguntei. “Sim senhor. E a Capitania também não deixa”.

Deu-me vontade de começar a correr aos urros pelo areal, vociferando aos céus como faziam os heróis clássicos da Roma Antiga nos filmes do C. C. B. DeMille, gritando a desgraça.

“Sabe... houve uma senhora que comeu creme estragado e quase morreu”, disse-me, com ar abatido.

E eu tive vontade de responder: “Ai sim? Morreu? Enterra-se! Há tanta gente boa que morre por aí todos os dias e que culpa tenho eu que me tenham tirado o creminho da bolinha por causa de uma gaja que eu nem conheço? E a PJ investigou? Chegou a saber ao certo se a causa da intoxicação foi mesmo da bola ou foi duns ovos mexidos manhosos que comeu na roulotte da esquina na noite antes?”

Estou desolado!

A praia nunca mais será a mesma!

Pois fiquem a saber que a mim não me enrolam à primeira! Fiquem sabendo que a minha sogra faz bolos e eu hei-de regressar em Agosto! E eu sei que a minha sogra também usa creme daqueles para barrar outros bolos e dá próxima não me hão-de amolar! Hei-de-lhe pedir uma caixinha dele e hei-de guardá-la religiosamente numa geleira para que a possa levar para a prainha e assim barrar as bolinhas que lá comprar mesmo aos olhos de toda a gente.

E disponibilizo-me desde já, a barrar as bolinhas de quem queira (salvo seja!), desde que haja creme e se una a mim nesta cruzada.

Os cabos de mar não estão incluídos! Se querem bolas recheadas junto ao mar, VÃO À PADARIA!

III) Estes britânicos estão loucos!!!!


Na vasta diversidade de bares que anima a vida nocturna algarvia, destacam-se os ingleses / irlandeses. Porquê? Porque são mais que as mães, porque estão sempre cheios, porque respiram ambiente familiar e porque me deixam sempre a questionar a razão da sua existência. As public houses, vulgo pubs, que se espalham por todo o ALLgarve, só confirmam a minha teoria que os bifes não batem bem.

Senão vejamos...

As famílias do Reino Unido que vêm passar o Verão a Portugal são de classe média – baixa, baixa. Isto não é, presumo, surpresa para ninguém. Os que têm mesmo muito guito vão para Espanha ou para as Seichelles, bazam daqui e não se enterram cá.

Se se deslocam para um país diferente, à procura de sol e praia, expliquem-me, por favor, se faz algum sentido que estes gajos se enfiem todas as santas noites em bares iguaizinhos aos que têm à porta da casa, na esquina do seu bairro, para se juntarem em longos e intermináveis Karaokes, para comerem e beberem até cairem de cú, enquanto há tanta coisa por fazer!

Não faz sentido! Mesmo.

Imaginem o que seria se um grupo de amigos ou familiares fosse daqui até Cancun ou Punta Cana e em vez de apreciar as vastas belezas autóctones, se enfiásse todas as noites numa taberna portuguesa, a mamar carapulos de vinho tinto e a comer couratos, a cantar temas perdidos do Tony de Matos ou a assistir à actuação sistemática do Rancho Folclórico da Casa doTrabalhador de Carrazeda de Ansiães ou aos Pauliteiros de Mirandela.

Tá demais! Só me apetece gritar: “ó rapazes, mexam-se! Espalhem-se por aí que a vida não é só isto! Vão pro bar do Camarinha, para a Kadok, para a Locomia, para o Sasha ou para o Nikki Beach ou para uma outra qualquer paneleirice dessas que inventaram do ano passado para cá, mas passar as noites como passam em casa... é desperdício! Mesmo!

“Don’t waste your precious time over there, lads! Cheers!”

E Boas Férias! Se for caso disso…

9 comentários:

João, disse...

Uffffff…como diria o meu amigo José Gabriel (depois de afifar mais uma cabeçada na bola), já chegava de “futebol”…felizmente vieste refrescar o ambiente com este tema sobre ferias, acompanhado destas maravilhosas imagens.

