Claro que não perdi o happening televisivo do momento, a reportagem da jornalista Mafalda Gameiro que incluía uma entrevista com o Padre Rui, o tal que fugiu com a paroquiana que lhe fazia as vezes de secretária e pelos vistos… de mais alguma coisa.
O rapaz defendeu-se bem. Todos nós sabemos que nos seminários falta mesmo muita coisa mas a formação é sólida e isso saltou à vista. Ponderado, bem falante, expôs com clareza os motivos que o levaram a tomar a solução de ruptura que fez as delícias da imprensa nacional.
A cachopinha já me pareceu muito apagaducha, insonsa, sem grandes certezas mas enfim… com 18 anitos, também não se podia esperar que fizesse revelações supreendentes.
Disse então o nosso Rui que estava cansado de umas ameaças que lhe andavam a fazer… Um dia acordou com uma faca e um alguidar à porta de casa e como engraçava com a piquena sua aia, passou-se e lançou-lhe o repto de darem o salto.
A peça jornalística está muito conseguida e chegou até a tocar naquele que é o ponto-chave de toda esta questão: o celibato dos sacerdotes.
Eu tenho o maior respeito por todos os credos e pelos profissionais da fé e não quero andar aqui com Saramaguices mas a verdade é que o celibato é uma estupidez do caraças e os padres, todos e sem excepção, têm de andar rebarbados. Rebarbados e amordaçados e recalcados e oprimidos.
E porquê? Porque os padres não são estrumfes, não são seres assexuados que vivem felizes nas florestas. Os padres são homens, caraças! E não há crença, divindade ou amor a Deus que os consiga fazer esquecer essa sua condição humana. É impossível isto não seja verdade.
Aprendi nas aulas de Antropologia do meu querido Professor Pereira Neto que o homem é um animal que tem uma camada de verniz cultural. Quando o verniz estala é o c******! Vemos isso acontecer todos os dias… no trânsito, nas notícias… e no meu caso, nos últimos jogos do Benfica com o Di Maria a jogar daquela maneira absurda. Os padres também são assim: querem parecer sem maldade como os querubins do altar mas lá por baixo são como os outros homens todos com vísceras, carne e muito pêlo. Para além do órgão da igreja têm órgãos sexuais, têm hormonas, têm um coração que bate e sendo assim… o óbvio tem de se levantar (não sei se me faço entender).
E mesmo que queiram resistir e renegar essa sua masculinidade, nunca o conseguirão fazer na íntegra. Eles não dizem que são contra os “homens sexuais” porque o que é natural é o homem amar uma mulher? Então! Se isso é verdade para os outros, porque não para eles?
Eles vêm televisão e cinema. Mas alguém acredita que vejam aqueles filmes americanos com altos mulherões e assobiem para o lado, comentando uns com os outros nas casas paroquiais… “eh… coisa do Demo! Cá a mim, vê-las assim desnudas causa-me cá um horror… Vá de retro!”. Ah… Balelas!
Ainda por cima neste nosso tempo em que o corpo da mulher nú aparece em todo o lado… nos anúncios publicitários, nos classificados dos jornais, nos frascos do gel de banho, nas revistas do coração, nos banners da internet… Mesmo que finjam que não vêem, a mensagem subliminar sempre passa. Passa e fica, disso vos garanto.
