sexta-feira, 8 de março de 2013

8 de Março - Dia da(s minhas) mulher(es)





Junho de 2012

Na piscina da casa que alugamos há 3 ou 4 anos seguidos em Portimão




Vocês já sabem como eu sou. Já me conhecem. Quando penso uma coisa de uma certa maneira, agarro-me a ela com força e não a largo. Sou como aqueles cães de caça que se agarram à presa e não abrem boca. Não largam a presa depois de abocanhada. Sei que corro o risco de estar sempre a dizer as mesmas coisas, agarrado às convições. Mas quando acredito, acredito mesmo.


Isto a propósito do dia da mulher. Sou contra esta ideia do ter um dia de qualquer coisa.


Dia da mulher, dia do pai, dia da mãe, porque os dias de… algo, para mim, são todos os dias. De que vale um tratamento principesco com direito a presente, flores e jantares no dia da mulher quando se a maltrata durante alguns momentos do ano? Ou todos os momentos? Nada. Não vale de nada.


Eu, que na minha casa sou uma minoria, uma alegre minoria, sou o único homem. Deus deu-me a graça de viver rodeado de mulheres e agradeço-lhe todos os dias. A Deus e a elas.


Para mim, as mulheres são seres superiores aos homens. Digo-o com toda a sinceridade e toda a verdade. Qual história do sexo forte, qual quê? O homem foi importante quando a força de braços era vital no trabalho e na defesa mas hoje em dia, o cerne da questão é outro. É o cérebro, a capacidade, o instinto que manda. O feminino é claramente superior.


Para mim, na escala da evolução humana, o homo sapiens feminino vai à frente do masculino. Nós, homens, somos muito limitados. Mesmo ao nível da cabeça, daquele feeling que elas têm, daquele toque feminino… Ainda bem que elas precisam de nós para a procriação e o prazer. Graças a Deus. Senão que seria feito de nós? Sem elas?


Venho de uma família de mulheres. Sobretudo mulheres. Uma família de grandes mulheres. A minha mãe. As minhas tias Maria e Cremilde. A vida quis assim. O destino quis assim. Os homens morreram. Já partiram. Dizer isto assim pode parecer cruel mas é realista. Os dois homens da minha infância: o meu pai e o meu tio Lázaro, casado com a minha tia Maria, já morreram. 


O meu pai já ele tinha sido o homem entre as mulheres, o menino nas mãos das bruxas, o benjamim numa família de mulheres. Era o tesouro entre as mulheres, uma das quais já tinha idade para ser mãe dele quando nasceu. Ele queria-a como tal. Ela também amava-o e ainda o ama como se tivesse sido seu filho.


A família da minha mulher também é dominada pelo sexo feminino. A mãe, minha sogra, tem duas filhas. As filhas têm 3 filhas. Ela, mãe também foi filha única. Só mulheres. E o meu sogro vê-se rodeado por mulheres. No casamento, nas filhas, nas netas. Sortudo, digo eu. Sortudo. Todas mulheres e todas bonitas. E ele, o pobre a suspirar pelo netinho que gostaria de ver vestido com as cores do seu arenense.


Nós, homens, hoje em dia, somos um mero porta-chaves. Um acessório. Um bibelot. Vejam as universidades, as empresas, o mercado de trabalho em geral… Dominado por elas. Eu, por exemplo, tenho uma chefe. O meu superior hierárquico direto é uma mulher. E bem. Não me sinto minimamente diminuído enquanto homem pelo dito sexo fraco ser superior ao sexo forte ali, se é assim que querem colocar a questão.


O sexo forte não é o nosso, é o delas. Já viram o que elas trabalham hoje em dia só em casa? Dá trabalho só de pensar nisso. Canso-me só de pensar.


Enquanto faço a barba, tomo banho, me visto, tomo o pequeno almoço e me preparo para ir trabalhar, o exercito interno feminino não para um segundo. 3 mulheres, logo 3! Eu ajudo no que posso, claro. Desdobro-me para chegar às coisas mas sou um apêndice. Apenas dou uma mãozinha mas nada comparado com o comando das operações. Apenas vigio de longe.


Eu também limpo o pó, eu também aspiro, eu também faço as camas e arrumo a roupa (e olhem que sou muito arrumadinho! Quase um metódico compulsivo!). Eu também cozinho, também faço tudo e não me limito a sair do trabalho, ir para os cafés fumar, beber minis e dar arrotos em público. Eu não faço xixi para a tampa da sanita. Eu comporto-me bem e esforço-me todos os dias por agradar, por as conquistar às 3.


Vou dar um conselho aos meus amigos homens. Homens que são cada vez mais escassos e em minoria. O segredo para se manter o amor de uma mulher é trabalhar todos os dias para a conquistar. Fazer todos os dias como se fossem o primeiro. Conquistar mesmo. Não ser apenas simpático. Fazermos-nos sempre a mesma pergunta ao fim do dia antes de dormir: será que hoje a conquistei?


Eu rezo sempre antes de dormir e essa é uma das várias perguntas que me faço para me avaliar, para analisar o meu dia. Essa de várias perguntas como saber o que fiz bem, o que fiz mal, o que poderei fazer melhor… Só assim se aprende. Analisando e pensando. Agindo.


E bom, já não vos ensino mais nada senão qualquer dia já conhecem o meu mundo todo e qualquer dia há por aí “Vendo o mundo de binóculos de montes de sítios” e depois ninguém vem ver aqui o meu que ainda por cima é lá do alto de Marvão e de binóculos, coitadinho de mim.


Às minhas amadas, às minhas princesas, às minhas patroas, às donas da minha vida e de mim, desejo um dia feliz, como me esforço por fazer todos os outros.


Dias como se fossem sempre o dia da(s minhas) mulher(es).

3 comentários:

Carlos/Fátinha disse...

As três mulheres,Maria,Cali e Madrinha agradecem o elogio!Beijinhos

Jorge Miranda disse...

Cá em casa era ao contrário 4 homens para uma mulher( mas sempre teve voto de qualidade. agora com a princesa as coisas estão mais desequilibradas para o nosso lado.

zira disse...

É um orgulho ser avaliada, por um jornalista, um observador nato e ainda por cima meu filho. uffff... é mesmo.