De manhãzinha, quando ainda me encontrava no aconchego dos lençóis, ouvi os passinhos dela em direcção a mim. Tinha fugido à mãe, que andava à sua procura para a vestir. De sorriso aberto marcado pela brancura dos dentinhos de leite, aninhou-se junto do meu regaço e sorriu vitoriosa por ter ganho mais uns minutos de mimo.
Olhou-me e sussurrou:
“Sabes, pai… eu disse às minhas amigas que tu tens um olho de cada cor… um verde e um azul. Este (apontando) é o verde e este, o da esquerda, é o azul, não é pai?”.
“Ai disseste às tuas amigas? E elas?”.
“Elas ficaram tristes porque os pais delas não têm também os olhos assim. Têm os dois da mesma cor. Iguaizinhos”.
(Silêncio cúmplice)
“Como é que conseguiste fazer essa magia, pai?”.
Olhou-me e sussurrou:
“Sabes, pai… eu disse às minhas amigas que tu tens um olho de cada cor… um verde e um azul. Este (apontando) é o verde e este, o da esquerda, é o azul, não é pai?”.
“Ai disseste às tuas amigas? E elas?”.
“Elas ficaram tristes porque os pais delas não têm também os olhos assim. Têm os dois da mesma cor. Iguaizinhos”.
(Silêncio cúmplice)
“Como é que conseguiste fazer essa magia, pai?”.
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