E vamos supor que o padre em questão tem um controle em si mesmo absolutamente fora do normal. É cerebral, concentrado e tem um mecanismo interno em que debita “avés marias” em velocidade cruzeiro assim que toca o alarme interno de “gaja à vista” e a afasta do pensamento. Mas e os sonhos? Os sonhos, por Deus! Quem é que controla os sonhos? Se os meus sonhos fossem visionados por outras pessoas já me tinham vestido um casaco daqueles brancos com umas correias nas costas e já me tinham levado dentro há muito. Mas eu tenho desculpa, porque os sonhos, simplesmente não se controlam. Por exemplo, nas maratonas cinéfilas que tenho feito por estes dias saborosíssimos de férias, consegui finalmente arranjar tempo para ver o fabuloso “Black Hawk Down” que o meu irmão me vinha aconselhando há anos e retrata o dramático confronto entre rangers americanos e os guerrilheiros de Mogadíscio. O filme é de tal maneira violento, intenso e brutal (digno de ir direitinho para o lado do “Apocalypse Now”, do “Platoon” e do “Nascido para matar”, os melhores filmes de guerra de sempre) que já sei que vou levar a noite inteira a sonhar com resmas de pretos em tronco nú, de óculos escuros Ray Ban e com uma canhota nas unhas a entrarem-me pelo quarto adentro aos gritos. Percebem o que vos digno? Eu li o Freud. O Freud já me salvou e com ele aprendi que os sonhos são tramados e selvagens e ninguém, nem mesmo os padres mais puritanos, estão livres de levarem a noite inteira a sonhar que estão hospedados na Mansão da Playboy e que a Miss Arkansas e a Miss Tenessee lhe vão levar o pequeno almoço à cama vestidas apenas com umas penas e um par de brincos.
E imaginem que há uma paroquiana tão sensual que parece que os anos não lhe passaram por cima… uma que sorri sempre de forma suspeita… E a outra que tem um perfume matador? E que dizer da cachopinha roliça que depressa se fez mulherão e não larga a sacristia? Pois é…
O tempo do Salazar já lá vai. O tempo em que o seminário era garantia de uma educação melhor que só assim se podia alcançar já passou. Com o nível de vida actual, com a informação que circula vertiginosamente à nossa volta, não é de estranhar que os jovens queiram cada vez menos ser padres. Quem é que cai numa dessas? Basta o handicap de não poderem ter uma mulher para viver a seu lado que fogem logo a sete pés. Compreende-se…
A Igreja é egoísta porque não deixa os padres amarem outras pessoas. É só Deus e prontos.
Será que o celibato faz deles melhores homens, melhores pastores, melhores sacerdotes? Não creio. Antes pelo contrário. A possibilidade de serem chefes de família, maridos e pais, dar-lhes-ia uma visão muito mais abrangente da vida, com uma outra densidade, com maior profundidade e isso seria certamente benéfico.
Então porquê meterem os homens de castigo, caraças?
Mas cabe na cabeça de alguém que uma pessoa vá pedir conselhos amorosos a um padre e ele tenha a lata de os dar? Eles não percebem nada da matéria!
O argumento que a ideia do celibato veio de Jesus Cristo, para além de descabido, também já não cola. Toda gente sabe que o homem teve companheira, o que de resto não admira porque charme e magnetismo pessoal certamente não lhe faltariam.
Eu não sou nada Zandinga mas tenho cá metido que ou a Igreja abre mão desta parvoeira do celibato ou em breve nem com mulher lá os apanham.
E também podia aqui falar que sou a favor das padras, das mulheres-padres, porque elas fazem tudo melhor que nós, à excepção de trabalhos de força bruta e bricolages. Mas essa é uma guerra para depois. Com esta já eu tenho a fogueira garantida.
Quanto ao Rui, desejo-lhe felicidades e que não se arrependa. Pelo menos foi digno e honesto. Deu a cara e assumiu. Não fez como muitos outros que as pregam pela calada ou então ainda pior, abusam de inocentes que estão à sua guarda.
Como diz o da RFM… talvez valha a pena pensar nisto.
O rapaz defendeu-se bem. Todos nós sabemos que nos seminários falta mesmo muita coisa mas a formação é sólida e isso saltou à vista. Ponderado, bem falante, expôs com clareza os motivos que o levaram a tomar a solução de ruptura que fez as delícias da imprensa nacional.
A cachopinha já me pareceu muito apagaducha, insonsa, sem grandes certezas mas enfim… com 18 anitos, também não se podia esperar que fizesse revelações supreendentes.
Disse então o nosso Rui que estava cansado de umas ameaças que lhe andavam a fazer… Um dia acordou com uma faca e um alguidar à porta de casa e como engraçava com a piquena sua aia, passou-se e lançou-lhe o repto de darem o salto.
