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Eu já tenho o cd há imenso tempo e adoro a pop fresca e contagiante do rapaz, mas só neste fim de semana é que ouvi a música com atenção e tenho de conceder que eu concordo em absoluto com o Mika quando ele diz “big girl, you are beautiful” (Ó Gordinha, tu és linda).
Eu sei que a esta altura do campeonato, mesmo quem me conhece mal já deve de saber que o meu conceito de beleza feminina não vai com magrezas. Na verdade, quando vislumbro aquela piquenas nos desfiles parisienses, assim com ar de quem não vê uma boa sandes de presunto em pão caseiro há décadas, até me arrepio.
E como é que é possível alguém conceber que o ideal feminino pôde alguma vez ter que ver com aquilo, com aquelas casas sem alicerces, verdadeiros andaimes que vacilam ao mais suave dos sopros. Tão frias, tão desconchavadas, tão sem jeito… e a gente ali agarra-se onde, ó valha-me Deus?
Eu, que já aqui disse mais do que uma vez que sou fã da condição da mulher, que as acho no global mais inteligentes, mais capacitadas, até fisicamente, quanto mais não seja pela graça imensa que a natureza lhes deu de poderem tornar real o milagre da vida. Nisso aí, o homem fez falta apenas 9 meses antes, quando a coisa ainda era um projecto e quase não merece aparecer nos créditos da obra.
Até tenho uma teoria da conspiração que inventei da minha cabecinha que daqui a uns séculos, se o Sócrates não rebentar com isto antes, a evolução da espécie humana há-de avançar no sentido de só o sexo feminino sobreviver. Nós, os homens, fomos muito úteis quando a força dos braços foi determinante para o trabalho e para a defesa. Hoje, com as modernas tecnologias, com os bancos de esperma e com tudo o que há de mais avançado, já não fazemos tanta falta. O mundo só com homens não pode continuar. Só com elas já não se pode dizer o mesmo e aí a coisa complica, sobretudo quando se zangam e dizem que estão fartas de nós. Mas isso era assunto para um tratado de muitas páginas, pelo que convém aqui apenas aflorar o tema pela ramada.
O que importa para este post em concreto é que para mim, a imagem da mulher é uma imagem de fertilidade, de bonança, de curvas e contracurvas, de braços fartos que queremos que nos abracem, de peitos amplos onde podemos desabafar e descansar, de pernas quentes que nos envolvam e encantem.
Nem as modelos escanzeladas, nem as Barbies dos 300 cheias de botox e peitos a rebentar de silicone, nem gorduras muito avantajadas que o que é demais também farta. E se entramos numa de preciosismos, até a distribuição da massa corporal tem que se lhe diga. A versão que foi durante muitos anos plasmada em tela pelos grandes mestres, de peitos pequenos e ancas larguinhas, é mesmo a que merece meu título de eleição.
No sábado passado, na Casa da Cultura, no lançamento do livro “Emoções”, um evento muito simples, mas muito digno e pleno de afecto e simbolismo, a autora presenteou a assistência com uma surpresa musical, um duo de voz e guitarra que interpretou magistralmente alguns temas bem conhecidos. As versões e os arranjos foram ecléticos, o guitarrista era um intérprete magnífico e a cantora era uma jovem, digamos que muito bem apessoada, se é que me faço entender.
E eu lembro-me de estar a ouvir a sua voz quente e suave e estar a pensar como a compleição física é também decisiva neste campo. Se não fosse ser como era, jamais conseguiria ter aquela prestação vocal tão envolvente.
A magnífica Adele, a intérpete pop inglesa, é disso um outro excelente exemplo.
Eu sei que nos tempos em que vivemos, a gordura já deixou há muito de ser formosura. Nesta era de obsessão pelo corpo, de ginásios e tratamentos, de estéticas e sacrifícios, ninguém quer aqueles quilos a mais, toda a gente anda atrás do corpo perfeito.
Mas se todos assim fossem… onde é que estaria o direito à diferença?
E para mais, uma coisa é o volume e outra é a sensualidade. Pode-se ter um corpo escultural e sensualidade zero. O contrário também é possível e de que maneira! Esse conceito é ainda mais amplo e porém muito menos discutível.
Eu acho que o segredo está nas meninas do anúncio da Dove… redondinhas, mas orgulhosamente redondas, assim felizes de roliças e sem vontadinha nenhuma de mudar.
Que assim seja então meninas.
O Tio Sabi aprova. Cantem comigo, então!
Ó Gordinha tu és linda!
Big girl you are beautiful
Entra na sala
Walks into the room
Parece um grande balão
Feels like a big balloon
Eu digo “Hey miúda, tu és linda!”
I said, "Hey girl, you are beautiful"
Coca-cola de dieta, e uma pizza por favor,
Diet coke and a pizza please
Coca-cola de dieta, eu estou de joelhos
Diet coke, I'm on my knees
Gritando, hey gordinha, tu és linda
Screamin, big girl, you are beautiful
Ó gordinha, tu és linda
Big girl, you are beautiful
Tu levas a tua miúda escanzelada
You take your skinny girl
Eu sinto que vou morrer
I feel like I'm gonna die
Porque uma mulher de verdade precisa de um homem de verdade, e é por isso que
Cause a real woman needs a real man here's why
Leva a tua miúda e multiplica-a por quatro
You take your girl and multiply her by four
Porque um mulherão precisa de muito mais
Now a whole lotta woman needs a whole lot more
Mete-te no bar “Butterfly Lounge” (bar de gordinhas)
Get yourself to the butterfly lounge
Encontra uma redondinha
Find yourself a big lady
Rapagão vem brincar
Big boy come on around
E hão-de chamar-te querido
And they'll be calling you baby
Não é preciso fantasiar
No need to fantasize
Desde que uso aparelho nos dentes
Since I was in my braces
Um repucho com miúdas à volta
A waterin hole with the girls around
Curvas todas nos sítios certos
Curves in all the right places
Ó gordinha, tu és linda
Big girl, you are beautiful
Olha a nossa Amy... tadinha...
É boa cachopinha, mas gosta tanto... Tanta droga, tanta bebida... e é tão genial...
Agora... digam lá de qual é que gostam mais?
1 comentário:
Mas que belo post.
Concordo com o que dizes.
Falando em beleza e sedução, sem magreza nenhuma e com umas pernas que nunca mais acabam ontem fui ver a magnifica BEYONCE.
Sem palavras...
Abraço,
Xico da Blusa
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