Eu não sei se acontece o mesmo convosco mas para mim é sempre uma emoção quando (re)encontro Marvão num qualquer órgão de comunicação social nacional ou internacional.
Sei que pode soar assim possidónio mas a verdade é que me sinto vaidoso quando vejo a minha terra brilhar aos olhos dos outros.
Desta vez foi no Público de sexta-feira passada que dei de caras com um bom artigo da Alexandra Prado Coelho, publicado na sequência do prémio que a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu à Fundação Cidade de Ammaia pelo seu esforço na valorização do património.
São duas páginas que transmitem uma ideia clara da importância desta cidade (da que teve então e da que pode vir a ter) e que fazem o ponto da situação dos trabalhos desenvolvidos no sentido de nos revelar tudo o que ainda há por descobrir. Merecem uma leitura atenta.
Só é pena que este diamante (ainda) em bruto, que poderia ser a nossa nova jóia da coroa em termos de dinamização turística, esteja localizada neste triste país que não sabe valorizar e rentabilizar o riquíssimo património que tem nas entranhas. Estivesse a nossa Ammaia nos States ou até mesmo nas vizinhas Espanha e França, enfim, em qualquer país que não do terceiro mundo, e outro galo cantaria. Estaria tudo mais do que escavado, catalogado, ressuscitado, exposto, preparado para receber os visitantes em jeito de Parque Temático repleto de actividades lúdicas, serviços e merchandising. Não faltaria o dinheiro para apoiar uma coisa à séria. Assim…
Venham antes estádios de futebol para regiões que nem sequer equipas tinham no escalão maior, condenados a estarem sempre vazios; venham aeroportos desnecessários construídos apenas para alimentar os lobbies; venham TGVs, venha tudo e mais alguma coisa… menos o que nos faz realmente falta.
Apesar de não ser a sorte grande, o prémio e a mediatização serão certamente um merecidíssimo estímulo e um reconfortante aconchego para os homens, mulheres e instituições que têm lutado e se têm dedicado (tantas vezes de forma inglória…) a esta tão nobre causa.
Oxalá um dia consigam tudo aquilo que sonham.
Se tudo fosse tão certo quanto a minha admiração e gratidão…
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PS: Abraço particular ao Quim e à Sofia. Sabes bem o quanto gostava de estar presente mas…
2 comentários:
Não sou alentejana de naturalidade, mas sou do coração, por isso lhe digo, não, não é o único a sentir-se vaidoso. Também eu fico com esse sentimento e é sempre uma emoção de cada vez que o Alentejo e Marvão em particular, são falados e destacados.
Concordo consigo, vivemos num país onde se dá mais valor ao acessório, ao que não faz falta, àquilo a que chamamos para "inglês ver". É triste. Parabéns a quem não desiste e luta para levar por diante projectos como este. Bem hajam.
Helena
Infelizmente há por todo o país, muitos exemplos de completo desleixo, incúria e negligência relativamente ao património arquitectónico e arqueológico .
Em qualquer outro país, estes legados de grande interesse lúdico e cultural seriam certamente uma mais valia, para as regiões onde se localizam .
O império do betão e os seus barões ditaram as prioridades para este país: auto-estradas pouco frequentadas; estádios de futebol belos e soberbos mas às moscas;comboios que enchem os bolsos de alguns a grande velocidade; grandes empreendimentos como o Freeport,envoltos em camadas de nevoeiro à espera do D. Sebastião...enfim
Cumprimentos ! Hermínio
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