quarta-feira, 17 de março de 2010

The Special One



A vingança serve-se fria. Mourinho entrou ontem em Stamford Bridge como um elefante numa loja de porcelana e deu uma bofetada de luva branca nas aspirações de Abramovich de ver o seu Chelsea campeão europeu. Um português entrou em Inglaterra para, de uma assentada, dar um piparote para fora da Liga Milionária num russo e num italiano. Digam lá se não é coisa de classe?

Ontem, só ontem, vi 3 coisas que me fazem adorar o homem:


1) A entrevista que antecedeu a partida é uma coisa antológica. Falar mais claro é impossível. Com o ar mais natural do mundo e uma simplicidade desarmante, disse quais são os 3 próximos objectivos da sua carreira, a saber:

a) Voltar à Liga inglesa;

b) Ganhar a liga espanhola, para poder ser o primeiro treinador campeão em Inglaterra, Itália (como ele já foi) e no país vizinho;

c) Quando já for velhinho… treinar a selecção de Portugal.

Assim, sem mais nem menos, sem papas na língua. Claro, curto e conciso. E ainda há quem confunda frontalidade com arrogância…

2) Nessa mesma entrevista, Mourinho afirmou: “Durante os 90 minutos do jogo não conheço ninguém. Antes do jogo conheço toda a gente (e gosto muito de alguns), depois do jogo conheço toda a gente, mas durante o jogo… não conheço ninguém”.

Enquanto dava o biberão à pequena, vi pelo canto do olho, a entrada em campo da equipa do Chelsea para o aquecimento antes do jogo. Mourinho, que não dá ponto sem nó, foi-se colocar estrategicamente à saída do túnel e eu pude assistir ao seu reencontro com os ex-jogadores, muitos deles contratados por sua iniciativa e digo-vos que foi uma coisa comovente. A alegria de muitos deles ao revê-lo foi uma cena indescritível. Ele, nunca perdeu a compostura e manteve sempre intacto com o mesmo ar combativo mas aposto que lá por dentro, o sentimento era bem diferente. Foi lindo, porra!

3) Aquela de “encavar” o Chelsea em casa, ser apurado para os quartos de final e virar as costas ao triunfo… preferindo ir para o balneário antes do apito final em vez de poder desfrutar de uma saborosíssima vitória nas barbas do ex-patrão que o despediu e dos detractores… preferindo respeitar os supporters e os vencidos… é de uma classe que me arrepia todo.

Sim, o Homem é mesmo grande!

E estás certo, “Júsei” como os bifes te chamam… Hás-de sempre ser o Special One.

Até para mim!

PS: Mas também adoro o meu Jesus. Vá lá, Jorginho… Não fiques ciumento. Epá, que feitio… Anda lá que eu no próximo domingo vou-te lá dar muitos beijinhos.

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