O
meu Amigo Prof. João de Deus, que me batizou (conforme me apercebi há dias, em consulta de documentos para o sacramento do Crisma. Já não me lembrava.), convocou—me para realizar a leitura na missa de
domingo, e na de quarta-feira, segundo a escala de leitores, que
elaborou.
Nessa
tarde, tive a sorte de conseguir realizar a proeza, de levar os meus 3
catequizandos.
Ao
aperceber—me do ar de frete, quando os fui apanhar à escola, e uma ou outra
birra... (Pai... aquilo é chato!!!!), falei com eles, já dentro do carro:
Amigos,
eu percebo que a missa é aborrecida para vocês. É sempre igual, os crescidos
repetem, repetem, e repetem... coisas que vocês não percebem. Depois comem a
hóstia, que ainda vos está vedada…, mas para vós, até é engraçado! (costumam
meter—se em fila, a ver quem abre, e como abre a boca)
A
missa está cheia de rituais, repetições impercetíveis para quem tem 7 anos. Eu
lembro—me bem, como era para mim...
Mas
a missa tem coisas engraçadas. Tem lá outros meninos e meninas, tem o peditório
(onde podem ajudar com os cestinhos na recolha das moedinhas, dadas pelos
crentes), tem os cânticos, e a leitura de textos, do livro mais antigo de
todos, escrito por tanta, tanta gente; que conta a maior, e mais linda história
de sempre. Que é... isso mesmo! A Bíblia!
A
leitura dela em si, vista por mim, Pedro Sobreiro, catequista, vai desde textos
que parece que falam para nós, quando mais deles precisamos, a outros que...
parecem não ter nada, a ver com nada. Não foi o caso de hoje, que vos peço para
lerem, a seguir.
Se
lhes falo num livro de histórias, muitas que foram verdade, hoje não poderíamos
ter um melhor exemplo. Esta vai dar pano para mangas, e irá ser escamoteada já na
próxima catequese.
O
que ensina, para mim, é que quem acredita em Deus, tem sempre as costas
quentes. Quem acredita no Pai, nunca está só. Quem crê, compreende tudo nesta
vida, inclusivé, o que aos demais mortais parece um castigo, uma tragédia, uma
maldição, como a morte, porque esse será o fim mais certo, de todos nós.
Foi
investido da força do criador, cheio do Espírito Santo, que o pequeno rei
David, enfrentou o gigante Golias, equipado com uma parafernália, de tudo quanto
metia medo; tendo o miúdo apenas uma funda, e uma pedra na sua mão. Com a sua capacidade
de acreditar no todo-poderoso, foi capaz de ir buscar forças, e coragem, para
conseguir superar um obstáculo, que lhe parecia intransponível.
Porque
será que esta história me soa a familiar, e biográfica?
Mais
uma missa daquelas, em que parece que saímos maiores.
E
a minha leitura foi (segundo o texto sagrado, mas os meus espaçamentos, e bolds, de
algo que é único, uniforme, em bloco):
I 1 Sam 17, 32-33.37.40-51
«Com
uma funda e uma pedra, David triunfou do filisteu»
Leitura do Primeiro
Livro de Samuel
Naqueles dias,
David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por
causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».
Mas Saul
respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres,
porque não passas dum rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua
juventude».
David respondeu a
Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das
mãos desse filisteu».
Então Saul disse a
David: «Vai, e que o Senhor esteja contigo».
David tomou o seu
cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu
surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu.
O filisteu foi-se
aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro. Quando
olhou e viu David, desprezou-o, porque era um rapaz novo; era loiro e de bela
aparência. Disse então a David: «Sou porventura algum cão, para vires contra
mim de pau na mão?». E amaldiçoou David em nome dos seus deuses. E acrescentou:
«Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do
campo».
Mas David respondeu
ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia, e eu vou contra ti em nome do Senhor do
Universo, o Deus dos exércitos de Israel, que tu desafiaste. O Senhor vai
entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a
cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e
aos animais selvagens. Então saberá toda a terra que há um Deus em Israel e toda a gente há-de ver que não é pela
espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é
do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos». Quando o filisteu avançou e veio
ao encontro de David, também este correu velozmente contra o filisteu.
Meteu a mão no
surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na
fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão. Foi assim,
com uma funda e uma pedra, que David triunfou do filisteu e o feriu
mortalmente, sem ter uma espada na mão. David correu para o filisteu e parou
junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a
cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.
Palavra do Senhor.
E
agora, dizes-me: ah… quem me dera acreditar, como tu.
Então
agora, entramos na parte da conversão:
Tens
de acreditar, a menos que sejas tonto, e isso, acho que não és. Até te considero
bem esperto, ademais. Tenta perceber pela negativa que assim, certamente será
mais fácil, dares a mão à palmatória.
Acreditas
em Cristo, certo? Pelo menos, tens de acreditar na figura histórica. Para a
humanidade ter começado a contar os anos, a partir do seu nascimento (já vai em
2018), a sua existência tem de ter sido tudo, menos invenção, não achas?