Em relação à personalidade dos “mijadelas”, quero-te dizer que em minha opinião me enquadro quase totalmente nos “narcisistas” e tenho como opinião que isto de “mijar para o oceano” ´´ é, mais ou menos, como “mijar para o Tejo”, não adianta nem atrasa, antes pelo contrário…

Em relação à questão das “bolinhas”, eu penso que o meu amigo Pedro anda a ser perseguido por esses “maganos” da ASAE, porque no ano passado, no local que frequentei, “mamava uma” todos os dias, sempre com “creme” (às vezes “mamava duas…”), porque a minha companhia, queria sempre repetir. Para o ano pedes-me o mapa…

Já quanto aos ingleses…se é para dizer mal desse malandros, têm que contar comigo. Eu ando farto desses “gajos” e da sua “língua” barbara. Agora até a Renascença dá horas seguidas de música na língua dessa gente, para além da Rádio Pública, “antena 1”, que recebem dos nossos impostos. Raramente se consegue ouvir um tema em português; se eu mandasse, obrigava-os a falar sempre em inglês e ir receber o ordenado a Londres, que daqui não recebiam nem um chavo. Mais parecemos qualquer provinciazinha do reino da família de prostitutas, bêbados e drogados, ou talvez, quem sabe, um “estadosinho” esquecido dos “staites”. Haja paciência…

Mas o que eu quero mesmo partilhar com vocês a respeito dos ingleses, é uma “fabulosa carta” que me enviaram, a respeito de toda esta “fantochada” da criança inglesa desaparecida no “All garve” (quando todos os dias existem crianças raptadas no nosso país, que toda a gente sabe onde estão e a “merda da justiça” que temos, leva anos para resolver as situações e a nossa impressa, subserviente, nada diz).
O título da missiva é “carta para o meu amigo João” e acreditem que gostava de ter sido eu a escrevê-la, e retrata assim essa corja:
"Tenho-me mantido calado em relação ao desaparecimento ou rapto da menina inglesa, porque acho que há gente a mais a dizer alarvidades sobre o assunto. Tenho-me abstido de manifestar a minha repugnância pelo procedimento asqueroso da imprensa inglesa em relação à actuação da polícia portuguesa, porque acho que vozes de burro não chegam ao céu.
Tenho optado por não manifestar o meu desacordo pelas conferências de imprensa que a PJ dá em inglês, num abjecto acto de subserviência em relação a esta classe de gente (e gente não é, certamente, que gente não procede assim), porque reconheço que do alto da sua arrogância, apenas têm contribuído para revelar ao Mundo a mentalidade de merda que existe por dentro daquelas cabecinhas loiras.
Agora o que não vou engolir é que um filho de puta inglês, que se diz ser o arquitecto da casa onde mora o principal suspeito, que reside em Portugal há cerca de trinta anos e não fala uma palavra de português, tenha o descaramento de criticar a GNR porque, segundo afirma o cretino, tentou dar informações pelo telefone e foi atendido por um agente que não falava inglês. Pior ainda, disse a besta com todo o ar de desdém que lhe coube naquelas fuças de porco inglês, foi quando, algumas horas depois voltou a telefonar e quem o atendeu sabia apenas algumas palavras da língua de sua majestade, a rainha da casa da maior pouca vergonha a que o Mundo assistiu nos últimos anos.
Estes ingleses não se mancam, mesmo.
Estes ingleses merdosos, que já no tempo da guerra afirmavam que a Europa estava completamente isolada pelo nevoeiro, estes ilhéus provincianos que em pleno século XXI continuam a conduzir fora de mão e a alimentar uma realeza de putaria, estes negreiros sem vergonha que espalharam e deixaram escravatura e racismo pelos quatro cantos do Mundo, estes arruaceiros de merda que espalham o terror pelos campos de futebol da Europa, têm o topete de viver trinta anos num país que lhes oferece um sol radioso, como eles nunca imaginaram existir, sem se darem ao trabalho de aprender uma palavra da nossa língua, ainda têm tempo de antena num canal de televisão nacional para falarem mal de nós?
Mas afinal que trampa de república de bananas é esta, que beija a mão a quem nunca respeitou um aliado, que parece ter esquecido o célebre mapa cor-de-rosa, com que nos roubaram metade de África, e fica impávida e serena, a ouvir os desabafos destes alarves, sem ao menos um protesto oficial.
Por onde é que anda o "gasolineiro" de Boliqueime quando a honra do país necessita ser defendida?
Onde é que está o "inginheiro" feito à pressa, sempre tão lesto a acariciar os "tomates" aos amigos trabalhistas?
Já não resta nem um pouco do orgulho nacional?
Depois admiram-se que meia dúzia de gatos-pingados, apreciadores de concursos televisivos, reabilitadores de apresentadeiras escorraçadas da política, façam do maior ditador do século vinte, o maior português de sempre.

Ao fundo com a Inglaterra e puta que pariu os ingleses!"

Saramago, dizia um dia destes (não sei porque é que o Garraio lhe chama o “marido da Pilar del Rio”), que Portugal acabará, mais tarde ou mais cedo por se integrar na Ibéria e, logo vieram, os bacocos do costume, contestar e excomungar mais uma vez o nosso, talvez, melhor escritor, que paga todos os seus impostos em Portugal, ao contrário de muitos desses “patriotas da porra”.
Espanha, tem sido, ao longo da história, talvez o país que mais se tem oposto a esses “bárbaros ingleses”, se for para isso, eu sou um dos apoiantes da ideia…
VIVA A IBÉRIA UNIDA

João, disse...