A peça jornalística está muito conseguida e chegou até a tocar naquele que é o ponto-chave de toda esta questão: o celibato dos sacerdotes.
Eu tenho o maior respeito por todos os credos e pelos profissionais da fé e não quero andar aqui com Saramaguices mas a verdade é que o celibato é uma estupidez do caraças e os padres, todos e sem excepção, têm de andar rebarbados. Rebarbados e amordaçados e recalcados e oprimidos.
E porquê? Porque os padres não são estrumfes, não são seres assexuados que vivem felizes nas florestas. Os padres são homens, caraças! E não há crença, divindade ou amor a Deus que os consiga fazer esquecer essa sua condição humana. É impossível isto não seja verdade.
Aprendi nas aulas de Antropologia do meu querido Professor Pereira Neto que o homem é um animal que tem uma camada de verniz cultural. Quando o verniz estala é o c******! Vemos isso acontecer todos os dias… no trânsito, nas notícias… e no meu caso, nos últimos jogos do Benfica com o Di Maria a jogar daquela maneira absurda. Os padres também são assim: querem parecer sem maldade como os querubins do altar mas lá por baixo são como os outros homens todos com vísceras, carne e muito pêlo. Para além do órgão da igreja têm órgãos sexuais, têm hormonas, têm um coração que bate e sendo assim… o óbvio tem de se levantar (não sei se me faço entender).
E mesmo que queiram resistir e renegar essa sua masculinidade, nunca o conseguirão fazer na íntegra. Eles não dizem que são contra os “homens sexuais” porque o que é natural é o homem amar uma mulher? Então! Se isso é verdade para os outros, porque não para eles?
Eles vêm televisão e cinema. Mas alguém acredita que vejam aqueles filmes americanos com altos mulherões e assobiem para o lado, comentando uns com os outros nas casas paroquiais… “eh… coisa do Demo! Cá a mim, vê-las assim desnudas causa-me cá um horror… Vá de retro!”. Ah… Balelas!
Ainda por cima neste nosso tempo em que o corpo da mulher nú aparece em todo o lado… nos anúncios publicitários, nos classificados dos jornais, nos frascos do gel de banho, nas revistas do coração, nos banners da internet… Mesmo que finjam que não vêem, a mensagem subliminar sempre passa. Passa e fica, disso vos garanto.
E vamos supor que o padre em questão tem um controle em si mesmo absolutamente fora do normal. É cerebral, concentrado e tem um mecanismo interno em que debita “avés marias” em velocidade cruzeiro assim que toca o alarme interno de “gaja à vista” e a afasta do pensamento. Mas e os sonhos? Os sonhos, por Deus! Quem é que controla os sonhos? Se os meus sonhos fossem visionados por outras pessoas já me tinham vestido um casaco daqueles brancos com umas correias nas costas e já me tinham levado dentro há muito. Mas eu tenho desculpa, porque os sonhos, simplesmente não se controlam. Por exemplo, nas maratonas cinéfilas que tenho feito por estes dias saborosíssimos de férias, consegui finalmente arranjar tempo para ver o fabuloso “Black Hawk Down” que o meu irmão me vinha aconselhando há anos e retrata o dramático confronto entre rangers americanos e os guerrilheiros de Mogadíscio. O filme é de tal maneira violento, intenso e brutal (digno de ir direitinho para o lado do “Apocalypse Now”, do “Platoon” e do “Nascido para matar”, os melhores filmes de guerra de sempre) que já sei que vou levar a noite inteira a sonhar com resmas de pretos em tronco nú, de óculos escuros Ray Ban e com uma canhota nas unhas a entrarem-me pelo quarto adentro aos gritos. Percebem o que vos digno? Eu li o Freud. O Freud já me salvou e com ele aprendi que os sonhos são tramados e selvagens e ninguém, nem mesmo os padres mais puritanos, estão livres de levarem a noite inteira a sonhar que estão hospedados na Mansão da Playboy e que a Miss Arkansas e a Miss Tenessee lhe vão levar o pequeno almoço à cama vestidas apenas com umas penas e um par de brincos.
