terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Porca miséria!


E prontos! Já estão descansados, não?

Eu agora olho para o Porto (jogadores, equipa técnica e dirigentes), com o ar de quem olha para aquele gajo que num almoço de amigos, insiste sempre em contar o fim das anedotas antes que o contador lá chegue.

Esta é uma arte que exige requinte e um alto grau de “expertise”! É preciso deixar que o contador comece a narrativa, é preciso identificar a anedota para não cometer falhas, deixar que avance na história e quando a assistência está suficientemente quentinha e pré-disposta, pimba! Avança então com um “ah! Já sei! Essa é a do …!”, e não consegue parar de rir do ar de desconsolo dos comparsas.

Sendo assim, a 15, 15, 15! jornadas do fim do campeonato, na ronda inicial de arranque da 2ª volta, o Futebol Clube do Porto sagra-se Campeão Nacional da época 2007/2008.

Tri-campeão, na realidade!

É obra!

E inteiramente merecido!

Não bastava já o episódio de sábado, protagonizado por um Benfica totalmente ineficaz e incapaz de bater em casa um modesto Leixões, o campeão dos empates, com o qual perdeu nesta época 4 preciosos pontos dos 11 que o separam do campeão; quando eis que os lagartitos chegam para ajudar a festa, cedendo um empate de gritos frente aos estudantes de Coimbra já nos minutos suplementares. Esta teve requintes de malvadez! Deixaram-nos marcar primeiro e mataram-nos já bem gordinhos ao soar do apito final. Bem podia gritar o Miguelito Veloso, “Ai Valha-me Santa Fátima Lopes! Que horrrrrooorrr!”, abanando o carrapito no alto da nuca, não querendo acreditar, que os de negro já festejavam a monumental enrabadela que lhes aplicaram! Muito bom!

Caíram assim os dois, que nem patinhos, aos pés de um Porto demolidor que esmagou literalmente um Braga europeu, que aos 4” já tinha um na pá e aos 14” caiu de quatro com a confirmação da superioridade azul e branca. Sem hipótese!

Há diversas formas de abordar esta clara realidade de que há 2 campeonatos na 1ª Liga em Portugal: o do Porto e o dos outros.

Há quem conteste e se recuse a aceitar. Do lado encarnado, há os que ainda hoje rogam pragas a um árbitro que nos roubou claramente um golo limpo e um penálti. Da lagartagem há quem se queixe da má sorte e do penteado do Paulo Bento, mas de nada lhes vale também.

Eu sou realista. Sou como os drogados cujo primeiro passo para a recuperação é o reconhecimento das suas fraquezas.

Somos o maior clube de Portugal e um dos maiores da Europa. Somos os que temos mais troféus, mais campeonatos, mas sócios e simpatizantes. Temos uma história gloriosa e nenhum dos outros se pode chegar a nós quando falamos de projecção no mundo e de passado.

Contudo, neste momento, somos uma pálida sombra dos nossos antecessores. Temos uma equipa de merda! Sim, de merda! Um treinador obtuso, um Presidente quadrado e inoperante e até os ex-dirigentes são máfia da mais reles que há.

Meus amigos, rendam-se à evidência: o Benfica dos nossos dias está muito mais perto do Vale e Azevedo do que do Eusébio.

Eu cada vez me esforço mais para sofrer menos. Já não parto vidros em casa nem coisa que o valha. Mas custa-me, até quando me rio das asneiras.

Até ao fim do campeonato já não me tiram do sério, nem o sono.

Mas sem essa vibração de todos os fins-de-semana que é só dos que ainda acreditam, fico sem saber bem o que vou fazer então.

Que pena!

1 comentário:

Luís Bugalhão disse...

é verdade ti sabi, mas não penses que vou desistir. parte-se-me o coração mas não perco a marrafa, volteadinha à clrak kent, edificada com brilhantina benfiquista.

no fórum que temos aqui no serviço já apostei uma cx de dois quilos dois de camarão tipo dedo indicador em com vamos ainda ganhar a coisa (já sei que vou pagar, mas não amando o trapo, a que limpo baba e ranho, ao chão).

pode ser que seja desta que vêem que há que começar a construir de base um novo ciclo. a não o quererem, hão-de começá-lo: mas qd for necessário começar muito mais de baixo.

até lá

SLB 4EVER!
sofrer até renascer!

(tens q ler o 1º verso assim: éss éle bê fórevêr)

abraço