Pedro, desculpa usar este espaço por problemas de “desorientação pessoal”, mas penso que és meu amigo, com curso na área destas coisas da informação/comunicação e queria pedir-te alguns conselhos.

Quando no outro dia vieste com aquela “estória” dos “velhinhos” do Alandroal, que tinham sido levados a “ver-o-mar” e acabaram a “posar para a televisão” na Sede de Campanha do “costa”; eu pensei que era “perfeitamente normal…”. Assim como uma espécie de mal entendido, do género: “vamos ver o mar e o Costa” e povo pensou que seria a costa atlântica (Nazaré, Peniche…), e afinal, era o “magano” do Costa, que era o nº 2 da equipa do Sr. Pinto de Sousa e que agora é o Presidente da Câmara da kapital, depois de ter dado uma “banhada” aos “encolhidos” do Marques e da Dona Paula da Cruz (que a dita, até não devia ser muito pesada, porque ela já se “equilibrou” e está ali para as curvas).

Começo então a explanar o meu problema, procurando a fundamentação possível, para ver se tu me compreendes…ou algum dos amigos que aqui costumam opinar, para ver se me ajudam.

Há um amigo meu, com cerca de 80 anos de idade, que gostava muito de “touradas na televisão” (sim daquelas com bois de verdade), que me conta, que “teve de deixar de as ver” porque aquela coisa do “replay”, ou lá como se chama (as repetições digo eu), lhe fazem muita confusão. Porque me diz que, “aquilo pode lá ser verdade? Um homem “pegar” tantas vezes um touro e sempre da mesma maneira? Aquilo é impossível… esta gente da televisão, anda a gozar connosco ou quê…”.
Parece-me, agora, que o começo a compreender…

Eu garanto, que pessoalmente, também já tinha ficado desconfiado…aqui há cerca de 40 anos, quando vi na televisão… os malandros dos americanos, virem dizer que tinham ido à lua…Hum, cá para mim, eles já se andavam era a treinar “no deserto” para invadirem o país do Sadam (quem sabe até, na margem sul deste nosso Portugal, que “Isto” serve para tudo).

Ainda no tempo, em que a TV não era o que é... o “tio António”, o “botas” (sim aquele que a dita televisão, elegeu agora como o “maior português de sempre”), que ninguém me tira da cabeça que nunca “as descalçava”, porque tinha um “pé bifurcado”, e numa altura em que as coisas não corriam bem para o Estado Novo, lançou mão de uma série de autocarros dos amigos do capital, mandou carregar pelo país fora todos os legionários, bufos, mocidade português, pides e papalvos que encontrou e encheu a Praça do Império, hoje Terreiro do Paço, com uma grandiosa manifestação de apoio. Aos quais perguntou, com a sua voz tremula e fanhosa (em muito parecida com a do sr. ingenhêro e de outro marmanjo que acumula 2 reformas chorudas, mais o ordenado por ser um alto magistrado da nação, talvez o “maior…”): “portuguesessss, quem manda em Portugal? E o povo em “uni som” respondia: salasar, salasar, salasar…” e era verdade.

Atão mas… não é que me contaram, que um dia destes, para a apresentação de uma das medidas mais apregoadas pelo desgoverno do Sr. Pinto de Sousa, o Plano Tecnológico, naquilo que a “televisão apresentou” como sendo numa escola do 1º ciclo (que eu pensei que era na zona de Lesboa), em que os alunos deveriam ter entre 6 a 10 anos, apareciam miúdos com 12 e 13 anos, que tinham sido seleccionados através de um tal “casting” (mas que merda é esta, perguntaria o meu amigo de 80 anos), para fazerem de “figurantes”, por 30 Éreos para cada um…(ai se a comunidade europeia sabe, que o “desgoverno de Portugal”, anda a fomentar o trabalho infantil…)

Amigo Pedro, tu que és “formado” nesta coisa, diz-me que isto não é verdade, que isto era um episódio do “gato fedorento” transmitido, por engano, nos “telejornais” (aquele “magano” do Ricardo Pereira è o máximo a disfarçar-se de sócrates); ou da “conversa da treta” (ai aquele zézé e aquele tóni, lembram-se de cada uma…), ou será que era o meu amigo Raul Solnado, a “explicar sua ida para a escola… assim como a “sua ida à guerra”? Se isto foi assim, pronto…os nossos humoristas estão de parabéns…e sou eu que ando a ficar confuso…