E imaginem que há uma paroquiana tão sensual que parece que os anos não lhe passaram por cima… uma que sorri sempre de forma suspeita… E a outra que tem um perfume matador? E que dizer da cachopinha roliça que depressa se fez mulherão e não larga a sacristia? Pois é…
O tempo do Salazar já lá vai. O tempo em que o seminário era garantia de uma educação melhor que só assim se podia alcançar já passou. Com o nível de vida actual, com a informação que circula vertiginosamente à nossa volta, não é de estranhar que os jovens queiram cada vez menos ser padres. Quem é que cai numa dessas? Basta o handicap de não poderem ter uma mulher para viver a seu lado que fogem logo a sete pés. Compreende-se…
A Igreja é egoísta porque não deixa os padres amarem outras pessoas. É só Deus e prontos.
Será que o celibato faz deles melhores homens, melhores pastores, melhores sacerdotes? Não creio. Antes pelo contrário. A possibilidade de serem chefes de família, maridos e pais, dar-lhes-ia uma visão muito mais abrangente da vida, com uma outra densidade, com maior profundidade e isso seria certamente benéfico.
Então porquê meterem os homens de castigo, caraças?
Mas cabe na cabeça de alguém que uma pessoa vá pedir conselhos amorosos a um padre e ele tenha a lata de os dar? Eles não percebem nada da matéria!
O argumento que a ideia do celibato veio de Jesus Cristo, para além de descabido, também já não cola. Toda gente sabe que o homem teve companheira, o que de resto não admira porque charme e magnetismo pessoal certamente não lhe faltariam.
Eu não sou nada Zandinga mas tenho cá metido que ou a Igreja abre mão desta parvoeira do celibato ou em breve nem com mulher lá os apanham.
E também podia aqui falar que sou a favor das padras, das mulheres-padres, porque elas fazem tudo melhor que nós, à excepção de trabalhos de força bruta e bricolages. Mas essa é uma guerra para depois. Com esta já eu tenho a fogueira garantida.
Quanto ao Rui, desejo-lhe felicidades e que não se arrependa. Pelo menos foi digno e honesto. Deu a cara e assumiu. Não fez como muitos outros que as pregam pela calada ou então ainda pior, abusam de inocentes que estão à sua guarda.
Como diz o da RFM… talvez valha a pena pensar nisto.
Nota 1: Só espero que os padres que são meus amigos não se zanguem comigo. Eu não quis ofender ninguém, quis apenas “Speak my mind” como dizem os americanos. E depois, se um gajo não tem um blogue para estas coisas, quere-o para quê?
Nota 2: A liberdade é uma grande coisa mesmo. Imaginem este texto na Idade Média… Já tinha o cabrão do Torquemada à perna. Que se amole!
4 comentários:
Mas hoje em dia vivemos em Liberdade,embora por vezes não pareça.Muito bom este artigo.Parabéns
Então não parece? Que idade tem você? Quem viveu sem liberdade não confunde e sabe dar valor àquilo que temos. Aliás esta história ilustra bem a discusão entre a liberdade e a falta dela.
Muito bem Sabi...agora estou cheia de cagaço. Eu a fazer planos para 2010 e toma fim do mundo em 2012!!!
Epá,quase originei uma guerra!...Peço desculpa.Só quero esclarecer que, quando a falada Liberdade apareceu eu já tinha muitos anos de trabalho e não disse que não viva bem com ela.Por vezes não parece porque,nos são sonegados alguns Direitos,alguns já adquiridos depois da tão anunciada Liberdade.Dar valor áquilo que temos,mais poluição,mais desemprego,mais criminosos,mais...Eu só quis dizer que o artigo estava bem elaborado,peço desculpa se ofendi alguém ou alguma religião.Boas Festas para todos e um Feliz Ano Novo.
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