terça-feira, 17 de março de 2009

Marchar contra o cancro


Assim que soube, pela boca de algumas marvanenses mais esclarecidas, da realização da caminhada contra o cancro da mama organizada pela Câmara de Castelo de Vide, cedo me dispus a meter de lado o meu orgulho concelhio e a aliar-me de imediato a tão nobre iniciativa.

Entrei em contacto com a edilidade, na pessoa da Exma. vereadora e minha estimada amiga Ana Júlia para aferir a possibilidade da nossa participação e após obter luz verde, divulgámos amplamente por todas as casas comerciais do concelho, disponibilizámos o autocarro e solicitámos à GNR de Marvão o apoio no controlo do tráfego, tarefa que mais uma vez foi muito superiormente desempenhada sobre a direcção do também meu amigo comandante Luís Durão. Já que estão a pensar nisso, sim, realmente, a possibilidade de fazer novos amigos foi das melhores coisas que a câmara me deu. Conhecer gente boa, dedicada e competente com a qual tenho agora o muito prazer de poder privar, ao mesmo tempo que desfruto da sua amizade.

Voltando à caminhada…

Certo já da participação de Marvão, com um autocarro cheínho com quarenta e muitas participantes (fora as que optaram por seguir em viatura própria, à boleia, ou de carro de praça), cedo se me deparou um dilema: que haveria eu de fazer? Estando envolvido na organização, não poderia voltar costas até porque a causa me merece o maior respeito. Poderia ficar no autocarro? Dar só uma de supervisão? Caminhar no final da fila? È que isto de andar metido nestas coisas assim de mulheres, vestido de cor-de-rosinha, não é assim para todos e passa muito para lá da fronteira do metrosexual… é coisa abichanada, mesmo!

Mas olha, que se lixe! Já que já lá estava, pensei: “que se amolem os comentários! Estas causas são de todos, os homens também têm mamas (alguns até bem grandes…) vamos mas é dar ao calcanhar e assim me juntei ao magote de gente!

A manhã estava linda, com um sol, uma temperatura e uma envolvência extraordinárias e a mistura destes ingredientes convidava mesmo ao exercício físico. A moldura humana junto à Praça D. Pedro V era impressionante (mais de 400 pessoas) e confirmava a iniciativa como um sucesso à partida.

Por volta das 9 e meia, partimos em direcção à Portagem, para um passeio de cerca de 9 quilómetros que nos levou pela Carreira de Cima, pelos bairros novos da vila, pelo lindíssimo Prado Inglês (com o deslumbrante Vale da Aramenha… de tão verde que estava… a justificar o interesse de fixação dos romanos… há muito, muito tempo atrás), pela Escusa, pelo que um dia foi um campo de golfe até à chegada do Centro de Lazer.

De muitos parabéns está a meticulosa organização, apurada e sempre atenciosa, pela oportunidade e pela forma como desenvolveu a iniciativa. Não faltaram os postos de abastecimento durante o percurso, soube bem a merendinha oferecida pelas juntas de freguesia no final, e bem reparei na presença constante dos bombeiros, da GNR e da malta do Todo-o-Terreno que se prestou a apoiar.

No final houve ainda tempo para dois ou três discursos e agradecimentos ao megafone, com toda a malta que participou a “colorir” o anfiteatro do Centro de Lazer de rosa-choque. Cantou-se o hino da alegria e quando se largaram os balões que voaram livres pelo céu azul, eu pensei em todas as mulheres que partiram vítimas desta doença traiçoeira e silenciosa e naquelas que ainda hoje lutam pela sua vida e pela sua dignidade.

Oxalá, com este nosso gesto simbólico, tenhamos conseguido evocar a memória de umas e encorajado as resistentes a nunca baixar os braços.

Parabéns e ânimo! Haja esperança!
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A tarde estava tão linda... o sol tão quentinho... que me sentei no quintal a apanhar banhos desta energia tão vital para nós, mediterrânicos... enquanto ouvia a maratona de U2 na Comercial através do transistor e bebia Frizes de limão geladinhas. Tão bom...
Pode-se estar feliz com tão pouco...
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PS1: Um abraço ao André Relvas pela agradável conversa e simpática companhia. Valeu!
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PS2: Um agradecimento especial aos cunhadinhos pelo almoço de abertura da época balnear. Foi bestial! Bela ideia...

1 comentário:

André Relvas disse...

Caminhar por paisagens tão bonitas, com o ar a encher-nos o corpo de frescura e, ainda por cima, com uma companhia bem disposta faz com que 8 quilómetros pareçam 800 metros...quando chegámos ao final, senti que fazia o caminho de volta sem pestanejar. Um abraço.