Mas se não é!
Se tudo isto foi real? E se nosso 1º se prestou a esta brincadeira…
Como vamos nós agora acreditar que o deficit está a diminuir? Que já criou 100 000 empregos dos 250 000 que prometeu? Que o investimento está a aumentar? Que as despesas estão a diminuir (que as receitas estão a aumentar, a gente sabe. Não é preciso ser-se economista, nem ganhar 3 ou 4 mil contos/mês. Basta aumentar os impostos e criar uns cobradores…)? E que a merda toda que se anda a fazer, vale a pena em nome dos nossos filhos…
Que país é este? Que políticos nos governam? Para que serve a televisão e os jornalistas da liberdade? Qual a diferença entre este, e o antigo regime? Que diz a isto o Sr. Presidente da República? E o Presidente do Tribunal da Injustiça? E o Povo? E os contribuintes, que terão de pagar, directa ou indirectamente, o “casting”? Se isto não é uma trapalhada, então o que é?

QUEM SOMOS NÓS? E PARA QUE QUEREMOS A LIBERDADE?

Um abraço e desculpa o desabafo, mas vê se me ajudas…

Sergivs disse...

Bolas de berlim a 2 euros?
Ainda sou do tempo em que uma bola de berlim custava 100$ e chegava a comer 3 e 4 por dia, isto em Monte Gordo. Até achava esquisito quando o tipo das bolas me perguntavar se queria com ou sem creme, porque eu sempre as tinha conhecido com aquele delicioso néctar.
Nessa altura não havia ASAE e as autoridades marítimas não eram tão rigorosas. As bolas sabiam às mil maravilhas e se não cumpriam as regras de higiene, queria lá eu saber.
Hoje, o Algarve está cheio de turistas, talvez por isso já não precise dos portugueses, aliás os próprios operadores turisticos e demais empresários até preferem os estrangeiros, porque esses dão grandes gorjetas, não reclamam e até acham barato uma bola de berlim por 2 euros, sem creme "please"!

Apolitico disse...

Srº João Bugalhão, como é possivel que uma pessoa culta como o Srº ainda acredite em tudo o que ouve e vê... Não politizemos o Blog do Pedro, para isso está lá ele...
Um abraço.

marco horácio disse...

Um abraço e boas férias Pedro.O teu blog é 5 estrelas.

Arenense disse...

Existe muita gente inteligente e experta, sabedora.... e tu amigo Pedro és uma delas, na verdadeira acepção da palavra...... mas,
Nem todos, por chegarem a falar no teu cantinho, se podem considerar que almejam a ser como tu.
Falam de tudo e de todos, mas como se diria também nos tempos de Roma... Não basta ser Romano...... Ou a mulher de César............etc. etc. etc.

Pedro Sobreiro (Tio Sabi) disse...

Ei, ei, ei! Travão! Calma, calma. Em primeiro lugar este cantinho não é só meu, é de todos aqueles que venham por bem, como diz nos azulejos antigos nas entradas dos velhos palacetes. O meu amigo arenense, se assim me trata, assim deve de ser, mas não me venha agora para aqui partir a loiça nova que acabei de a comprar. Ó pá, cada um é como é, e contra isso batatas. Não vamos é vir para aqui destilar ódios antigos que a coisa pode azedar, ok?

Fazemos como nos refeitórios das escolas, quando não gostamos do puré, encostamos à berma do prato, mas por favor não me estraguem o baile que isto agora está bom.

Quando entramos nessas cenas mais desagradáveis, a coisa esturra. Já vi isso acontecer diversas vezes em diversos blogues e não me dava jeito nenhum uma peixeirada aqui no meu. Vamos lá pessoal, manter o nível, manter o nível que é para não nos meterem a nós de castigo.

A paz do Senhor esteja convosco, o Amor de Cristo vos uniu, saudái-vos na paz de Cristo.

Jorge Miranda disse...

Pedro,
Isto de se fazer comentários e os mesmos não serem assinados é um bocado desanimador, sobretudo para quem escreve no teu quintal e fá-lo de uma maneira honesta, dando a cara, também me parece que é isso que tu pretendes…
Obviamente que se percebe o comentário e a quem é dirigido… (90% das pessoas que aqui escrevem não precisam que assobiem para beber água)
Penso que tu mereces mais consideração, pois és das poucas pessoas com coragem de nos colocar a pensar sobre muitas coisas, sobretudo sobre nós…
Concordo plenamente que devemos elevar o discurso, e se não concordamos, devemos dar a nossa opinião, mas sem pseudónimos!!!!!!!
Um abraço,
Jorge.

Catarina disse...

a "boliberli" na Meia Praia custa um euro!