Até
te posso dar de borla que não acredites em alguns episódios, mas a grande
parte, teriam de ser uma grande e elaborada invenção, para serem falcatrua.
A
Bíblia, o primeiro e mais importante de todos os livros, é um enorme compêndio
de livros, e textos que foram encontrados ao longo dos tempos, naquela zona do
globo onde nasceu cristo, escritos em diversas línguas, grego e aramaico, por
exemplo. Seria preciso muita história para inventar uma tão grande, e que
batesse toda certa, pontas com pontas, não concordas?
Pois
se aceitas estes preceitos, já tens condições para avançar. E de que forma? Eu
sei que a igreja, da forma que está montada, não inspira a maior conversão. Os
escândalos constantes e frequentes, de adultos ligados a ela, que cometem
crimes hediondos e inacreditáveis, deitam-na muito abaixo. E como se isto não
chegasse, a forma, muitas vezes atabalhoada como são abafados pelas cúpulas, em
vez de amortecerem, ajudam a querer apagar o fogo com gasolina.
Mas
isto são considerações para outras conversas, que não a conversa que quero ter
agora, aqui. Mais do que católico, seguidor de toda a instituição, eu sou mesmo
é um seguidor da base, da fonte, e é a ela, Cristo, a quem vou beber. Sigo os
pensamentos, os ensinamentos, aprendo todos os dias, e sinto-me mais ligado do
que nunca aos meus irmãos, que frequentam o templo como eu, e não. Sinto-me
ligado. E isso é o que é verdadeiramente importante.
Não
esperes por coisas na tua vida, que te façam vê-la com outros olhos. Aprende a
dar graças por tudo o que de bom, te tem acontecido nela, e se pensares bem… é
tanta coisa. Tanta coisa. Tanta coisa!
Porque
será que é assim? Sim, falo para ti. Porque é que nunca te correu mal ali, ou
ali, quando tu já estavas mesmo a ver que iria ser muito mau. Porquê? Nunca
pensaste nisso? Não teria de ser para que encontrasses um caminho, um rumo, uma
forma diferente de estar, de pensar, que tens hoje, e só te favorece?
Não
quero, e tu bem sabes que seria impossível, que te reconvertesses ao leres as
minhas palavras, e amanhã te pudesse ver em Fátima, de terço enorme ao pescoço,
de joelhos, à volta da capelinha das aparições, a chorares, cheio de fé.
Mas,
por favor, e esta é uma benesse que creio que te mereço, faz uma tabula rasa na
tua cabeça, e abre o teu espírito. Deixa entrar. Se não te abrires, jamais poderás
dar o salto.
Eu
acredito em milagres. Porque a Deus, nada é impossível.
As
palavras que agora escrevo, seriam impossíveis na cabeça do meu irmão Miguel
Sobreiro, naquela noite, quando numa visita a S. José, os médicos lhe arrasaram as
expetativas, e o deixaram de rastos, ao avançarem prognósticos para o seu irmão
Pedro, em coma induzido há mês e meio: “Nunca
irá ser como era antes. Sem hipótese.”
Mas
este Pedro não é um campeão. Este Pedro é um cartucho com combustão
extra-terrena. Este Pedro é o Messsi, que em vez de abrir os braços e gritar
SSSÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ, SOU O MAIOR!!!!!!; sorri, levanta os braços
para o céu, faz o sinal da cruz, e agradece. Humilde, quando o nosso, pensa que é o dono do mundo.
Nada
do que possa conseguir na vida, se deve exclusivamente a mim. Eu tenho
obrigação de corresponder, facilitar, e ajudar a que seja possível. Mas o meu
motor, a minha força, o meu refúgio, é invisível, e eu vou à procura dele,
sempre que possa. Nele estarão todas as respostas, num dia que espero distante.
Todo
o dia que passa por mim, agradeço. Porque não era esperado. E é uma bênção.
2011
já foi há, vai fazer, se Deus assim o quiser, 7 anos.
Aqui
estou. Um teu soldado. Obrigado
Nos nosso dias, ser cristão, não é ser um maricas, um betinho, um zézinho, um palonço, um saloio, um parvinho com que os homens gozam enquanto ficam a ser macharrões, no bar, a falarem mal, a beberem, a gozarem com essas coisas das mulheres, e dos piegas.
Ser cristão é ser valente, sobretudo e acima de tudo! É ser inteligente, é ser preserverante, é ser o fiel seguidor e depositário, de toda uma linhagem de bravos.
Há cristãos, que nos nossos dias são assassinados por acreditarem. Por teimarem que acreditam, com as armas apontadas à nuca, e renegarem o não, que lhes daria a vida. Nos nossos dias, com tanta tecnologia, parece impossível, mas é verdade. Eu sou dessa equipa. Eu tenho o orgulho de jogar no cube desses seres viventes. Graças a Deus!
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